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Estado de Minas MEIO AMBIENTE

Os jovens e a preocupa��o com a crise clim�tica

Preocupados com as quest�es clim�ticas, adolescentes se engajam em atos a favor da natureza e da sustentabilidade


27/11/2022 08:40 - atualizado 27/11/2022 08:49

João Pankararu
Integrante da Articula��o dos Povos e Organiza��es Ind�genas do Nordeste, Minas Gerais e Esp�rito Santo (Apoinme), Jo�o Pankararu, de 25 anos, participou da COP 27 (foto: Raul de Lima/Divulga��o)

Considerados o futuro do planeta, os jovens est�o cada vez mais engajados em pautas ligadas ao meio ambiente e a favor de bandeiras sustent�veis. O protagonismo cresceu � medida em que s�o sentidos os efeitos das mudan�as clim�ticas. Um estudo do Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef) apontou que mais de 40 milh�es de crian�as e adolescentes do Brasil est�o expostos a um ou mais riscos ambientais agravados pelo aquecimento global.
 
O ativista ind�gena Jo�o Vitor Pankararu, de 25 anos, � um dos jovens que lutam por um mundo mais ecossist�mico. Integrante da Articula��o dos Povos e Organiza��es Ind�genas do Nordeste, Minas Gerais e Esp�rito Santo (Apoinme), ele teve a oportunidade de participar da COP 27 — confer�ncia do clima da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), no Egito.
 
"Foi muito significativo para mim, enquanto jovem, e enquanto morador de uma regi�o do Nordeste, que tem um bioma, a caatinga — muito pouco falado. Levar a esses espa�os, esses diferentes contextos, essas diferentes realidades � muito importante para que as pessoas do mundo conhe�am e tomem ci�ncia de que existem muitos agentes fazendo essa transforma��o e que n�s, jovens, estamos envolvidos nessa grande prote��o ao meio ambiente", disse.
 
 
Pankararu tamb�m esteve presente na Semana do Clima em Nova York, Estados Unidos, em setembro. No Egito, teve a oportunidade de trocar experi�ncias com outros jovens engajados em pautas ambientais. "A��es como reflorestamento, plantio de mudas, monitoramento dos territ�rios ind�genas, tudo isso s�o pr�ticas que nos aproximam da terra e a gente consegue ouvir os sinais que a terra tem dado", apontou.
 
"A gente est� diretamente nos territ�rios, entendendo como as coisas t�m acontecido, como a Terra tem se comportado e estamos tentando difundir esse recado, que a Terra precisa de ajuda'', destacou Pankararu.
 
Na mesma dire��o, a jovem ind�gena Bruna Fl�via Tabajara, de 23 anos, moradora da Aldeia Vit�ria, em Jo�o Pessoa (PB), ressaltou que as pautas verdes est�o cada vez mais presentes nos debates de sua faixa et�ria. Ela tamb�m destacou as discuss�es sobre os povos origin�rios.
 
"Cuidar do clima e do meio ambiente � cuidar do nosso futuro e isso � muito importante. Quando se trata de pautas ambientais, a popula��o, seja ind�gena ou n�o ind�gena, tem que agir conjuntamente. Os ind�genas s�o mais atingidos, porque o meio ambiente est� sendo degradado e nos atinge de forma direta", observou.
 
Bruna Tabajara ressaltou que o reflorestamento, a planta��o de mudas e o monitoramento dos territ�rios ind�genas s�o algumas das a��es que ajudam na preserva��o da biodiversidade do pa�s. "Temos realizado uma a��o de reflorestamento na minha aldeia com o apoio do instituto Hans Haller Stiftung — funda��o de apoio a crian�as e adolescentes do Nordeste. Eles fizeram a doa��o de mudas de �rvores e a a��o foi essencial para cuidar e olhar para o nosso futuro", afirmou.
 
Clima extremo Segundo dados do relat�rio “Crian�as, Adolescentes e Mudan�as Clim�ticas no Brasil”, publicado em novembro deste ano pelo Unicef, mais de 40 milh�es de crian�as e adolescentes est�o expostas a um ou mais riscos ambientais no Brasil. O estudo apontou que faltam no pa�s pol�ticas p�blicas de combate � crise clim�tica que priorizem as popula��es mais vulner�veis.
 
Crian�as, principalmente as em situa��o de vulnerabilidade, como as negras, pobres e ind�genas, s�o as mais sujeitas aos efeitos ambientais. Os impactos seriam desde a frequ�ncia de chuvas at� a amplitude t�rmica e as ondas de calor; da quantidade e da intensidade de eventos extremos, como ciclones e queimadas, at� o prolongamento de secas extremas. Todos esses fen�menos afetam a vida humana de diversas formas, colocando em risco o bem-estar, o desenvolvimento e a pr�pria sobreviv�ncia das pessoas.
 
De acordo com o estudo “�ndice de Risco Clim�tico das Crian�as”, do Unicef, em todo o mundo passa de 2 bilh�es o n�mero de crian�as expostas a mais de um efeito negativo, choque ou estresse clim�tico. O levantamento indicou tamb�m que mais de 8,6 milh�es de meninas e meninos brasileiros podem sofrer com a falta de �gua, e mais de 7,3 milh�es est�o expostos ao risco de enchentes de rios.
 
A antrop�loga e indigenista Amanda Signori indica que a ecologia � um assunto essencial para a sobreviv�ncia dos povos origin�rios. Ela destacou que a escalada do desmatamento, o avan�o do garimpo e outras pr�ticas de destrui��o do meio ambiente afetam diretamente a vida dos ind�genas.

"H� muito tempo os povos origin�rios (ind�genas, quilombolas, ribeirinhos) nos informam como preservar a natureza e todas as formas de vida existentes. E se s�o eles hoje os mais afetados, � justamente porque n�o t�m essa separa��o natureza e cultura. Ou seja, os seus modos de vida est�o diretamente associados e interligados � preserva��o da natureza", explicou.
 
Na avalia��o da antrop�loga, os jovens devem estar inseridos nos debates socioambientais. "� importante que o tema seja abordado nas escolas, mas considerando sempre a rela��o do movimento ambientalista com o movimento ind�gena. Os jovens precisam ser estimulados cada vez mais a pensar nisso", disse.

*Estagi�ria sob supervis�o de Carlos Alexandre de Souza


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