Xuxa

'Moramos num pa�s onde 'velha' vem como um neg�cio pesado' , diz Xuxa, que far� 60 anos em mar�o

Reprodu��o/Instagram Babados - Xuxa
Ser velha, velho, envelhecer, al�m das dificuldades fisiol�gicas inerentes � idade, traz um peso social, de um n�mero, que s� aumenta os obst�culos na vida de quem consegue se tornar velho ou velha. Tenho certeza de que, at� aqui, muitos j� se incomodaram com o uso do termo “velho”. Por que? O preconceito, o inc�modo, a cobran�a, o desajuste, a vontade ou a press�o no disfar�ar a idade j� come�am pela nomeclatura: idoso, maduro, terceira idade, melhor idade, experiente, s�nior, idade prateada... Nunca velha ou velho. Como se fosse uma ofensa.

Mesmo quem � defensor e luta contra o etarismo, a discrimina��o por idade contra indiv�duos ou grupos et�rios com base em estere�tipos, discrimina��o et�ria, discrimina��o generacional, n�o � natural sair por a� verbalizando ou ouvindo “sou velho”, “sou velha”. Evita-se a palavra como se fosse afronta, desacato, desfeita, desrespeito. As pessoas se sentem desconfort�veis no falar e no ouvir. � como Xuxa, que far� 60 anos no dia 27 de mar�o, declarou em entrevista ao jornal O Globo h� poucos dias: "Moramos num pa�s onde “velha” vem como um neg�cio pesado. Colocam uma coisa ruim ao lado da experi�ncia que a maturidade traz. Eu sou uma privilegiada, se voc� puser a minha hist�ria ao lado das de tantas outras mulheres. N�o sofri preconceitos ao longo da minha carreira. E continuo trabalhando aos 60”.

E ser uma mulher velha, ent�o, no Brasil, a carga � imensamente maior. O grau de cobran�a para reverter o tempo ou, simplesmente, o apagamento e a invisibilidade da mulher a partir dos 40, 50, 60 anos s�o aterradores. E n�o s� individualmente, mas socialmente e, claro, no ambiente profissional, do trabalho. Da�, o Brasil, que de l�der nos anos 2018 e 2019, em 2022, caiu par ao segundo lugar do ranking internacional de realiza��es de cirurgias pl�sticas, segundo levantamento mais recente da Sociedade Internacional da Cirurgia Pl�stica (ISAPS), perdendo agora o posto para os Estados Unidos. De 1,5 milh�o de procedimento por ano, o n�mero foi para pouco mais de 1,3 milh�o.

E as mulheres s�o as principais v�timas: 86,3% dos procedimentos cir�rgicos s�o feitos por elas e 13,7% por homens. E a preocupa��o com o envelhecimento come�a cada vez mais cedo, �s vezes, se inicia na adolesc�ncia. Cirurgias, interven��es, preenchimentos, botox, cremes anti-idade e, muitas vezes, procedimentos prescritos e adotados atr�s de um discurso de aceita��o, bem-estar, autocuidado, autoestima e que, na verdade, segue uma exig�ncia de mercado e de uma sociedade em que o jovem � quem dita as regras.

A jornalista Gl�ria Maria, que n�o revelava a idade, por vaidade ou n�o, a quest�o era que a atitude de esconder quantos anos tinha, era uma forma de se preservar de um n�mero que, anunciado, involuntariamente, iria definir, tolir ou restringir o que realmente ela era. Em dezembro de 2021, no podcast "Mano a Mano", apresentado por Mano Brown, Gl�ria Maria disse que 'nunca ningu�m disse como eu tinha que viver e n�o vai ser por causa de idade, cada um d� a idade que quer porque essa preocupa��o n�o � minha, � do mundo'".

