Dentre as consequ�ncias do problema, est�o a desidrata��o e desnutri��o, sufocamentoe a broncoaspira��o
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Dor ao engolir (odinofagia), engasgos constantes, tosse e sensa��o de comida parada na garganta ou no es�fago. Esses s�o sinais de um transtorno chamado “disfagia”, um dist�rbio relacionado ao transporte de alimento, saliva, l�quido e medica��o da boca para o est�mago, que pode acometer pessoas de qualquer idade, de beb�s a idosos. O desenvolvimento da altera��o pode ter in�meras causas e o diagn�stico precoce � essencial para evitar complica��es.
De acordo com Marcely Lengruber, fonoaudi�loga e professora do Centro Universit�rio IBMR, as causas mais comuns est�o ligadas �s doen�as neurol�gicas, causas neurol�gicas, infec��es e fungos – consideradas transit�rias, ou psicog�nicas – que possuem origem emocional. “Em beb�s, a disfagia pode ter origem no mecanismo protetivo de via respirat�ria, podendo ser tamb�m uma falta de coordena��o quando o beb� est� sugando o leite materno. � como uma dificuldade de fazer o movimento de suc��o e manter a respira��o ao mesmo tempo. J� em adultos, a principal causa de desenvolvimento s�o doen�as como Parkinson, Alzheimer e miastenia gravis ou sequelas neurol�gicas causadas por um acidente vascular cerebral (AVC) e traumatismo craniano”, explica.
Al�m dos impactos na sa�de f�sica, a disfagia pode comprometer a qualidade de vida dos acometidos, levando-os ao isolamento social, devido ao constrangimento motivado pelo excesso de engasgos, provocando danos � sa�de mental. “Imagine que voc� vai a um restaurante com amigos ou com a fam�lia e se engasga. Essa situa��o, por si, j� � desagrad�vel. Quem tem disfagia apresenta engasgos constantes e eles s�o potencializados. Por isso, o paciente muitas vezes deixa de frequentar lugares p�blicos”, analisa Lengruber.
A degluti��o � uma fun��o complexa, controlada pelo c�rebro em um mecanismo refinado, que envolve cerca de 35 m�sculos, que fazem parte da estrutura de respira��o, mastiga��o, articula��o e pron�ncia das palavras. A ado��o de h�bitos saud�veis, cuidar da sa�de bucal e da preserva��o da denti��o natural ou usar pr�teses dent�rias bem adaptadas � estrat�gia de preven��o do dist�rbio, que apresenta complica��es consideradas graves.
Dentre as consequ�ncias do problema, est�o a desidrata��o e desnutri��o, sufocamento, broncoaspira��o e, consequentemente, pneumonia aspirativa, que � uma condi��o considerada grave em crian�as e idosos, podendo levar o paciente a �bito. “Preservar a estrutura muscular envolvida na degluti��o e cuidar da sa�de respirat�ria e pulmonar � essencial para minimizar os riscos.
Uma pessoa que j� apresenta diagn�stico de alguma doen�a neurol�gica, neurodegenerativa ou doen�a pulmonar obstrutiva cr�nica (DPOC) precisa estar atenta �s altera��es de degluti��o e, principalmente, evitar bebida alco�lica e cigarros, contribuindo para a reabilita��o motricidade orofacial”, explica a fonoaudi�loga.
Apesar de ser uma disfun��o s�ria, a disfagia possui tratamento. Atualmente, o uso de novas tecnologias como laser, eletroestimula��o e at� mesmo toxina botul�nica (popularmente conhecida como “botox”) t�m amenizado o problema. Mas, Marcely Lengruber revela que ainda n�o existem muitas publica��es cient�ficas sobre a efic�cia desse tipo de tratamento.
Para as pessoas que est�o em tratamento, a profissional d� dicas de como familiares e cuidadores podem proporcionar mais conforto ao paciente. “A consist�ncia da alimenta��o pode influenciar na degluti��o do paciente. As dietas semi-l�quidas, pastosas, sem fiapos e sem farelos s�o as ideais. Dependendo do grau da disfagia, � recomendado, se necess�rio, o uso de espessante espec�fico para a �gua e para os l�quidos, que auxiliam no manejo da degluti��o. Al�m disso, quando a disfagia � muito severa, pode haver dificuldade para degluti��o da pr�pria saliva e tamb�m existem subst�ncias qu�micas que auxiliam nesse processo”, afirma a fonoaudi�loga.
A disfagia � um dist�rbio comum, mas que ainda � pouco discutido. Conhecer e disseminar informa��es sobre o tema � a principal ferramenta para preven��o e diagn�stico precoce. Assim, com tratamentos adequados, as complica��es tamb�m s�o reduzidas consideravelmente.
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