moça deitada em frente à TV, com controle remoto na mão e comendo pipoca

Sedent�rios: muitos preferem ficar no sof� em frente � TV do que ir praticar alguma atividade f�sica

Jan Vasek/Pixabay
A falta de atividades f�sicas � um dos fatores respons�veis por muitas doen�as e condi��es que agravam a sa�de. Para alertar sobre a import�ncia de incluir a pr�tica di�ria de exerc�cios, no dia 10 de mar�o � comemorado o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo. Data escolhida pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) para chamar a aten��o da popula��o sobre as graves consequ�ncias causadas pela falta de atividade f�sica e incentivar pr�ticas que elevam a qualidade de vida e previnem doen�as cr�nicas e outras ainda mais graves.

At� 2030, meio bilh�o de pessoas poder�o desenvolver obesidade, diabetes, doen�as cardiovasculares e outras enfermidades devido ao sedentarismo, conforme aponta o relat�rio da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), “Status Global sobre Atividade F�sica 2022”. Tal comportamento torna-se ainda mais nocivo quando associado a um padr�o alimentar inadequado – pouco nutritivo e rico em a��cares e gorduras –, e eleva, de acordo com o Instituto Nacional do C�ncer (Inca), o risco do surgimento de 13 tipos de c�ncer, incluindo o colorretal e renal, que s�o refor�ados neste m�s em campanhas de conscientiza��o e preven��o. O sedentarismo � um fator de risco.

“A falta de atividade f�sica combinada � ingest�o excessiva de carne vermelha, alimentos ultraprocessados e pobres em vitaminas e fibras contribuem para a obesidade e favorecem o aumento de casos de neoplasias. A obesidade est� associada a mediadores inflamat�rios e anormalidades metab�licas e end�crinas, que promovem o crescimento celular e exercem efeitos antiapopt�ticos, o que significa dizer que as c�lulas cancer�genas n�o se autodestroem mesmo ap�s graves danos no DNA, conforme o “Terceiro Relat�rio de Especialistas, Dieta, Nutri��o, Atividade F�sica e C�ncer: uma perspectiva global”, do Fundo Mundial de Pesquisa em C�ncer (WCRF, do ingl�s, World Cancer Research Fund) e do Instituto Americano para Pesquisa em C�ncer (AICR, do ingl�s, American Institute for Cancer Research)”, elucida Lorena Goulart, nutricionista da Oncocl�nicas Belo Horizonte. 

Alexandre Jácome

Oncologista gastrointestinal Alexandre J�come alerta que entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento do c�ncer colorretal est�o os h�bitos de vida

Arquivo Pessoal
O oncologista gastrointestinal da Oncocl�nicas Belo Horizonte, Alexandre J�come, alerta que entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento do c�ncer colorretal est�o os h�bitos de vida, havendo uma rela��o evidente entre o surgimento do tumor e o �ndice de desenvolvimento humano (IDH) de um pa�s.

“Pa�ses mais ricos apresentam as maiores taxas de incid�ncia da doen�a, o que vai ao encontro do achado de maior risco de desenvolvimento do c�ncer colorretal em pessoas com sobrepeso ou obesidade, sedent�rias, tabagistas e que fazem uso excessivo de bebidas alco�licas. Apenas de 5 a 10% dos pacientes acometidos pelo c�ncer de c�lon e reto herdaram altera��es gen�ticas que aumentam o risco de desenvolvimento do tumor. Essa probabilidade ser� maior quanto mais jovem for o paciente”, descreve o oncologista.

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Homens e mulheres

No Brasil s�o estimados mais de 40 mil novos casos de c�ncer colorretal para cada ano do tri�nio 2023-2025, segundo o Inca. Trata-se do segundo tipo mais incidente em homens e mulheres, depois do c�ncer de pr�stata e de mama, � exce��o das neoplasias de pele n�o melanoma. Em quase 90% dos casos � poss�vel preveni-lo por meio do rastreio de altera��es pr�-cancerosas, como explica o oncologista.

“A colonoscopia permite a identifica��o em indiv�duos saud�veis e sem sintomas de les�es pr�-malignas – p�lipos – que s�o removidas, impedindo a evolu��o para les�es malignas. Existe um temor em torno do exame cuja prepara��o exige lavagem intestinal e � feita com seda��o, mas trata-se de um exame seguro, indolor e fundamental. Baseado nas recomenda��es da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, todo indiv�duo com idade igual ou superior a 50 anos deve iniciar o rastreamento do c�ncer de intestino, que pode ser realizado tanto pela pesquisa de sangue oculto nas fezes, como pela colonoscopia, preferencialmente”, informa Alexandre J�come.
O especialista acrescenta que os sintomas intestinais associados ao c�ncer de c�lon e reto tamb�m s�o encontrados em condi��es benignas, o que pode atrasar a busca por ajuda m�dica.  “Diarreia, constipa��o, dor abdominal e at� mesmo perda de sangue nas fezes, que frequentemente ocorre na presen�a de doen�a hemorroid�ria, podem levar a uma interpreta��o equivocada do paciente. Em situa��es de doen�a mais avan�ada, podemos observar perda de peso n�o intencional”, descreve.

Mais de 12 mil casos de c�ncer renal por ano

Flávio Cárcano

Fl�vio C�rcano, oncologista especialista em tumores geniturin�rios, destaca que o c�ncer renal est� sendo duas vezes mais prevalente em homens do que em mulheres

Arquivo Pessoal
Apesar de n�o constar no documento “Estimativa 2023 - Incid�ncia de C�ncer no Brasil”, do INCA, s�o esperados cerca de 12 mil registros de c�ncer renal ao ano por aqui, de acordo com a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), que est� entre os 10 tipos de tumores mais frequentes, segundo a American Cancer Society. Trata-se tamb�m de uma neoplasia relacionada ao sedentarismo e outras causas, como explica Fl�vio C�rcano, oncologista especialista em tumores geniturin�rios da Oncocl�nicas Belo Horizonte.

“Obesidade, cigarro, press�o alta, idade, pedra nos rins, insufici�ncia renal e uso prolongado de di�lise, e hist�ria familiar s�o os principais fatores de risco. O c�ncer renal est� sendo duas vezes mais prevalente em homens do que em mulheres, e mais incidente em pessoas acima de 45 anos”, observa o m�dico.

Segundo C�rcano, o c�ncer renal n�o apresenta sintomas iniciais e o diagn�stico costuma ser feito em exames de rotina, como ultrassonografia abdominal. “Contudo, � importante ficar atento a sinais como sangue na urina, dores abdominais ou dor lombar, perda de peso, febre ou suores noturnos, cansa�o, incha�o nos p�s e nas pernas, hipertens�o arterial rec�m-desenvolvida e procurar um m�dico”, recomenda.