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� preciso parecer jovem

Madonna

Criticada pela apar�ncia do seu rosto, Madonna respondeu em sua rede social: 'Mais uma vez, estou presa no olhar do preconceito e misoginia que permeia o mundo em que vivemos. Um mundo que se recusa a celebrar mulheres com mais de 45 anos'

Frazer Harrison/AFP

E se a mulher decide pelos procedimentos est�ticos para se sentir melhor, mais jovem de acordo com seu desejo, tamb�m � massacrada tanto por homens quanto por outras mulheres. Cr�ticas de descontrole, de n�o saber envelhecer. � atacada, que o diga Madonna, de 64 anos, ï¿½cone pop, que depois de aparecer para entrega de um pr�mio Grammy, o Oscar da m�sica, nos EUA, em 5 de fevereiro, recebeu uma avalanche de ofensas etaristas e sexistas por causa da apar�ncia do seu rosto. Se Madonna � questionada, imagina uma mulher mortal? A Rainha do Pop rebateu as cr�ticas em seu Instagram: ““(...) Mais uma vez, estou presa no olhar do preconceito e misoginia que permeia o mundo em que vivemos. Um mundo que se recusa a celebrar mulheres com mais de 45 anos e sente a necessidade de as castigarem se elas continuam fortes, trabalhadoras e aventureiras””.

Por outro lado, se um grupo de mulheres decide viver o envelhecimento sem passar por nenhum procedimento est�tico, invasivo ou n�o, elas tamb�m s�o criticadas. Ao deixar o cabelo branco, n�o se tornar escrava da tintura, � sinal de desmazelo, desleixo. Se as rugas ficam cada dia mais aparentes, � preciso dar um jeitinho para ameniz�-las, camufl�-las. Se � um artista, h� coment�rios sobre “n�o envelhece bem”, "desrespeito ao p�blico", j� que no universo dos famosos a apar�ncia � tudo e n�o basta ser bonito ou bonita, � preciso parecer jovem.

A idade se coloca mais v�sivel e do�da para o universo feminino

Psicóloga Renata Feldman

Para a psic�loga Renata Feldman, correr contra o tempo para a mulher significa empreender uma �rdua e exaustiva batalha para se realizar enquanto m�e, mulher e profissional

Edesio Ferreira/EM/D.A Press

Renata Feldman, psic�loga cl�nica humanista, escritora e palestrante, lembra aos mais desavisados que tanto a mulher quanto o homem, ambos t�m idade, RG, data de anivers�rio: "Mas o famoso “peso da idade” parece recair mais sobre as mulheres do que para os homens. Seja pelas quest�es corporais e hormonais que acabam evidenciando e intensificando a passagem do tempo, seja pela sobrecarga de trabalho inerente aos m�ltiplos papeis assumidos (profissional, m�e, mulher, dona de casa), a idade costuma se colocar de forma mais vis�vel e percept�vel (muitas vezes do�da) para o universo feminino".

Na an�lise da psic�loga, envelhecer � um processo �rduo, ingl�rio, porque carrega em si um doloroso conflito: "No seu �ntimo, � como se muitas mulheres pensassem, dissessem, se rebelassem: “sei que vou envelhecer, � fato. Mas n�o quero, n�o gostaria, me recuso.” (Como se essa recusa – t�o presente nos atuais procedimentos est�ticos – fosse poss�vel. Ela pode at� atenuar a passagem do tempo, mas este � um senhor rigoroso, implac�vel. Nada det�m a marcha do tempo.)"

Renata Feldman enfatiza que, especialmente para a mulher brasileira, t�o aprisionada a uma cultura que valoriza o culto ao corpo e um elevado padr�o est�tico, envelhecer significa perder: "N�o s� col�geno, mas tamb�m um olhar de aprova��o do outro (e de si mesma). Para muitas mulheres, o envelhecimento est� ligado � perda de vi�o, beleza, juventude, afeto, reconhecimento, desejo. Elas se cobram e fazem verdadeiros malabarismos para prorrogar ao m�ximo o envelhecimento, como se isso fosse poss�vel. O envelhecimento � certo, ele vem. E traz dor e sofrimento para muitas mulheres".

