ilustração com gostas indicando o tipo sanguíneo

Na regi�o Sudeste, segundo o boletim de produ��o hemoter�pica da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), em 2022 foram descartadas 397,7 mil bolsas de plasma, 23% das doa��es coletadas na regi�o

200 Degrees/Pixabay
O plasma, derivado do sangue coletado nas doa��es em bancos de sangue p�blicos e privados em todo o pa�s, � essencial para produzir medicamentos para tratar hemofilia, insufici�ncia renal cr�nica, doen�as do f�gado e imunodefici�ncias, entre outras doen�as. No entanto, o Brasil descarta a maior parcela do total de plasma produzido pelos bancos de sangue no pa�s, alerta a Associa��o Brasileira de Bancos de Sangue (ABBS).

Na regi�o Sudeste, segundo o boletim de produ��o hemoter�pica da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), divulgado no ano passado, foram descartadas 397,7 mil bolsas de plasma. O volume equivale a 23% das doa��es coletadas na regi�o (1,7 milh�o de bolsas de sangue).
 
A legisla��o atual n�o permite o aproveitamento do plasma pelos hemocentros privados. A Hemobr�s – Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia – � a �nica farmac�utica autorizada a utiliz�-lo para a produ��o de medicamentos.
 
"A PEC 10/2022, que tramita no Congresso, � uma oportunidade de reparar este problema hist�rico grave: o desperd�cio de plasma no pa�s. Queremos reverter esse jogo, que contribuir� para salvar a vida de milhares de brasileiros anualmente. O Brasil tem grupos econ�micos com expertise e interesse em produzir medicamentos a partir do plasma. Com isso, o pa�s poder� alcan�ar a autossufici�ncia desta produ��o, em vez de depender de medicamentos importados", afirma o m�dico Paulo Tadeu de Almeida, presidente da Associa��o Brasileira de Bancos de Sangue (ABBS). 

Pedido de mudan�a

A mudan�a permitiria a participa��o da iniciativa privada nestas atividades. Segundo c�lculos da ABBS, o mercado de hemoderivados movimenta R$ 10 bilh�es por ano na Am�rica Latina. Portanto, a produ��o de medicamentos a partir do plasma pelo setor privado brasileiro tem o potencial de fortalecer a base produtiva nacional de hemoderivados, representando eleva��o do n�vel de emprego, de renda e de arrecada��o de tributos.
 

"Plasma � uma mat�ria-prima rara, cara e dif�cil de obter. Durante a pandemia, o pa�s sofreu um desabastecimento dos medicamentos produzidos com este hemoderivado, porque dependemos da importa��o. Isso comprometeu os tratamentos de milhares de pessoas e muitas morreram por causa dessa situa��o”" afirma Almeida.

Segundo o m�dicio, com a aprova��o da PEC, a iniciativa privada poder� contribuir para complementar o fornecimento de plasma no pa�s, em vez de simplesmente descart�-lo, mantendo-se o compromisso e o respeito com a �tica m�dica.

“Desta forma, seria poss�vel ampliar o acesso ao tratamento adequado da popula��o que depende destes medicamentos e, ao mesmo tempo, contribuir com o equil�brio do sistema de sa�de do pa�s", enfatiza Paulo Tadeu de Almeida.