
“A gesta��o � o evento imunol�gico mais importante da vida de uma pessoa”, costuma dizer a m�dica obstetra, com mais de 20 anos de experi�ncia profissional, Bruna Pitaluga. Assim, do ponto de vista nutricional, por exemplo, uma gr�vida deve ser tratada de forma diferenciada, posto que sua alimenta��o precisa servir, n�o apenas para nutrir a si mesma, mas tamb�m o feto. Muitas vezes, contudo, n�o h� o suficiente para ambos apenas com a alimenta��o regular, sendo necess�rio a suplementa��o nutricional.
Segundo Bruna, mais do que o profissional respons�vel pelo parto, o obstetra deve ser aquele que cuida dos aspectos metab�licos que interferem nesse �ltimo est�gio da gesta��o. “A partir do momento que a mulher desenvolve uma altera��o metab�lica, diminui a chance de que ela tenha o parto que deseja e aumenta o risco de ter uma interfer�ncia na programa��o de sua gesta��o”, explica. Assim, para que tudo saia da melhor maneira poss�vel, � preciso atuar muito antes do parto, da� a import�ncia do acompanhamento pr�-natal ativo, que mapeie fatores de grande impacto e determine a��es que consigam modificar esses fatores, se preciso.

De acordo com Bruna, a pr�tica da suplementa��o n�o � uma solu��o m�gica de todos os problemas nutricionais da paciente, mas uma estrat�gia de apoio a sua condi��o fisiol�gica. “Deve ser tratada com simplicidade e n�o de maneira mirabolante e, para isso, conhecimento � fundamental”, diz. Conforme a m�dica obstetra, h� um universo de informa��es que devem estar no radar do m�dico que faz o acompanhamento pr�-natal para que ele possa receitar de forma certeira os suplementos necess�rios �s pacientes.
Por exemplo, segundo Bruna, o obstetra deve levar em conta uma condi��o que foi ignorada durante muito tempo pela medicina, a de que a gesta��o, em seu aspecto metab�lico, n�o deve ser observada apenas do ponto de vista materno. “A medicina historicamente sempre se preocupou com o metabolismo feminino e esqueceu de relacion�-lo com os metabolismos da placenta e do feto”, explica.
Assim como a m�e, o feto possui gl�ndulas adrenais, p�ncreas, tireoide. J� a placenta atua temporariamente como esses �rg�os, exercendo diversas fun��es metab�licas. Esses tr�s elementos (m�e, feto e placenta) devem ser levados em considera��o na pr�tica obstetr�cia durante o acompanhamento pr�-natal e devem nortear a conduta do m�dico em rela��o suplementa��o nutricional da paciente. “N�o se trata da suplementa��o pela suplementa��o, mas sim de uma estrat�gia criteriosa, consciente das vias metab�licas que s�o apoiadas pelo recurso”, destaca a m�dica obstetra.
Dessa maneira, a paciente que vai ao consult�rio m�dico em busca de uma grande quantidade suplementos ou da novidade da semana neste quesito certamente ir� se decepcionar, segudo Bruna. Isto porque, conforme destacado, a prescri��o � bastante criteriosa e via de regra totalmente individualizada, levando em conta, por exemplo, as defici�ncias nutricionais da paciente, nutrientes importantes para a gestante, e as condutas relevantes.
A paciente precisa ter ci�ncia ainda de que nenhum suplemento funciona sozinho, devendo atuar em conjunto com outros. Portanto de nada adiantar� para a gestante ingerir uma grande quantidade de um suplemento e ser negligente com outros que tamb�m s�o necess�rios.
Por fim, Bruna reitera que os cuidados m�dicos no acompanhamento cl�nico pr�-natal devem come�ar por simples mudan�as na rotina do indiv�duo, como alimenta��o saud�vel, pr�tica regular de atividade f�sica e boa higiene de sono, cuidando principalmente do ciclo circadiano. Como dito, a suplementa��o deve funcionar como suporte � condi��o fisiol�gica da paciente, sendo usada com crit�rio, levando sempre em conta as necessidades da gestante.