Transplante capilar

Transplante capilar

Arquivo Pessoal

� sabido que o cabelo influencia na autoestima. Por emoldurar o rosto, recebe grande aten��o e, logo, qualquer altera��o nas madeixas pode acarretar desconforto est�tico e at� mesmo preju�zos ao bem-estar psicol�gico e emocional. Por esse motivo, a queda capilar, cujos casos t�m aumentado no mundo, gera preocupa��o. Nesse cen�rio, um procedimento tem ganhado popularidade: o transplante capilar. Para se ter uma ideia, segundo censo da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), a busca mundial pelo procedimento cresceu 152% entre 2010 e 2021. E a expectativa � que continue a crescer. Relat�rio da Global Market Insights aponta que o mercado de transplante capilar foi avaliado em US$ 5 bilh�es em 2022 e deve apresentar um CAGR (taxa de crescimento anual composto) de 21% at� 2032, com um tamanho estimado de mercado de US$ 37,5 bilh�es em 10 anos. "Basicamente, o procedimento consiste na retirada de unidades foliculares (ra�zes dos cabelos) do paciente de uma regi�o, chamada de �rea doadora, para serem transplantadas em outra", afirma o cirurgi�o pl�stico especialista em transplante capilar e membro da Brazilian Association of Plastic Surgeons (BAPS), Diogo Coimbra.

De acordo com o relat�rio, os homens s�o os principais impulsionadores da t�cnica, com o segmento masculino representando mais de 79% do mercado de transplante capilar em 2022. E n�o � � toa, afinal, s�o os principais afetados pela calv�cie, ou alopecia androgen�tica. Mas, conforme a BAPS, o transplante capilar n�o � indicado apenas nesses casos. "Al�m de homens com alopecia androgen�tica, mulheres com a condi��o tamb�m se beneficiam do transplante capilar. O procedimento pode ser indicado para restaurar e/ou aumentar a densidade capilar de outras �reas, como barba e sobrancelhas, para reduzir o tamanho da testa ou mesmo para reparar sequelas de procedimentos pr�vios, como cicatrizes de lifting facial ou resultados insatisfat�rios de outros transplantes capilares", diz Diogo Coimbra.

O especialista explica que o procedimento pode ser realizado por meio de duas t�cnicas: FUT (sigla em ingl�s para Transplante de Unidade Folicular) e FUE (Extra��o de Unidade Folicular, em ingl�s), sendo que, em 2022, a t�cnica FUE detinha mais de 61% de participa��o no mercado de transplante capilar, segundo dados da Global Market Insights.

"A diferen�a entre as t�cnicas est� na forma como as unidades foliculares s�o coletadas. Na FUE, as unidades foliculares s�o extra�das individualmente por meio de micro incis�es, enquanto na FUT � retirada uma faixa de pele da �rea doadora, geralmente das regi�es laterais e posterior da cabe�a", diz o m�dico, que esclarece que, apesar de ambas serem excelentes, a grande vantagem da primeira t�cnica est� no fato de causar cicatrizes puntiformes, praticamente impercept�veis, o que permite at� o uso de cabelo raspado estilo militar, ao contr�rio da FUT, que deixa uma cicatriz linear. "Como em praticamente toda medicina, as t�cnicas de transplante capilar t�m suas indica��es e contraindica��es e devem ser escolhidas de acordo com as caracter�sticas e necessidades do paciente. Al�m disso, as t�cnicas podem ser associadas dependendo do caso", acrescenta o especialista.

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Os resultados do transplante capilar, segundo a BAPS, s�o extremamente naturais, desde que o procedimento seja realizado por um profissional devidamente certificado e com ampla experi�ncia. "Ap�s o transplante, que � realizado fol�culo a fol�culo seguindo a angula��o e a distribui��o natural dos fios, os cabelos crescem com a mesma cor, textura e velocidade de crescimento da �rea em que foram retirados. N�o h� risco de rejei��o, pois as unidades foliculares utilizadas s�o do pr�prio paciente, e os resultados s�o permanentes, visto que o procedimento � feito com unidades foliculares que n�o possuem a gen�tica da calv�cie", refor�a Diogo Coimbra.

Um ano ap�s a cirurgia, o paciente percebe o resultado final. "� comum que, ap�s a cirurgia, os fios transplantados caiam, mas voltem a crescer de maneira definitiva ap�s cerca de tr�s ou quatros meses do procedimento, com o resultado evoluindo at� chegar no �pice ap�s um ano", acrescenta o m�dico, que ainda afirma que o p�s-operat�rio � geralmente tranquilo, sem dor, e, em grande parte dos casos, o paciente retorna � maioria das suas atividades rotineiras ap�s dois dias. � importante evitar a exposi��o direta � luz solar e atrito na regi�o operada.

A indica��o do procedimento e da t�cnica exige um diagn�stico adequado e uma profunda discuss�o entre m�dico e paciente para alinhar as possibilidades do transplante capilar com as expectativas do paciente. "Considerando que a calv�cie n�o tem cura, mas pode ser controlada, � de extrema import�ncia que os pacientes realizem o tratamento cl�nico para calv�cie em paralelo ao transplante capilar para evitar que a calv�cie continue a evoluir nos fios n�o transplantados. Mesmo em casos de calv�cies em est�gios iniciais, quando o transplante pode ainda n�o ser indicado, � importante que o paciente j� inicie o tratamento cl�nico, visando conter o avan�o da calv�cie", afirma Diogo Coimbra.

A BAPS ressalta que o mais importante para quem se incomoda com a calv�cie e deseja realizar o transplante capilar � buscar um cirurgi�o pl�stico experiente, j� que uma avalia��o adequada e a t�cnica do profissional s�o fatores que impactam diretamente no resultado do procedimento. Na d�vida sobre o especialista, � poss�vel saber se o m�dico conta com RQE, que � o registro de qualifica��o de especialidade. Uma dica � procurar por outras pessoas que j� tenham passado por procedimentos com o profissional para verificar qual foi a experi�ncia e o resultado.