mosquito mordendo braço de um homem

O v�rus da dengue � transmitido pela picada da f�mea do mosquito Aedes aegypt. E o cen�rio � preocupante, visto que a doen�a pode ser fatal, exigindo conscientiza��o de toda a popula��o para o refor�o no combate � enfermidade

Pete/Pixabay
A epidemia da dengue em Minas Gerais tem avan�ado de forma alarmante em 2023, podendo se tornar uma das piores na hist�ria do Estado. No �ltimo dia 20 de mar�o, a Secretaria de Sa�de do Estado (SES-MG) divulgou que, ap�s as 11 primeiras semanas do ano, os casos prov�veis notificados da doen�a chegaram a mais de 105 mil. O n�mero j� � maior do que o registrado no mesmo per�odo em 2010 e 2019, os �ltimos anos classificados como epid�micos. 

Dentre os casos notificados, mais de 35 mil j� foram confirmados laboratorialmente pela Funda��o Ezequiel Dias (FUNED). Al�m disso, tamb�m foram registrados mais de 9 mil casos de chikungunya e seis casos de zika no Estado. O quadro tem gerado grande aumento na demanda por atendimento em servi�os de sa�de em Minas Gerais, tanto na rede p�blica como na privada. 

Equipes de coordena��o em sa�de, por todo o Estado, v�m tomando provid�ncias para absorver a demanda por meio do refor�o nos estoques de medica��es e de itens de reidrata��o de pacientes, extens�o nos hor�rios de atendimento de postos de sa�de, expans�o do acesso a exames laboratoriais, planejamento para disponibilidade de leitos de interna��o, entre diversas outras medidas. 

Cen�rio preocupante

O cen�rio � preocupante, visto que a doen�a pode ser fatal, exigindo conscientiza��o de toda a popula��o para o refor�o no combate � enfermidade.

O v�rus da dengue � transmitido pela picada da f�mea do mosquito Aedes aegypti, que deposita seus ovos na borda de locais com �gua parada. A melhor forma de combate � evitar a sua reprodu��o, eliminando qualquer foco de �gua acumulada em espa�os como jardins e quintais, al�m de vasos de planta, garrafas, pneus e caixas d’�gua, que costumam ser pontos comuns de prolifera��o. O uso de repelentes e barreiras f�sicas, como mosquiteiros e telas protetoras em portas e janelas, tamb�m � muito importante no dia a dia.
 
Segundo Andrea Maria de Assis Cabral, infectologista da Funda��o S�o Francisco Xavier (FSFX), os sintomas mais frequentes s�o febre alta, dor muscular e nos olhos, mal-estar, perda de apetite, dor de cabe�a e manchas vermelhas pelo corpo.

A infectologista da Fundação São Francisco Xavier, Andrea Maria de Assis Cabral

Infectologista da Funda��o S�o Francisco Xavier, Andrea Maria de Assis Cabral, avisa que alguns sintomas podem ser confundidos com uma gripe, no entanto, muitos rem�dios antigripais s�o contraindicados em casos de dengue

FSFX/ Divulga��o
“Alguns sintomas podem ser confundidos com uma gripe. No entanto, muitos rem�dios antigripais s�o contraindicados em casos de dengue. Medicamentos que contenham anticoagulantes e alguns anti-inflamat�rios, elevam o risco de sangramento e hemorragia em pessoas com dengue”, alerta.

Diagn�stico e exames

Novas alternativas para a confirma��o de casos suspeitos de dengue v�m sendo desenvolvidas e implementadas em cl�nicas e laborat�rios m�dicos. Um exemplo � o Hospital M�rcio Cunha, em Ipatinga, que implantou em seu Laborat�rio de An�lises Cl�nicas um novo exame de detec��o da patologia. A unidade, administrada pela FSFX, faz o teste RT-PCR qualitativo para o v�rus da dengue, metodologia “padr�o-ouro” para o diagn�stico laboratorial de infec��es virais.
 
O exame funciona de forma semelhante ao do v�rus do SARS-CoV-2, agente da COVID-19. Considerado um teste molecular, ele pesquisa a presen�a do material gen�tico do v�rus na amostra colhida do paciente. “Isso permite a detec��o com alta sensibilidade e especificidade, j� a partir do primeiro dia de sintoma. Nos testes tradicionais, que pesquisam os anticorpos, a identifica��o s� � poss�vel ap�s seis dias de sintomas”, explica a farmac�utica bioqu�mica Nina Rocha Dutra, do Hospital M�rcio Cunha.

Os quatro sorotipos conhecidos da dengue

Outra vantagem do novo exame � a determina��o de qual dos quatro sorotipos conhecidos da dengue est� causando o surto no momento, o que auxilia no planejamento de a��es de tratamento de sa�de da popula��o. Al�m disso, pode facilitar o diagn�stico diferencial da dengue com rela��o a outras arboviroses.

A expectativa � que a iniciativa possa atender a popula��o de Ipatinga e da regi�o nesse momento de epidemia no Vale do A�o e em todo o Estado. O Hospital M�rcio Cunha ainda planeja expandir o portf�lio de exames moleculares com a oferta do RT-PCR para os v�rus da zika, chikungunya e febre amarela.

Controle

A farmac�utica bioqu�mica Nina Rocha Dutra revela que o novo exame vai refor�ar a notifica��o e o controle de casos de dengue em Minas Gerais: "Atualmente, esse novo tipo de exame encontra-se centralizado em laborat�rios de refer�ncia nas capitais, com pouca capilariza��o no interior. Nossa iniciativa visa facilitar o acesso da popula��o a esse tipo de exame, a fim de auxiliar na assist�ncia � sa�de da popula��o e tornar os n�meros de casos confirmados mais pr�ximos da realidade". 
 
A ideia � contribuir com dados epidemiol�gicos que ir�o nortear a tomada de decis�o em pol�ticas p�blicas de manejo da assist�ncia em sa�de por parte de �rg�os governamentais. Por�m, t�o importante quanto o diagn�stico e o manejo cl�nico, s�o as a��es de preven��o e controle do surto, sobretudo pelo combate � reprodu��o do mosquito Aedes aegypti.