Para a psic�loga, a mulher lutou muito (e ainda luta) para conquistar seu lugar ao sol: "Vem se descobrindo e se posicionando de v�rias maneiras, explorando seus potenciais e mostrando seu talento ao mundo. Gl�ria Maria foi um exemplo e uma inspira��o para muitas mulheres. E se ela escondeu a idade para se desvencilhar das amarras que nos aprisionam, este � um dado e um registro importante".

A passagem do tempo para a mulher vai al�m da idade

Conforme Renata Feldman, a mulher parece enxergar a passagem do tempo como algo muito al�m de um simples e festivo soprar de velas: "Cada d�cada celebrada – especialmente a partir dos 30 anos – carrega um peso e um lugar diferenciado no seu cora��o, na sua psique. H� uma ansiedade, uma corrida contra o rel�gio biol�gico. Correr contra o tempo significa empreender uma �rdua e, muitas vezes, exaustiva batalha para se realizar enquanto m�e, mulher, profissional. A inexorabilidade do tempo se imp�e de forma contundente, explicitando o conflito entre corpo e mente". 

Quando as mulheres descobrem que podem - e devem - olhar muito mais para dentro do que para fora, se libertando de padr�es que tentam enquadr�-las a todo custo, elas se veem livres para serem quem elas verdadeiramente s�o. E assim n�o se apagam, n�o se permitem viver um processo de 'invisibilidade' perante o mundo e a si mesma

Renata Feldman, psic�loga cl�nica humanista, escritora e palestrante



Quanto a declara��o da Xuxa, � porta dos 60 anos, Renata Feldaman lembra que muitas pessoas perdem de vista a no��o de naturalidade que acompanha o processo de envelhecer: "� algo natural, factual, inevit�vel: faz parte da vida. (Como dsse a dra. Ana Claudia Quintana Arantes em um workshop sobre como envelhecer bem, “s� h� um jeito de n�o envelhecer: morrendo antes”). A quest�o � a maneira como esse processo � enxergado e significado: repleto de estere�tipos e com uma carga pejorativa que faz com que muitas mulheres se sintam ref�ns do seu pr�prio envelhecer. Felizes daquelas que descobrem a beleza da maturidade, e o quanto podem seguir o curso da vida sem se aprisionar a julgamentos e preconceitos t�o nocivos e paralisantes". 

Olhar mais para dentro do que para fora: a grande descoberta

Renata Feldman recomenda a busca pela autoestima, autocuidado, autenticidade e aceita��o: "Quando as mulheres descobrem que podem – e devem – olhar muito mais para dentro do que para fora, se libertando de padr�es que tentam enquadr�-las a todo custo, elas se veem livres para serem quem elas verdadeiramente s�o. E assim n�o se apagam, n�o se permitem viver um processo de “invisibilidade” perante o mundo e a si mesma".

Para a psic�loga, a melhor forma de enfrentar o etarismo � tomando consci�ncia dele e de suas armadilhas; � se conhecer, saber quem se � de verdade e n�o dar permiss�o para que o preconceito tome espa�o: "H� “mulheres que correm com os lobos”, numa cita��o � cl�ssica obra de Clarissa Pinkola Est�s, e h� mulheres que se tornam cativas de suas dores, press�es, fragilidades, conflitos. � uma quest�o de escolha, seguir ou ficar. Voar ou se aprisionar. Voemos, pois".

Glória Maria

Em dezembro de 2021, no podcast "Mano a Mano", Gl�ria Maria disse que 'nunca ningu�m disse como eu tinha que viver e n�o vai ser por causa de idade'

Ramon Vasconcelos/Globo TV/AFP)

Brasil: pa�s que envelhece e n�o respeita os velhos

A cobran�a incessante e o n�o direito da mulher envelhecer (o homem tamb�m, claro) anda na contram�o de um Brasil que em 2050 ter� um em cada tr�s brasileiros velhos.  O pa�s, que j� foi conhecido como uma na��o de jovens, v� sua popula��o envelhecer rapidamente. De acordo com a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) o n�mero de pessoas com idade superior a 60 anos chegar� a 2 bilh�es de pessoas at� 2050, o que representar� um quinto da popula��o mundial. Conforme dados do Minist�rio da Sa�de, o Brasil, em 2016, tinha a quinta maior popula��o velha do mundo, e, em 2030, o n�mero de velhos ultrapassar� o total de crian�as entre zero e 14 anos. Num per�odo de oito d�cadas, a expectativa de vida dos brasileiros saltou dos 45 para os 75 anos.

