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Estado de Minas ABORTO

Fotos mostram que n�o h� embri�o vis�vel at� 9 semanas de gravidez

Profissionais de sa�de e ativistas pelos direitos reprodutivos dos EUA divulgam imagens reais do desenvolvimento dos tecidos dentro do �tero


22/10/2022 15:55 - atualizado 22/10/2022 15:57

células ilustrativas
Fotos revelam que, durante as primeiras nove semanas de gravidez, n�o h� embri�o vis�vel ou qualquer coisa que se pare�a com um feto (foto: DrKontogianniIVF/Pixabay)


LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - Para tentar combater a desinforma��o relacionada ao aborto, um grupo de profissionais de sa�de e ativistas pelos direitos reprodutivos dos Estados Unidos decidiu divulgar imagens reais do desenvolvimento dos tecidos dentro do �tero durante as primeiras nove semanas de gravidez. As fotos revelam que, at� esse est�gio, n�o h� embri�o vis�vel ou qualquer coisa que se pare�a com um feto.

Respons�veis pela iniciativa chamam a aten��o para o fato de que muitas das imagens de evolu��o gestacional em circula��o foram produzidas por grupos contr�rios � interrup��o da gravidez.

Uma das fundadoras da MYA Network, rede respons�vel pela divulga��o do conte�do, a m�dica Joan Fleischman afirma que muitas de suas pacientes se surpreendem ao ver, no consult�rio, a verdadeira apar�ncia do material que foi coletado no aborto.

"Fui motivada pelas minhas pacientes a criar esse projeto. Algumas vezes, elas escolhiam ver os tecidos da gravidez no meu consult�rio. Elas se sentiam aliviadas, surpresas e at� enganadas pelo fato de que [o material] n�o se assemelha a nada do que elas viram na internet", diz a especialista em medicina familiar, em v�deo no site da campanha.

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"Vendo a rea��o que elas tinham eu percebi que era importante deixar essas imagens dispon�veis publicamente. Eu acredito que as imagens falam por si mesmas", completa Fleischman, que h� 25 anos trabalha com abortos.


Interrup��es de gesta��es em est�gios iniciais

O conte�do apresentado pelo grupo foi retirado em interrup��es de gesta��es em est�gios iniciais. Os profissionais usam um dispositivo de aspira��o manual, que consegue recuperar os delicados tecidos. O procedimento dura aproximadamente cinco minutos no consult�rio.

Antes de ser exibido em discos de Petri, o material coletado foi "enxaguado" e teve vest�gios de sangue e revestimento menstrual removidos. As fotos mostram o chamado saco gestacional, que � o precursor do saco amni�tico, e a dec�dua, um tecido gestacional.


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Em uma gesta��o de cinco semanas, o tecido coletado tinha cinco mil�metros. Os especialistas detalham que o saco gestacional cresce, em m�dia, cerca de um mil�metro por dia. Na imagem do material coletado na nona semana de gravidez, n�o � poss�vel ver o embri�o nascente, embora ele j� possa estar em est�gio de forma��o.

"N�s lavamos o sangue e removemos o revestimento menstrual na prepara��o para essas fotos. O que voc� v� nelas � o saco gestacional sozinho. Quem toma p�lulas abortivas em casa ou tem um aborto espont�neo ver� algo diferente. A maioria dessas pessoas experimentar� um fluxo menstrual intenso, que pode incluir co�gulos sangu�neos de tamanhos variados e, por isso pode ser dif�cil ver o tecido da gravidez, a menos que voc� o procure propositalmente. Se voc� estiver gr�vida de mais de nove semanas e optar por olhar, poder� ver um embri�o precoce", descreve a iniciativa.

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Os profissionais tamb�m chamam a aten��o para a desinforma��o sobre os sons que s�o produzidos nos est�gios iniciais da gesta��o.

"N�o existe 'cora��o' com seis semanas de gravidez, mas existem c�lulas que se unir�o para formar o cora��o, e essas c�lulas j� 'batem'. Este � o movimento que � visto no ultrassom e que as pessoas chamam de 'batimento card�aco', mas novamente ainda n�o h� um cora��o formado", detalha o projeto.


Depoimentos reais

No site da iniciativa, � poss�vel ainda ouvir depoimentos reais de pessoas que passaram por procedimentos de interrup��o de gravidez e tiveram a chance de ver os tecidos retirados do �tero. A maioria descreve sensa��o de surpresa e al�vio.

Uma das pacientes revela que tinha conflitos religiosos com a interrup��o da gravidez e diz que ter a oportunidade de ver os tecidos foi fundamental para acabar com o medo e a culpa.

Na internet, a busca por imagens de desenvolvimento gestacional e de abortos costuma trazer imagens de fetos completamente desenvolvidos e beb�s mutilados e ensanguentados. Fotos muitas vezes sem refer�ncia de fonte, idade gestacional ou escala de tamanho, que s�o frequentemente produzidas e usadas em material de campanhas contra a interrup��o volunt�ria da gravidez.

Por outro lado, fotos reais e bem documentadas do material coletado em abortos nos est�gios iniciais da gravidez s�o bem mais dif�ceis de encontrar. Em entrevista ao jornal brit�nico The Guardian, a m�dica Michele Gomez, que tamb�m faz parte da MYA Network, avaliou que ainda h� alguma resist�ncia entre certos profissionais.

"Acho que alguns m�dicos est�o preocupados com as rea��es dos pacientes. Mas n�o � realmente nosso direito ou nossa responsabilidade decidir como as pessoas responder�o a isso. Estamos apenas divulgando as informa��es e os fatos para combater a desinforma��o. Para dizer: isso n�o � algo assustador, perigoso ou violento. � apenas uma imagem de algo que est� em seu corpo."

 


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