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Estado de Minas PESQUISA

Como parto natural ou ces�rea pode alterar rea��o de crian�as �s vacinas, segundo estudo

A forma como nascemos - por cesariana ou parto normal - altera a forma como nosso sistema imunol�gico responde �s vacinas, sugere um estudo escoc�s e holand�s


25/11/2022 10:00 - atualizado 25/11/2022 10:16
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Ilustração de mulheres grávidas
(foto: BBC)

A forma como nascemos - por cesariana ou parto normal - altera a forma como nosso sistema imunol�gico responde �s vacinas, indica um estudo escoc�s e holand�s.


Beb�s nascidos de parto vaginal apresentaram o dobro do n�vel de anticorpos protetores produzidos ap�s as vacinas infantis.


De acordo com os pesquisadores, a diferen�a foi causada pelos tipos de bact�rias boas que colonizam nossos corpos no
nascimento.

E embora os beb�s de ces�rea recebam prote��o, pode ser necess�rio fazer um complemento com probi�ticos ou vacinas extras.


Nosso nascimento � o momento em que emergimos do �tero para um mundo repleto de vida microsc�pica.

Os micr�bios - incluindo bact�rias, fungos, v�rus e arqueias - fazem do nosso corpo um lar e, por fim, superam em n�mero nossas c�lulas "humanas".


Essa parte oculta de n�s mesmos � conhecida como microbioma - e uma de suas fun��es � treinar nosso sistema imunol�gico no in�cio da vida.


Ilustração mostra corpos com desenhos de bactérias
(foto: BBC)

Se voc� nasce pelo canal vaginal, os primeiros micr�bios que voc� encontra s�o os que vivem na vagina dela. J� a ces�rea coloca voc� em uma trajet�ria diferente, uma vez que os primeiros colonizadores do seu corpo v�o ser micro-organismos que vivem na pele das pessoas, no hospital ou na sua casa.


Os pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Esc�cia, assim como do Hospital Spaarne e do Centro M�dico da Universidade de Utrecht, na Holanda, queriam saber o impacto que isso tinha nas vacinas.


Eles monitoraram o microbioma intestinal de 120 beb�s, desde o mec�nio (primeira evacua��o de um rec�m-nascido) at� completarem um ano de idade.

Leia tamb�m: Cinco li��es que as crian�as podem ter com a Copa do Mundo


Os resultados, publicados na revista cient�fica Nature Communications, mostraram n�veis mais elevados de Bifidobacterium e Escherichia coli (apenas algumas cepas de E. coli s�o perigosas) nas crian�as nascidas de parto normal.

E, de acordo com os pesquisadores, essas bact�rias ben�ficas estavam levando ao dobro dos n�veis de anticorpos em resposta �s vacinas pneumoc�cica e meningoc�cica.


Outras vacinas, incluindo contra a gripe e BCG que protege contra a tuberculose, j� demonstraram ser influenciadas pelo microbioma.


"A comunica��o inicial entre o sistema imunol�gico e os micr�bios � importante", afirmou Debby Bogaert, chefe de medicina pedi�trica da Universidade de Edimburgo.


Ela explica que as bact�rias intestinais liberam subst�ncias qu�micas — chamadas �cidos graxos de cadeia curta — que informam ao sistema imunol�gico que � hora de ser ativado. Sem elas, "voc� v� menos desenvolvimento de c�lulas B", que s�o as c�lulas que produzem anticorpos.


Todos os beb�s que participaram da pesquisa eram saud�veis e foram gerados at� o fim da gesta��o, portanto as descobertas n�o s�o afetadas por outras doen�as ou parto prematuro.


Notavelmente, todas as crian�as produziram anticorpos ap�s a vacina��o, ent�o os beb�s de cesariana n�o est�o desprotegidos.


Mas os pesquisadores disseram que as descobertas s�o particularmente importantes para aqueles com dist�rbios gen�ticos ou que nascem prematuros, pois seus sistemas imunol�gicos ainda n�o est�o totalmente desenvolvidos.

O que pode ser feito?

Muitas vezes, h� uma necessidade m�dica de fazer uma cesariana para proteger a sa�de da m�e ou do beb�. E para substituir os micr�bios que faltam, surgiram alguns m�todos recentemente.


Uma tend�ncia � a pr�tica da chamada "semeadura vaginal", na qual beb�s de cesariana s�o untados com fluidos vaginais da m�e. Um estudo recente chegou a realizar at� um transplante fecal, no intuito de oferecer as bact�rias intestinais da m�e para a crian�a.


Mas Bogaert adverte que "teoricamente, pode ser ideal devolver os micr�bios perdidos � crian�a nascida por cesariana,
mas na pr�tica isso � bastante complicado, e voc� precisa garantir que n�o seja perigoso".


Os ensaios cient�ficos examinaram a mat�ria fecal em busca de infec��es perigosas, o que n�o � t�o pr�tico se tiver que ser feito para todos os beb�s de cesariana.


Bogaert acredita que oferecer um coquetel preciso de bact�rias ben�ficas — um probi�tico — para beb�s de cesariana seria um "caminho mais seguro ". Alternativamente, os beb�s de cesariana poderiam receber uma dose extra de vacina.


O professor Neil Mabbott, especialista em imunologia do Instituto Roslin, tamb�m da Universidade de Edimburgo, disse que era incerto que os n�veis de micr�bios no corpo sejam diretamente respons�veis pelo aumento das respostas dos anticorpos.


"Este estudo levanta a possibilidade de que seja poss�vel tratar beb�s, especialmente beb�s nascidos de cesariana, com um suplemento bacteriano ou at� mesmo um produto produzido por essas bact�rias ben�ficas para ajudar a melhorar seus sistemas imunol�gicos, melhorar suas respostas a certas vacinas e reduzir sua suscetibilidade a infec��es", acrescentou.


George Savva, estat�stico do centro de pesquisa Quadram Institute de ci�ncia biol�gica, observou que "� importante come�ar a entender os fatores que contribuem para a resposta � vacina em beb�s e o papel do microbioma".


Mas ele destacou que era um estudo relativamente pequeno e que mais pesquisas seriam necess�rias antes que fosse seguro tirar conclus�es s�lidas.


- Este texto foi publicado em
https://www.bbc.com/portuguese/geral-63650937


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