O que diz a medicina

Simone de Paula Pessoa Lima, médica geriatra da empresa especializada em home care, Saúde no Lar

Simone de Paula Pessoa Lima, m�dica geriatra da empresa especializada em home care, Sa�de no Lar,

Jordana Nesio/Divulga��o
Simone de Paula Pessoa Lima, m�dica geriatra da empresa especializada em home care, Sa�de no Lar, explica que o  envelhecimento e a longevidade v�o ser determinados por uma s�rie de fatores, tais como fatores biol�gicos, quest�es psicol�gicas, gen�tica, estilo de vida, ambiental, outros: "Desde sempre as mulheres foram cobradas a cumprir pap�is sociais, tais como casar e ter filhos. Isso faz parecer que elas teriam de correr para realizar tais fun��es antes de envelhecer. Hoje em dia, as coisas – ainda bem – est�o diferentes. Elas est�o mais livres para tais pap�is se quiserem, mas se n�o, podem simplesmente adiar ou, ent�o, n�o os cumprir. Mas, independentemente disso, as mulheres sempre foram mais cuidadosas que os homens e acabam se preocupando mais com a sa�de".

A geriatra conta que o c�rebro encolhe com a idade: "J� os horm�nios femininos e masculinos fazem com que os dois sexos tenham muitas mudan�as � medida que envelhecem (nas mulheres, o climat�rio � o nome dado ao per�odo em que h� um decl�nio dos horm�nios sexuais, que resultam na menopausa, e nos homens, de forma mais gradual e menos intensa, os n�veis de testosterona diminuem mais lentamente). Fato � que o envelhecimento � algo �nico e individualizado e � um processo. Ele n�o ocorre aos 60 anos, mas sim, ao longo da vida e deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar de sa�de para que ocorra com qualidade de vida".

O envelhecimento da mulher brasileira

Para Simone de Paula Pessoa Lima, a idade para a mulher se torna um sofrimento por v�rios motivos: "Perde-se fisicamente e h� uma invisibilidade que ocorre de forma precoce. Mulheres, dependendo do par�metro que est�o sendo analisadas, j� respondem a brincadeiras como ‘est� ficando velha, hein?’. Nossa sociedade, infelizmente, culturalmente falando, � patriarcal e entende a mulher como sendo ‘curvas’ , malha��o e cheia de formas. Quando n�o atende mais a esses padr�es, � como se o tempo tivesse passado.
N�o � � toa que a busca por procedimentos est�ticos � algo cada vez maior e mais precoce nesse p�blico, � medida que envelhece. O objetivo �, de alguma forma, tentar minimizar os efeitos do tempo e atingir o padr�o estipulado pela sociedade." 

A impot�ncia sexual atormenta os homens velhos

J� os homens n�o t�m tanta cobran�a corporal: "O medo com o envelhecimento gira em torno da impot�ncia sexual, aposentadoria e o receio de depender de outras pessoas. O da mulher � algo mais profundo e maior. Ela reflete mais sobre seus pap�is.  Passa a ser julgada pela roupa que est� usando, por pintar – ou n�o – seus cabelos. Com rela��o ao profissional, o medo tem rela��o com a troca. Vivemos em uma sociedade em que a cultura, em grande parte das empresas, expressa-se no sentido de trocar funcion�rios mais velhos por outros mais novos por entender que eles v�o render e produzir mais e ainda, ganhar menos. Ou seja, a experi�ncia, os valores e conhecimento acabam sendo deixados de lado", destaca a geriatra.

