Espermatozoides planos e flor rosa
Mudan�as no rel�gio biol�gico impactam o organismo de diversas maneiras. Ganho de peso e apar�ncia cansada s�o os mais vis�veis, mas internamente at� o sistema reprodutivo pode ser comprometido. Uma pesquisa recente com camundongos, da Sociedade Europeia de Endocrinologia, demonstrou que a interrup��o do rel�gio biol�gico, com apenas quatro semanas de trabalho em turnos, � suficiente para reduzir a fertilidade.
"As descobertas ajudam os cientistas a entender melhor como os dist�rbios circadianos afetam a fertilidade feminina, o que pode levar a futuras estrat�gias de preven��o para mulheres que trabalham em hor�rios de trabalho fora do padr�o", explica o especialista em reprodu��o humana e diretor cl�nico da Mater Prime, Rodrigo Rosa. Trabalhos por turnos e plant�es, dessa forma, podem interferir na fertilidade.
O rel�gio biol�gico mestre est� localizado nos n�cleos supraquiasm�ticos, uma pequena regi�o no centro do c�rebro chamada hipot�lamo. "O hipot�lamo tamb�m � o centro regulador da fun��o reprodutiva, atuando na gl�ndula pituit�ria - anexada � parte inferior do hipot�lamo - que, por sua vez, regula a atividade ovariana para promover a ovula��o. Numerosos estudos em camundongos e humanos indicam um impacto negativo na reprodu��o feminina quando o ritmo circadiano � interrompido", diz Rodrigo Rosa.
Agora, nesse estudo, os pesquisadores imitaram as condi��es de trabalho em turnos de longo prazo em camundongos f�meas, mudando constantemente o ciclo claro-escuro, atrasando e avan�ando a exposi��o � luz em 10 horas ao longo de quatro semanas, e descobriram que a libera��o maci�a do horm�nio pituit�rio, chamado horm�nio luteinizante - que desencadeia a ovula��o - foi abolido, reduzindo subsequentemente a fertilidade nesses camundongos.
"A diminui��o da fertilidade se deve a uma altera��o da sinaliza��o do rel�gio circadiano mestre para o circuito reprodutivo hipotal�mico. Especificamente, a pesquisa mostra que quatro semanas de exposi��o ao turno cr�nico prejudica a transmiss�o de informa��es de luz do rel�gio biol�gico mestre para os neur�nios conhecidos por conduzir o momento do aumento do horm�nio luteinizante pr�-ovulat�rio", diz o m�dico.
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De acordo com o m�dico, entender os mecanismos precisos pelos quais a interrup��o circadiana altera a fun��o reprodutiva � importante. "Isso pode abrir caminho para poss�veis interven��es preventivas e terap�uticas para reduzir alguns dos efeitos negativos do trabalho por turnos na fertilidade das mulheres", aponta.
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