ilustração de um fígado tendo ao lado uma lupa ampliando o vírus no órgão

Pessoas infectadas com uma carga viral menor do HBV - v�rus da doen�a - e com menores taxas de transaminase tamb�m poder�o ter acesso ao tratamento na rede p�blica

Mohamed Hassan por Pixabay
Ap�s consulta p�blica encerrada no in�cio de 2023, o Minist�rio da Sa�de atualizou o Protocolo Cl�nico e Diretrizes Terap�uticas (PCDT) para a hepatite B e, a partir de agora, pessoas infectadas com uma carga viral menor do HBV – v�rus da doen�a – e com menores taxas de transaminase tamb�m poder�o ter acesso ao tratamento na rede p�blica.

Atualizados no PCDT, os novos crit�rios de indica��o ao tratamento de hepatite B estipulou o valor da carga viral de HBV-DNA de 2.000 UI/ml, tanto para pacientes HBeAg positivos ou negativos; e como limite na dosagem de alanina aminotransferase (ALT), que avalia a inflama��o no f�gado, igual ou superior a 52 U/L para homens e superior a 37 U/L para mulheres. Com isso, um n�mero significativamente maior de pessoas deve se tornar eleg�veis para este tratamento no SUS, que disponibiliza os medicamentos gratuitamente.

O medicamento tenofovir alafenamida - TAF, que j� vinha sendo utilizado desde o ano passado por meio de nota t�cnica, foi incorporado em definitivo nessa atualiza��o do PCDT, para pacientes com cirrose ou altera��o renal ou �ssea e que j� utilizaram lamivudina, o primeiro medicamento oral, que agora foi descontinuado. Com o novo protocolo, mais pacientes ganham tratamento gratuito para uma doen�a que n�o tem cura, mas tem tratamento e preven��o por vacina. Pessoas vivendo com HIV e que tamb�m contra�ram o v�rus da hepatite B tamb�m poder�o ter acesso a esse novo medicamento.

Gastroenterologista e diretor m�dico associado da Gilead Sciences, Eric Bassetti, avalia as mudan�as com bons olhos: “A not�cia � muito animadora, pois o tenofovir alafenamida � um medicamento potente e com mais seguran�a, al�m de ser a �ltima op��o aprovada para o tratamento da hepatite B no Brasil e em diversos pa�ses do mundo”.

Em rela��o ao medicamento usado anteriormente, o TAF tem menos efeitos adversos, como perda mineral �ssea, que poderia levar a osteoporose, e disfun��o renal: "Ele oferece maior estabilidade plasm�tica, al�m de ter a vantagem de, ap�s ser absorvido pelo intestino, quase n�o h� necessidade de elimina��o pelos rins, ou seja, sem impact�-los", detalha Bassetti. 

Sobre a hepatite B

Considerado uma epidemia cr�nica mundial, o HBV afeta cerca de 257 milh�es1 de pessoas no mundo e em torno de 1,1 milh�o no Brasil2, sendo que, entre 2000 e 2021, o pa�s teve mais de 264 mil3 casos confirmados. A hepatite B figura entre os problemas de sa�de p�blica mais preocupantes em todo o mundo e virou um dos alvos da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), que estabeleceu como meta a sua elimina��o at� 2030.


A doen�a pode n�o apresentar sintomas, mas pode causar dores abdominais, fadiga extrema, v�mito, icter�cia, n�useas e urina escura, al�m de, em casos extremos, ocasionar grave dano hep�tico – como cirrose e c�ncer de f�gado – e levar � morte. Por isso, a detec��o do HBV � essencial e pode ser feita atrav�s de exames laboratoriais ou teste r�pido, com apenas uma gota de sangue e resultado em cerca de 20 minutos: “Como a transmiss�o pode se dar pelo sangue, sexual ou materno-fetal, grande parte da popula��o mundial, principalmente na �sia, j� foi exposto ao v�rus. O ideal � que todas as pessoas sejam testadas ao menos uma vez na vida e, se indicado, o tratamento for feito de forma correta, como outras doen�as cr�nica como hipertens�o ou diabetes”, explica Eric Bassetti.

O gastroenterologista tamb�m enfatiza que a vacina est� dispon�vel no SUS para toda a popula��o quem ainda n�o foi contaminada, oferecendo prote��o a longo prazo para crian�as e adultos.