Envelhecimento saud�vel 

Quanto a sa�de em si, a m�dica geriatra destaca a exist�ncia de alguns pilares para um envelhecimento realmente saud�vel. Entre eles:
  • Uma boa nutri��o, ofertando ao idoso alimentos com nutrientes, vitaminas e outros compostos que ajudem o bom funcionamento do organismo
  • Um acompanhamento profissional regular para descobrir precocemente algum problema, se existe ou n�o algum d�ficit
  • Atividade f�sica, que tamb�m � important�ssima, pois al�m de reduzir o risco de doen�as cr�nicas, melhora o humor, a mobilidade, o conv�vio social e ajuda a manter o peso corporal e aumentar a massa magra
  • Manter uma rede de conv�vio n�o s� com familiares e entes queridos, mas com amigos e amigas, o que ajuda consideravelmente na melhora do humor e o faz mais independente.
"Apesar da vis�o do idoso ter mudado e viver tempos de mais liberdade, de mais felicidade, de menos etiquetas e r�tulos, ainda assim, ele enfrenta, mesmo que de forma mais branda, o etarismo. 
Devemos continuar batendo em teclas que digam respeito n�o s� ao acolhimento e inser��o social. Mais do que isso, � necess�rio fazer com que as pessoas entendam que o envelhecer faz parte da vida e que � um processo. Desde crian�a n�s envelhecemos e ele acontece em todo momento da vida", lembra Simone de Paula Pessoa Lima.

Conforme a geriatra, � importante ainda "criar projetos de vida  significativos e que ultrapassem barreiras relacionadas � idade, beleza ou corpo f�sico fazem com que o envelhecer seja mais tranquilo". 

Qual especialidade m�dica acionar? 

Geriatra ou geront�logo? Qual procurar e em qual idade? Simone Lima ensina que o geriatra � uma especialidade m�dica que estudou mais sobre o processo de envelhecimento. J� o geront�logo s�o todos os profissionais que estudaram mais sobre o processo de envelhecimento: "N�o existe uma hora certa. No Brasil, a pessoa � considerada idosa a partir dos 60 anos. Mas nada impede que o indiv�duo que n�o tenha um bom acompanhamento cl�nico e que queira fazer uma preven��o, comece a fazer acompanhamento com o geriatra. � ele quem busca a promo��o da sa�de, por meio da aten��o � qualidade de vida como um todo, atentando para cuidados especiais f�sicos, emocionais e ps�quicos do paciente que est� em processo de envelhecimento".

A m�dica lembra que esse acompanhamento � fundamental para prevenir e tratar doen�as t�picas da velhice: "Quanto mais cuidado, menor o risco de problemas severos. Al�m disso, o especialista pode tamb�m fornecer cuidados paliativos �queles que tenham doen�as sem possibilidade de cura".

Vale registrar, conforme a geriatra, que a gerontologia � o estudo do envelhecimento em aspectos biol�gicos, psicol�gicos e sociais e � uma �rea que se dedica a quest�es multidimensionais do envelhecimento e da velhice, com o intuito de prevenir e intervir na vida do idoso para garantir mais qualidade de vida a esse p�blico."Ele pode ter forma��o em �reas como a psicologia, assist�ncia social, terapia ocupacional, nutri��o, direito, dentre outros. 

E sobre o "desabafo" da Xuxa, que ganhou destaque nas redes sociais e virou o assunto do momento, a m�dica geriatra diz que "ela tem raz�o. Pecisamos de uma mudan�a social e cultural e isso demanda tempo. Muita coisa mudou e melhorou, mas ainda existe. As pessoas est�o envelhecendo e o mundo ainda considera que envelhecer � ficar dependente, doente. J� est� na hora de dissociar isso. O idoso n�o pode ser associado a um fardo, a doen�as ou incapacidade. Temos idosos com 90 anos e que n�o s�o incapazes. 
� necess�rio fazer com que as pessoas reconhe�am a diversidade e a experi�ncia do idoso. Trabalhar com a��es que combatam esse preconceito tanto na m�dia como na sociedade como um todo. Al�m de conscientizar a popula��o sobre o etarismo e suas consequ�ncias.
Estere�tipos baseados na idade, sejam eles profissionais, f�sicos ou sociais, podem causar efeitos muito negativos", alerta a geriatra.