moça segura caneca, sem mostrar o rosto

O Tremor Essencial (TE) � uma desordem neurol�gica comum e afeta cerca de 20% da popula��o acima de 65 anos e � diferente do tremor parkinsoniano

CURVD/Unsplash
Os dist�rbios de movimento s�o doen�as que afetam muito a qualidade de vida dos pacientes. De acordo com a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), aproximadamente 1% da popula��o mundial com idade superior a 65 anos sofre com doen�a de Parkinson, um dist�rbio do sistema nervoso central que acomete a regi�o da subst�ncia negra, �rea cerebral relacionada � dopamina, neurotransmissor importante para o controle dos movimentos. Estima-se que no Brasil, 200 mil pessoas sofram com esse problema.
 
A doen�a de Parkinson � um quadro cr�nico, progressivo e degenerativo onde o paciente pode apresentar sintomas motores variados, incluindo bradicinesia (lentid�o dos movimentos), rigidez (aumento no t�nus muscular com resist�ncia � movimenta��o passiva), altera��o na marcha e postura corporal (quedas frequentes) e tremor. O tremor parkinsoniano ï¿½ caracterizado por ser um movimento involunt�rio, r�tmico e oscilat�rio, presente no repouso (sem a��o da gravidade) e normalmente predomina no polegar e indicador, se assemelhando ao movimento de contar dinheiro.
 
O Tremor Essencial (TE) � uma desordem neurol�gica comum e se estima que afete at� 20% da popula��o acima de 65 anos. Diferente do tremor parkinsoniano, n�o � degenerativo, por�m pode ser progressivo com varia��es na intensidade e localiza��o. Acomete principalmente m�os e bra�os, mas pode aparecer na regi�o cef�lica (pesco�o). O TE est� presente na movimenta��o volunt�ria, como por exemplo comer e escrever. 
 
“A doen�a de Parkinson e o Tremor Essencial s�o, muitas vezes, confundidos, por�m s�o doen�as diferentes. � importante um diagn�stico correto e o in�cio de um tratamento adequado, para o controle dos sintomas e a melhora na qualidade de vida dos pacientes.”, explica Mirella Fazzito, m�dica neurologista da Cl�nica Ara�jo & Fazzito. 

Diferentes tremores

Apesar do tremor ser um sintoma em comum entre as doen�as, ele nem sempre est� presente, a lentid�o dos movimentos (bradicinesia) � o crit�rio cl�nico mais importante para o diagn�stico. A DP � conhecida como uma doen�a multissist�mica e al�m dos sintomas motores acima relatados o paciente pode apresentar quadros neuropsiqui�tricos (altera��o cognitiva, depress�o, psicose, fadiga, ansiedade, entre outros), sintomas gastrointestinais (disfagia, obstipa��o), auton�micos (hipotens�o postural, aumento na sudorese, aumento da saliva��o), altera��es urin�rias e sexuais, hiposmia (altera��o no olfato), dist�rbios no sono (s�ndrome das pernas inquietas, sonhos v�vidos, etc). 

Por ser um sintoma que pode acometer as duas doen�as, o tremor � o que gera maior d�vida no diagn�stico, por�m apresenta diferen�as, tanto no tipo, intensidade e localiza��o. Raramente o tremor cef�lico � um sintoma isolado na DP, devendo se pensar em outras causas, como, por exemplo, o TE. 

A avalia��o do tremor � importante , pois al�m do TE e da DP existem causas cl�nicas como hipertireoidismo, hipoglicemia e efeito colateral de algumas medica��es, bem como outras doen�as neurol�gicas degenerativas.

O TE � um dist�rbio neurol�gico que pode afetar homens e mulheres, sendo que nas mulheres podemos observar mais um tremor em m�os e na voz, j� em homens ocorre um tremor nas m�os associado a tremor cef�lico. De acordo com a Dra. Mirella, � importante lembrar que a doen�a pode se manifestar em qualquer idade, mas costuma se agravar ap�s os 50 anos”.
 
“O Tremor Essencial come�a com tremores leves, que podem aumentar no decorrer dos anos. Ainda n�o existe cura e n�o apresenta altera��es estruturais que justifiquem, tendo inclusive fator heredit�rio associado O tratamento melhora a qualidade de vida dos pacientes. No caso da Doen�a de Parkinson, o tremor decorre da morte de c�lulas nervosas na subst�ncia negra cerebral, que acaba levando a redu��o do neurotransmissor dopamina nessa �rea, portanto o tratamento � diferente do utilizado no TE”, acrescenta a Mirella.

E as diferen�as n�o param por a�. Apesar de nenhuma das duas doen�as ter cura, o Parkinson � uma doen�a degenerativa, diferente do TE. Portanto necessita, al�m do acompanhamento neurol�gico e medicamentoso, um tratamento multidisciplinar com exerc�cio f�sico (devidamente acompanhado por um profissional) e cuidado com a sa�de mental. � essencial a aten��o com os sintomas motores e n�o motores na DP, pois eles interferem na qualidade de vida do paciente e na evolu��o da doen�a.