adoçante

O mais indicado � moderar na hora de usar o aditivo

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“Quando se trata de ado�ante, a indica��o deve ser prim�ria, para pacientes com diabetes, e mesmo assim � preciso tomar cuidado, porque eles tamb�m podem estimular o aumento da glicose. Portanto, n�o � o fato de ser ado�ante que o consumo est� liberado, sem regras. Ali�s, essa � uma percep��o errada da popula��o ao pensar que o ado�ante n�o faz mal e, assim, podemos consumi-lo em maior quantidade. A modera��o tem de ser levada em considera��o”, avisa a m�dica Eliana Teixeira, que atua na �rea do emagrecimento e dist�rbios hormonais, p�s-graduada em endocrinologia e metabologia pelo Ipemed e fundadora da Cl�nica Nutrologe.

Eliana Teixeira alerta que o uso de ado�antes para a perda de peso tem dois vieses. “Pode ser indicado para perda de peso, sim, mas, por outro lado, sabemos que eles podem alterar a flora bacteriana intestinal, favorecendo uma disbiose intestinal. Alguns tipos tamb�m t�m influ�ncia no neuropept�deo, que est� associado � finaliza��o da saciedade. No entanto, a conclus�o de alguns n�o � t�o v�lida assim, j� que foram feitos em animais e n�o em humanos. Por isso, n�o temos certeza da a��o deles no processo de interfer�ncia para reganho de peso no futuro”.
 
 
A m�dica explica que, inicialmente, s�o subst�ncias seguras e n�o precisam ter contraindica��o. “Por�m, sabemos que alguns ado�antes s�o melhor tolerados por pessoas com demandas diferentes. E como os naturais podem levar a transtornos no trato gastrointestinal, a pessoa pode ficar com distens�o abdominal, diarreia e outros desconfortos associados. Mas contraindica��o n�o h�. A quantidade varia de acordo com cada ado�ante e a recomenda��o � consumir o m�nimo poss�vel. O ideal � trabalhar o paladar para n�o consumir.”

Eliana Teixeira, médica, especialista em emagrecimento

Eliana Teixeira, m�dica, especialista em emagrecimento

Roberta Tarabal/Divulga��o

"N�o � o fato de ser ado�ante que o consumo est� liberado, sem regras"

Eliana Teixeira, m�dica, especialista em emagrecimento


Inseguran�a 

Eliana Teixeira explica que, quando se trata da rela��o entre ado�antes e o risco de doen�as como c�ncer, diabetes, dor de cabe�a, desregulariza��o da fun��o hep�tica ou risco cardiovascular, � preciso levar em conta que a maioria das pessoas que usa ado�ante, j� tem esses riscos aumentados, como os cardiovasculares. “Se pensarmos num quadro de obesidade. Essa pessoa tamb�m ter� o risco de desregular a fun��o hep�tica porque, possivelmente, tem gordura no f�gado. Mas, de modo geral, os ado�antes s�o seguros e n�o conseguimos associ�-los a doen�as. Com pacientes com risco cardiovascular aumentado, vale a pena ter essa possibilidade em vista, diante dos estudos que surgem, ainda que os pr�prios autores falem da necessidade de mais conclus�es, como � o caso do eritritol. Os estudos n�o s�o conclusivos. De modo geral, s�o seguros, e a especificidade varia de paciente para paciente, suas prefer�ncias e intoler�ncias.”

De modo geral, assegura a m�dica, “eles n�o interferem nos medicamentos, mas, na d�vida, n�o misture. Quem tem intestino preso, por exemplo, pode se beneficiar do ado�ante, como regulador do intestino. Mas a regra � avaliar se vai voc� vai us�-lo para ado�ar o caf� e outras bebidas ou vai fazer uma receita”.

