sinais de chegada de e-mails saindo de um smartphone

Como anda sua caixa de e-mail? Ou mesmo a fila de mensagens no whastapp? Demandas al�m da conta e o outro �vido por respostas r�pidas e imediatas?

Gerd Altmann /Pixabay
Como anda sua caixa de e-mail? Ou mesmo a fila de mensagens no whastapp? Demandas al�m da conta e o outro �vido por respostas r�pidas e imediatas? Esse � o lado perverso da tecnologia que, n�o s� ajuda, tamb�m � culpada por v�rios danos � sa�de, tanto f�sica quanto mental. No estudo “Killing Us Softly” (na tradu��o “Matando-nos suavemente”), pesquisadores da Virginia Tech University, Lehigh University e Colorado State University, institui��es dos Estados Unidos, entrevistaram mais de 400 funcion�rios, de diferentes setores, e pessoas pr�ximas a eles e conclu�ram que o monitoramento excessivo de e-mails durante o hor�rio de folga � prejudicial ao bem-estar e aos relacionamentos. 
 
E tal patrulha deu origem a um comportamento da atual sociedade que, popularmente, ganhou o nome de “e-ansiedade”, termo que se refere a um tipo de sobrecarga e comprometimento da sa�de mental de funcion�rios devido � urg�ncia em responder e-mails e mensagens durante o hor�rio de folga.  “N�o h� uma defini��o cient�fica para o termo "e-ansiedade". Ele � utilizado no senso comum como uma forma de ilustrar a ansiedade desencadeada por demandas do mundo virtual. Nesse sentido, o termo “e-ansiedade” serve mais para especificar o gatilho da ansiedade (no caso, a internet) para representar uma categoria � parte da ansiedade t�pica”, explica o psic�logo e coordenador do curso de psicologia da Est�cio BH, Thales Vianna Coutinho.

Conforme Thales Vianna Coutinho, sendo a “e-ansiedade” nada mais que uma ansiedade devido �s demandas da internet, as mesmas recomenda��es que se aplicam aos casos de ansiedade t�pica se aplicam a ela. Lembrando que n�o � poss�vel se “blindar”. “Blindagem pressup�e um isolamento ou uma prote��o quase que absoluta. A ansiedade � parte da vida, tanto fora quanto dentro do mundo virtual. Nesse sentido, mais vale contar com uma regula��o da ansiedade do que com uma tentativa v� de se blindar contra ela. Por exemplo, o reconhecimento dos pr�prios limites humanos e a aceita��o de que n�o � poss�vel se desdobrar em dois para exercer alguma tarefa, pode minimiz�-la. O policiamento para evitar a tend�ncia de catastrofizar, que seria o exagero da antecipa��o de algum evento futuro negativo, decorrente do n�o cumprimento de demandas on-line, tamb�m pode ajudar a control�-la."

Os gatilhos e o peso do imediatismo

Thales Vianna Coutinho

'O termo 'e-ansiedade' serve mais para especificar o gatilho da ansiedade, no caso, a internet, para representar uma categoria � parte da ansiedade t�pica', explica o psic�logo e coordenador do curso de psicologia da Est�cio BH, Thales Vianna Coutinho

Jair Amaral / EM/D.A Press.

O psic�logo destaca que h� gatilhos que podem desencadear a “e-ansiedade”. “Sim. A “e-ansiedade” incorpora no termo o pr�prio gatilho dela: as press�es da internet. Como, por exemplo, quem se sente pressionado para produzir no home office”. E as consequ�ncias? “A e-ansiedade � uma preocupa��o em rela��o �s poss�veis consequ�ncias catastr�ficas que nos esperam no futuro e, como tal, acionam um modo de funcionamento da mente humana que visa o imediatismo. Afinal, quando nos sentimos amea�ados, a tend�ncia natural � focar em solu��es imediatas. O problema � que ao fazer isso, perdemos a capacidade de nos organizar para demandas de m�dio e longo prazo que, muitas vezes, s�o fundamentais para a solu��o do que estamos enfrentando”.

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Para Thales Vianna Coutinho, quando as pessoas agem sob efeito da ansiedade comprometemos as chances de resolver, de fato, os problemas do cotidiano. “Logo, antes de prosseguir na execu��o de uma tarefa virtual sob efeito da ansiedade, � importante um esfor�o mental na regula��o emocional para que o trabalho fique melhor e mais leve. "

Livre da culpa 

Thales Vianna Coutinho destaca que ainda faltam estudos mais aprofundados e uma literatura especializada diante do que vem sendo chamado de “e-ansiedade”. “� um termo do senso comum que se refere � ansiedade desencadeada por press�es virtuais e, nesse sentido, os estudos sobre ansiedade em geral se aplicam a ela”.

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Como n�o h� sa�da, � preciso se cercar de alguns cuidados, barreiras e, sim, colocar limites. “A tend�ncia a querer ignorar o problema ou se entorpecer de alguma forma s�o estrat�gias intuitivas que muitos utilizam para lidar com a ansiedade, mas sem sucesso. Por isso, em casos de ansiedade patol�gica, a psicoterapia � necess�ria. Afinal, a psicoterapia trabalha justamente para ajudar o paciente a remar contra os vieses intuitivos ineficazes. Portanto, acreditar que o problema n�o existe, n�o vai resolv�-lo. � necess�rio reconhecer a exist�ncia da ansiedade, os limites da sua capacidade produtiva, os direitos trabalhistas e, levando tudo isso em conjunto, tomar decis�es sobre os epis�dios espec�ficos de forma clara, consistente e livre da culpa."