ilustração do colo uterino, colo do útero

Dados do Inca indicam que o Brasil deve registrar 17.010 novos casos da doen�a em 2023, 13 casos a cada 100 mulheres, estimativa 6% maior em rela��o a 2022

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O Mar�o Lil�s marca um per�odo de aten��o especial � sa�de da mulher, sendo o per�odo dedicado a campanhas de conscientiza��o, preven��o e combate ao c�ncer de colo uterino. Esse tipo de neoplasia � uma das maiores causas de morte entre as mulheres no mundo, e atinge principalmente jovens, entre 30 e 49 anos. 

Segundo dados do Instituto Nacional do C�ncer (Inca), o Brasil deve registrar 17.010 novos casos da doen�a este ano, o que significa um risco considerado de aproximadamente 13 casos a cada 100 mulheres - estimativa 6% maior em rela��o ao ano passado. 

O tamb�m conhecido como c�ncer cervical pode ser causado pela infec��o persistente de alguns tipos oncog�nicos do HPV (papilomav�rus humano). A m�dica M�rcia Terra, vice- presidente da Comiss�o Especializada em Trato Genital Inferior da Federa��o Brasileira das Associa��es de Ginecologia e Obstetr�cia (Febrasgo), explica que o v�rus � causador da infec��o viral mais comum no trato reprodutivo e que a maioria das mulheres e homens sexualmente ativos ser� infectada em algum momento de suas vidas e algumas pessoas podem apresentar infec��es recorrentes.

O v�rus HPV

“O HPV � um v�rus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas anogenitais, e pode levar no futuro ao c�ncer de colo de �tero, para uma determinada parcela de pessoas que n�o tem o h�bito de cuidar da sa�de, atingindo as mulheres que n�o fazem a preven��o e exames adequados”, destaca M�rcia Terra. 
Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade de S�o Paulo e ICESP, o m�dico Jesus Paula Carvalho, tamb�m membro da Comiss�o Especializada em Ginecologia Oncol�gica da Febrasgo, alerta que a preven��o prim�ria come�a pela vacina��o. “Desde 2014 existem vacinas contra o HPV, gratuitas na rede p�blica de sa�de, para meninas de 9 a 14 anos e tamb�m para os meninos. A import�ncia de vacinar os meninos � para que eles n�o transmitam o HPV para as suas parceiras, quebrando a cadeia de transmiss�o. Isso evita o surgimento da doen�a”, explica. 

Preven��o secund�ria: Papanicolaou

J� a preven��o secund�ria � feita por exames que detectam a doen�a quando ainda n�o h� sintomas, como o Papanicolaou ou teste para detec��o do HPV. “Quando estes exames [colposcopia realizada em consult�rio] s�o positivos, a mulher � submetida a um exame para encontrar o lugar onde as c�lulas cancerosas est�o se desenvolvendo e se faz uma bi�psia”, elucida o m�dico.
Jeus Paula Carvalho lembra ainda que � poss�vel fazer o diagn�stico da doen�a que ainda nem se disseminou para outros �rg�os, e o tratamento nessa fase inicial � muito simples e dura alguns minutos em um consult�rio. Nas fases avan�adas, a paciente apresenta tumor ulcerado no colo do �tero e faz-se uma bi�psia. 

Sintomas

A doen�a desenvolve-se ao longo de muitos anos (pode ser de mais de 10 anos). No in�cio n�o apresenta qualquer sintoma, mas j� pode ser detectado colhendo-se material do colo do �tero e da vagina. Os primeiros sintomas aparecem muitos anos depois, na forma de sangramento durante as rela��es sexuais e corrimento vaginal. Nas etapas mais avan�adas apresenta sangramento vaginal intenso, corrimento f�tido e dor. Nas fases terminais ocorre a obstru��o das vias urin�rias.

Tratamento

Sobre o tratamento, Jesus esclarece que nas fases n�o invasivas, em consult�rio, � poss�vel retirar a les�o, cauterizar, fazer laser ou mesmo a retirada cir�rgica. Todos os m�todos elevam as taxas de cura se aproximam de 100% na fase n�o invasiva da doen�a.

“Quando o tumor se torna invasivo, ainda � poss�vel curar nas fases n�o muito avan�adas, mas j� se faz necess�rio retirar o �tero e muitas vezes as estruturas vizinhas do �tero. E quando a doen�a avan�a mais ainda, o que � muito comum no nosso meio, revela o Dr. Jesus, o tratamento � feito por radioterapia e quimioterapia. Estes tratamentos deixam sequelas importantes, comprometem a fun��o reprodutiva e sexual e as taxas de cura s�o menores (cerca de 50%)”, enfatiza.