Endometriose

Endometriose acomete cerca de 8 milh�es de mulheres no Brasil

Syn Sa�de


A endometriose acomete cerca de 8 milh�es de mulheres no Brasil e, para o tri�nio 2023 a 2025, s�o esperados mais de 7 mil novos casos. Reconhecida pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) como um problema de sa�de p�blica que impacta a qualidade de vida, ela afeta 180 milh�es de mulheres no mundo em idade reprodutiva; destas, em torno de 4% s�o brasileiras. Uma em cada 10 mulheres no Brasil sofre com os sintomas da endometriose, de acordo com o Minist�rio da Sa�de.
 
�rica Becker, ginecologista, especialista em reprodu��o humana, da Huntington/Pr�-Criar, explica que a endometriose afeta uma em cada 10 mulheres em fase reprodutiva, � uma doen�a com caracter�stica cr�nica, que leva a quadros de infertilidade e/ou dor p�lvica cr�nica com piora da qualidade de vida: “Os sintomas variam de paciente para paciente. Podem ocorrer c�licas menstruais intensas, dor nas rela��es sexuais, altera��es intestinais e/ou urin�rias”.
 
Érica Becker, ginecologista

�rica Becker, ginecologista

Jonas Maria Lavarini/Divulgacao
 
 
A ginecologista destaca que, nos casos em que h� a suspeita de endometriose, os exames mais importantes para um diagn�stico preciso s�o o exame cl�nico, feito no consult�rio, ultrassom p�lvico, resson�ncia magn�tica da pelve e videolaparoscopia com bi�psia. “A investiga��o come�a pelo procedimento menos invasivo: exame cl�nico e ultrassom. Ap�s a avalia��o inicial, pode ser solicitada a resson�ncia magn�tica da pelve ou um ultrassom endovaginal com preparo intestinal, que, em alguns casos, � suficiente para fechar o diagn�stico e iniciar o tratamento.” 
 

"Os sintomas variam de paciente para paciente. Podem ocorrer c�licas menstruais intensas, dor nas rela��es sexuais, altera��es intestinais e/ou urin�rias"

�rica Becker, ginecologista, especialista em reprodu��o humana

 
 
“Entretanto”, pontua a especialista, "em certas pacientes, ainda n�o se consegue fechar o diagn�stico. Assim, indicamos a videolaparoscopia com bi�psia dirigida, feita sob anestesia geral, que permite a inspe��o visual da cavidade p�lvica”.
 

TIPOS A endometriose � definida pela presen�a de tecido endometrial fora da cavidade uterina e pode acometer v�rios �rg�os e tecidos. Ela pode ser peritoneal superficial, profunda infiltrativa ou pode atingir os ov�rios com a presen�a de endometriomas (cistos endometri�ticos). “Considera-se endometriose profunda infiltrativa quando existem les�es que se infiltram mais de 5mm no perit�nio. � uma forma de endometriose que se associa frequentemente � dor p�lvica e maior comprometimento da qualidade de vida. Nesta forma da doen�a, a maioria das les�es � dolorosa (95%)”, esclarece a m�dica.
 
 
�rica Becker acrescenta que a endometriose � uma doen�a cr�nica e, habitualmente, o tratamento � direcionado �s les�es e aos sintomas. N�o h� cura e o controle � feito a longo prazo: “O tratamento depender� da queixa da paciente. A pergunta mais importante � se existe o desejo de gravidez no momento, pois a maioria das medica��es para endometriose evitar� que a paciente tenha um ciclo menstrual regular com ovula��o adequada. E o tratamento pode ser cl�nico, com medicamentos, ou cir�rgico. Cada paciente tem a sua indica��o e a escolha do cuidado adequado depender� da queixa, do exame cl�nico e dos exames de imagem. Para as pacientes endometri�ticas que desejam engravidar e est�o cursando com infertilidade a melhor indica��o � a fertiliza��o in vitro”.
 

CASOS CIR�RGICOS A ginecologista explica que a indica��o cir�rgica � feita em pacientes com quadro de dor sem reposta ao tratamento medicamentoso: “Existem alguns casos em que a cirurgia seria a primeira indica��o de tratamento: pacientes com les�o intestinal que obstrui parcialmente o intestino; pacientes com les�es de trato urin�rio (bexiga, ureter) com sinais de obstru��o; presen�a de massa p�lvica de crescimento acelerado ou natureza incerta (les�es suspeitas de malignidade) com necessidade de bi�psia para esclarecer a etiologia. Importante dizer que nos procedimentos cir�rgicos � comum precisar de abordagem ovariana tendo como consequ�ncia uma redu��o da reserva ovariana (quantidade de �vulos). Em procedimentos de grande porte, � fundamental fazer uma consulta anterior com o especialista em fertiliza��o (fertileuta) para verificar a possibilidade de congelamento de embri�o ou de �vulos”, enfatiza a m�dica.
 
Quanto � preven��o, �rica Becker lembra que a hist�ria natural da doen�a ainda n�o � completamente esclarecida, havendo diversas teorias para explicar seu aparecimento, o que dificulta a orienta��o e preven��o. “Pode ter componente heredit�rio, mas � multig�nico, propiciando manifesta��es variadas na mesma fam�lia. O uso prolongado de p�lula previne o aparecimento de les�es endometri�ticas. Ciclos menstruais mais longos com fluxo aumentado e menstrua��o em idade precoce s�o fatores de risco para o aparecimento de les�es”, comenta.