80% dos casos de c�ncer de intestino seriam evitados com exame de rotina
M�dico alerta que os exames de preven��o s�o indispens�veis, j� que 80% dos casos de tumores colorretais s�o provenientes dos p�lipos intestinais
Mar�o Azul � a campanha com o objetivo de conscientizar a popula��o para a preven��o do c�ncer de intestino
Shutterstock/Divulga��o
A cantora Preta Gil, diagnosticada com c�ncer de intestino, concedeu uma entrevista, na noite de domingo (12), ao Fant�stico e contou sobre suas boas expectativas de tratamento, o apoio dos amigos e tamb�m do quanto adiou os exames solicitados pelos m�dicos. “Quando voltei da turn� para o Brasil a primeira coisa que eu deveria ter feito eram os exames, mas eu adiei duas vezes; essa vida que priorizamos o trabalho e outros afazeres. Eu estava tendo crises de enxaqueca, press�o alta - que eu nunca tive. No dia seguinte fui ao banheiro e senti escorrer algo na minha perna e, quando olhei, era sangue”, relatou.
De acordo com Jo�o Antonio Schemberk Jr, cirurgi�o do aparelho digestivo e endoscopista do Eco Medical Center, em Curitiba, os exames de preven��o s�o indispens�veis, j� que 80% dos casos de tumores colorretais s�o provenientes dos p�lipos intestinais. “S�o pequenas les�es, semelhantes a uma verruga, que ocorrem dentro do intestino e v�o se transformando em c�ncer em um per�odo de oito a dez anos. Se � feito um acompanhamento m�dico adequado, com a realiza��o dos exames necess�rios, � poss�vel remover essa les�o antes que ela se torne um c�ncer, o que faz com que tumores malignos do intestino sejam um dos �nicos poss�veis de prevenir”, alerta.
Neste m�s � celebrado o "Mar�o Azul-Marinho", voltado para a preven��o e conscientiza��o do c�ncer colorretal, que origina-se no intestino grosso, tamb�m chamado de c�lon, e no reto, regi�o final do trato digestivo e anterior ao �nus.
Incid�ncia alta
O c�ncer colorretal � o terceiro tipo mais comum na popula��o brasileira, atr�s apenas do c�ncer de pele e de mama nas mulheres e de pr�stata nos homens. Somente no Paran� s�o esperados 7 diagn�sticos ao dia, segundo a estimativa do Instituto Nacional do C�ncer (INCA), que aponta 2.560 novos casos para o estado e 45 mil em todo o pa�s, em 2023.
A taxa de incid�ncia de c�ncer de intestino no Paran� � uma das maiores do Brasil, com cerca de 20,8 casos a cada 100 mil habitantes, atr�s apenas do Rio de Janeiro, Santa Catarina e S�o Paulo.
Thiago S. Chamma, que tamb�m � endoscopista do Eco Medical Center, ressalta que alguns h�bitos de vida s�o considerados fatores de risco. “Sabemos que este tipo de c�ncer � mais comum ap�s os 45 anos de idade e fatores como o sedentarismo, obesidade, consumo exagerado de carnes vermelhas, embutidos, alcoolismo, tabagismo, diabetes tipo 2, hist�rico familiar ou pessoal de p�lipos ou c�ncer de intestino, de doen�a inflamat�ria intestinal (doen�a de Crohn, por exemplo) e o baixo consumo de alimentos ricos em fibras aumentam o risco do paciente desenvolver a doen�a. A boa not�cia � que � poss�vel optar por uma alimenta��o balanceada e pela pr�tica regular de atividades f�sicas".
A colonoscopia
A colonoscopia � o �nico exame que pode identificar e remover os p�lipos intestinais que podem evoluir para o c�ncer de intestino. Os p�lipos s�o retirados e encaminhados para um exame de bi�psia, que aponta se a les�o � benigna, pr�-cancer�gena ou cancer�gena. N�o existem causas espec�ficas para o desenvolvimento de c�ncer intestinal, mas a heran�a gen�tica � um fator importante nesses casos.
Quem tem hist�rico familiar deve ficar ainda mais atento. Apesar de ser mais comum em idades avan�adas, casos de c�ncer de intestino em pacientes jovens, a partir dos 20 anos de idade, tamb�m podem ocorrer. “� cada vez mais comum receber em consult�rio casos de jovens com tumores intestinais, que muitas vezes est�o relacionados aos h�bitos de vida”, disse Jo�o Antonio Schemberk Jr.
Sinais de alerta
Devido a alta incid�ncia deste tumor � importante que todos fiquem atentos aos sinais para procurar um especialista. “Altera��o no ritmo intestinal, dor ou c�lica abdominal, presen�a de sangue nas fezes, emagrecimento e anemia sem causa aparente devem ser avaliados”, explica Thiago Chamma.
Os sinais iniciais ou a chegada da idade de acompanhamento levam a necessidade de realiza��o de exames. “O exame de fezes para avaliar a presen�a de sangue oculto � muito comum e tamb�m a colonoscopia, avalia��o na qual o paciente � sedado para a avalia��o da mucosa intestinal, procurando por poss�veis altera��es, como � o caso dos p�lipos”.
A colonoscopia � indicada para todas as pessoas com mais de 45 anos, hist�rico familiar de c�ncer de c�lon e para aquelas que apresentam sintomas de altera��es intestinais. O tempo de intervalo entre os exames � definido em consulta m�dica de acordo com o caso de cada paciente.
Tratamento
Mesmo nas situa��es nas quais o p�lipo j� se tornou um c�ncer, o diagn�stico precoce � essencial para aumentar as chances de cura, conforme explica Diesica Nalena Prochnow, coloproctologista do Eco Medical Center. “O tratamento depende do estadiamento do tumor, ou seja, o quanto ele j� se espalhou pelo corpo. Em alguns casos iniciais � poss�vel fazer a remo��o (ressec��o) por colonoscopia ou por cirurgia minimamente invasiva. J� quando o tumor est� mais avan�ado, al�m de cirurgias abdominais maiores, o paciente pode precisar de quimioterapia e/ou radioterapia".
A demora em fazer o exame para identifica��o do c�ncer permite que ele cres�a e se espalhe. “Pode levar c�lulas cancer�genas para outros �rg�os, como pulm�o, f�gado, ossos… E quando isso acontece � muito dif�cil o tratamento, pois trata-se de uma doen�a metast�tica, onde a cura � bem dif�cil de ser conquistada”.
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