
No levantamento anterior, que estimou os n�meros do aparecimento da doen�a entre 2020 e 2022, a taxa era de 625 mil novos casos a cada ano.
No caso do estudo mais recente, dois tipos de tumores foram adicionados na an�lise: de p�ncreas e de f�gado. "Eles foram inclu�dos porque, em certas regi�es do Brasil, est�o tendo uma influ�ncia significativa", afirma Cancela. Na regi�o Sul, por exemplo, o c�ncer de p�ncreas ser� o sexto mais comum entre as mulheres. J� o c�ncer de f�gado ocupar� a s�tima posi��o entre os mais prevalentes nos homens residentes no Norte do pa�s.
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Al�m desses dois tipos de tumores, outros 19 compuseram a estimativa. A metodologia do estudo consiste em examinar dados de casos e mortalidade por c�nceres disponibilizados em bancos de dados p�blicos para predizer o cen�rio dos pr�ximos anos.
Maior preval�ncia: c�ncer de pele n�o melanoma
No levantamento rec�m-divulgado, o c�ncer com maior preval�ncia � o de pele n�o melanoma, totalizando cerca de 31% do total esperado para os pr�ximos tr�s anos. De certa forma, isso j� era esperado: � comum o paciente ser diagnosticado com esse tumor de forma simult�nea a outro.
Cancela diz que esse tipo tende a ter uma taxa de letalidade mais baixa. Por isso, em algumas partes da an�lise do Inca, o tumor � separado dos outros.
"Em termos de planejamento para sa�de p�blica, � interessante fazer essa separa��o, porque eles s�o uma categoria em que, geralmente, o tratamento � menos complexo", afirma a pesquisadora.
O estudo tamb�m examinou as diferen�as de incid�ncia das doen�as cancer�genas entre homens e mulheres. Desconsiderando o c�ncer de pele n�o melanoma, o mais comum nos pr�ximos tr�s anos para eles � o de pr�stata. Para as mulheres, a posi��o � ocupada pelo tumor de mama.
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Em seguida, o c�ncer colorretal aparece como o segundo colocado para homens e mulheres. O tumor ultrapassou o de pulm�o e de colo de �tero, dois que historicamente eram mais prevalentes para eles e para elas, respectivamente.
Cancela afirma que uma das raz�es para o c�ncer de colo de �tero cair para a terceira posi��o entre as mulheres foi o impacto positivo da dissemina��o de exames preventivos, como o papanicolau. Em rela��o ao c�ncer de pulm�o, a queda na preval�ncia masculina est� relacionada com pol�ticas antitabagistas que dificultam os h�bitos de fumantes no pa�s.
Esse ponto se relaciona com o fato de que a ado��o de h�bitos n�o saud�veis, como sedentarismo e m� alimenta��o, por uma parcela significativa da popula��o leva os riscos de desenvolvimento de doen�as cancer�genas. Por isso, Cancela diz que � importante "trabalhar mais com os fatores de risco para diminuir a incid�ncia".
Cen�rio brasileiro Embora a compara��o entre diferentes estimativas n�o seja indicada por Cancela, ela indica que o Brasil passa por uma tend�ncia no aumento dos casos da doen�a. Al�m dos h�bitos j� mencionados que acarretam maiores riscos para os tumores, o envelhecimento da popula��o explica o crescimento dos diagn�sticos.
Um exemplo � da incid�ncia maior de c�nceres no Sul e Sudeste do Brasil em compara��o ao resto do pa�s. Cancela afirma que essas regi�es contam com IDH (�ndice de Desenvolvimento Humano) mais alto, ocasionando um maior n�mero de idosos. Como a idade avan�ada � um importante fator de risco para aparecimento de tumor, � esperado que essas regi�es registrem um maior n�mero de diagn�sticos.
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Mesmo com o aumento dos casos de c�nceres, o Brasil ainda figura abaixo da m�dia global. Ao realizar uma an�lise da incid�ncia ajustada, que consiste em comparar todos os pa�ses como se tivessem a mesma distribui��o de habitantes por faixa et�ria, foi observado que a preval�ncia no Brasil est� em cerca de 20 diagn�sticos a menos comparado a m�dia global a cada 100 mil habitantes.
Para Cancela, uma grande vantagem das estimativas realizadas pelo Inca � indicar o aumento dos diagn�sticos da doen�a para uma maior prepara��o do ecossistema de sa�de brasileira. "N�s projetamos esses n�meros para que o sistema [SUS] possa se adaptar ao que pode esperar", conclui.
