mulher grávida de perfil segura uma flor na frente da barriga

A pr�-ecl�mpsia � uma doen�a grave e perigosa relacionada com o aumento da press�o arterial de gr�vidas

wendy CORNIQUET/Pixabay
R�pida e perigosa. Essas s�o duas potenciais caracter�sticas da pr�-ecl�mpsia, doen�a grave relacionada com o aumento da press�o arterial de gr�vidas. O termo eclampsia, inclusive, � uma palavra de origem grega que significa raio ou rel�mpago. Ela pode ocorrer em qualquer gestante durante a segunda metade da gravidez ou at� seis meses ap�s o parto. Identific�-la o mais cedo poss�vel � fundamental para a garantia da sa�de materna e dos beb�s, de modo que a informa��o sobre a doen�a seja de amplo conhecimento n�o apenas das mulheres, mas tamb�m do companheiro, familiares e amigos que acompanham a gesta��o.

Os n�meros sobre a doen�a assustam. A pr�-ecl�mpsia afeta de 5 a 10% das gesta��es em todo o mundo, sendo a principal causa de morte materna e de crian�as, 75 mil e 500 mil, respectivamente, a cada ano. Mais de 99% das mortes maternas ocorrem em pa�ses pobres ou em desenvolvimento. Na Am�rica Latina, ela � respons�vel por uma em cada quatro mortes maternas.

“Para al�m da quest�o da mortalidade, a pr�-ecl�mpsia � a causa comum de prematuridade, sendo respons�vel por 20% de todas as interna��es em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), um dado que preocupa e que mostra toda a aten��o que se deve dar para gestantes e seus beb�s”, alerta Nelson Sass, professor do Departamento de Obstetr�cia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de S�o Paulo (EPM/Unifesp) e membro da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertens�o na Gravidez (RBEHG).

Com preven��o dif�cil, a ocorr�ncia de ecl�mpsia e suas consequ�ncias podem e devem ser evitadas

Para Sass, embora a fisiopatologia da pr�-ecl�mpsia ainda n�o tenha sido totalmente desvendada e a sua completa preven��o seja algo ainda dif�cil, a ocorr�ncia de eclampsia e suas consequ�ncias podem e devem ser evitadas. “Em pleno s�culo 21, sabemos bem o que fazer para tratar a hipertens�o na gesta��o e erradicar a morte que ela causa. Esse trabalho passa, necessariamente, pela informa��o, de modo que a gestante consiga reconhecer os sinais e sintomas precocemente e busque aux�lio m�dico em tempo para iniciar o tratamento”.
 
Os principais sintomas que podem identificar a pr�-ecl�mpsia e que devem ser observados s�o dor de cabe�a forte que n�o desaparece com medica��o, incha�o no rosto e nas m�os, ganho de peso de um quilo ou mais em uma semana, dificuldade para respirar ou respira��o ofegante, n�usea ou v�mito ap�s os primeiros tr�s meses de gesta��o, perda ou altera��es na vis�o, como borramento e luzes piscando, e dor no abdome na regi�o direita, pr�ximo ao est�mago.

“Esses s�o alguns dos sintomas que podem aparecer de maneira isolada ou conjugados e que podem apontar para um quadro de hipertens�o e necessidade de interven��o m�dica. A urg�ncia n�o � sem raz�o. As m�es podem convulsionar e correm risco de morte. Beb�s tamb�m correm risco de morte ou de nascimento prematuro”, ressalta o docente da Unifesp.
T�o importante quanto a posse dessas informa��es por parte das gestantes e de quem acompanha uma gr�vida � o aprofundamento do entendimento m�dico acerca da doen�a.

Nesse sentido, explica Sass, “m�dicos que atuam na RBEHG t�m proposto projetos com o objetivo de se alcan�ar ‘zero morte materna por hipertens�o’, ao mesmo em que a Federa��o Brasileira das Associa��es de Ginecologia e Obstetr�cia (Febrasgo), com sua educa��o continuada, atua na discuss�o da eclampsia em congressos e na emiss�o de protocolos de tratamento e de conduta de prestadores de sa�de, como cl�nicos, obstetras e enfermeiros(as), muito adequados, procurando trazer luz a esse grave problema nacional, que � a hipertens�o arterial na gesta��o”.