Nova diretriz da OMS n�o � consenso

No �ltimo dia 15, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) divulgou novas diretrizes quanto ao consumo dos ado�antes artificiais. O alerta � que eles n�o devem ser utilizados para substituir o a��car em dietas para emagrecimento. O documento alerta para a falta de consenso cient�fico sobre a efic�cia desses produtos no controle de peso no longo prazo e para a ocorr�ncia de outros efeitos colaterais. A recomenda��o foi feita com base em uma revis�o dos estudos e evid�ncias cient�ficas dispon�veis sobre o uso de ado�antes em dietas para controle de peso. 
 

De acordo com o relat�rio, n�o h� evid�ncias de que o consumo desses compostos traga benef�cios a longo prazo nas medidas de gordura corporal em crian�as e adultos. Al�m disso, a OMS alerta para poss�veis efeitos indesejados do uso prolongado de ado�antes, como maior risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, doen�as cardiovasculares e certos tipos de c�ncer em adultos. No entanto, segundo a Ag�ncia de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), a recomenda��o � condicional, pois � necess�rio reunir mais informa��es sobre os pr�s e contras dessa abordagem. A OMS sugere que os pa�ses ampliem o debate em seus territ�rios, incluindo dados sobre o consumo dessas subst�ncias pela popula��o. 

Tipos de ado�antes e composi��es 

Os artificiais


1- Sacarina
Composi��o: tolueno (elemento org�nico derivado do petr�leo), cloro e di�xido de enxofre

2 - Ciclamato
Composi��o: ciclo-hexilamina (� um produto sint�tico obtido a partir da sulfona��o da ciclohexilamina)

3 - Aspartame
Composi��o: dois amino�cidos: fenilalanina e �cido asp�rtico

4 - Sucralose
Composi��o: sacarose (alterada) � um composto derivado da cana-de-a��car. Origina-se a partir de rea��es que trocam 3 �tomos de hidroxila por 3 �tomos de cloro, aumentando o poder de dul�or para 600x em rela��o ao a��car

5 - Neotame
� derivado do aspartame e tem as mesmas qualidades, por�m com poder de dul�or de 7.000 a 1.3000 vezes mais doce do que a sacarose

6 - Acessulfame K
� obtido a partir de derivados do �cido acetoac�tico. Tem o poder de dul�or de 200 vezes superior � da sacarose.

Os NATURAIS

1 – Stevios�deo
Origem: folhas da planta Stevia rebaudiana (planta sul-americana)

2 – Frutose
Origem: frutas e mel – n�o � considerada ado�ante

3 – Xilitol
Origem: galhos de �rvores como a b�tula � um composto encontrado na natureza em pequenas quantidades, como nas frutas, vegetais como milho, l�quens, algas e cogumelos. O xilitol pode ser obtido por processo qu�mico ou biotecnol�gico

4 – Sorbitol
Origem: encontrado em frutas e produzido comercialmente a partir da glicose. O sorbitol � o poliol encontrado na natureza em frutas, algas marinhas, bebidas fermentadas como cidra e pode ser produzido industrialmente a partir da sacarose ou do amido

5 – Manitol
Origem: encontrado em algas e produzido comercialmente a partir da glicose. � encontrado na natureza em vegetais como aipo, cebola, beterraba, azeitonas, figos, cogumelos e algas marinhas

6 – Maltodextrina
Origem: produzida a partir de amidos de milho, trigo, batatas ou arroz e tem um sabor neutro. N�o � considerada ado�ante

7 – Eritritol
Origem: mel�es, peras e uvas. A ocorr�ncia do eritritol � naturalmente observada em alimentos como mel�es, peras, uvas, estando tamb�m presente em produtos fermentados, como vinho, saqu� e molho de soja

8 – Taumatina
� uma prote�na extra�da de um fruto chamado Thaumatococcus daniellii, origin�ria do Oeste africano. Apresenta sabor doce em m�dia 2.500 vezes maior que o a��car

9 – Maltitol
Composi��o: maltose (a��car natural do malte) hidrogenada

10 – Lactitol
Composi��o: lactose (a��car natural do leite) alterada. Obtido a partir da hidrogena��o da lactose.