Cordão verde com girassóis

O cord�o em si n�o d� lugar na fila e n�o garante direitos. Ele serve para pedir empatia, respeito e paci�ncia

Roberto Suguino/Ag�ncia Senado
Tornar o invis�vel vis�vel � uma das miss�es do colar de girassol aprovado, no dia 17 de julho, como s�mbolo nacional de identifica��o de pessoas com defici�ncias ocultas. As outras s�o fomentar a empatia, o respeito e principalmente a educa��o e a conscientiza��o em rela��o �s diferen�as.

 

A lei que institui o s�mbolo foi sancionada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e estabelece que o uso do cord�o � opcional e sua aus�ncia n�o prejudica o exerc�cio de direitos e garantias previstos em lei.

 

O texto, incorporado ao Estatuto da Pessoa com Defici�ncia, afirma ainda que a utiliza��o do item n�o dispensa a apresenta��o de documento que comprove a defici�ncia em caso de solicita��o pelo atendente ou pela autoridade competente —medida fundamental para evitar o uso indiscriminado, segundo Flavia Callafange, diretora da Hidden Disabilities Sunflower na Am�rica Latina.

A empresa representa a causa das defici�ncias ocultas em diferentes pa�ses e � respons�vel por promover o s�mbolo, criado em 2016 a partir de uma demanda da equipe do aeroporto de Gatwick, na Inglaterra. Os funcion�rios queriam algo que passageiros com defici�ncias ocultas pudessem usar para sinalizar a necessidade de aten��o especial e, ap�s reuni�es com entidades voltadas ao cuidado de pessoas com autismo e Alzheimer, chegaram ao modelo: um cord�o verde com girass�is que representam confian�a, crescimento e for�a, al�m de transmitir felicidade e positividade.

 

"O cord�o em si n�o d� lugar na fila e n�o garante direitos. Ele serve para pedir empatia, respeito e paci�ncia", ressalta Callafange. A executiva conheceu o potencial do s�mbolo no fim do ano passado, ao viajar de avi�o com a filha e receber um cord�o da companhia a�rea. "Ela tem autismo, � muito agitada e os passageiros terminavam reclamando. Dessa vez, por�m, eles olhavam e sorriam, conversavam com ela."

 

Ap�s a experi�ncia, Callafange quis conhecer a HD Sunflower e se tornou representante da empresa. Nos �ltimos meses, ela tem ido a Bras�lia para divulgar o projeto original e trabalhado para fechar parcerias com aeroportos, companhias a�reas e parques.

 

A proposta � que as empresas treinem seus funcion�rios para atender pessoas com defici�ncias ocultas e entreguem gratuitamente o cord�o aos clientes com essas condi��es.

 

"Quando entrei, estava olhando para a minha filha, para o autismo, mas � um universo. Os outros, aqueles que t�m defici�ncias invis�veis, s�o muitos."

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Quem pode usar?

 

Na lista, est�o condi��es como transtorno do espectro autista (TEA), c�ncer, asma, transtorno de ansiedade, anosmia (perda do olfato), transtorno bipolar, epilepsia, fibrose c�stica, fibromialgia e esclerose m�ltipla.

 

Esquizofrenia, dispraxia, doen�a de Crohn, l�pus, doen�a de Lyme e disautonomia (transtorno que afeta o sistema nervoso aut�nomo, afetando os batimentos card�acos e a respira��o) tamb�m integram a rela��o.

 

"Vivo com disautonomia e enfrentei coment�rios desencorajadores de algumas pessoas devido � minha condi��o", escreveu a Miss Mundo Chile 2022, Ambar Zenteno, ao postar uma foto com o cord�o de girass�is ao lado de Callafange.

 

O influenciador Ivan Baron tamb�m usou as redes sociais para divulgar o s�mbolo. "Precisamos agora que essa informa��o chegue para mais gente, a sociedade aprenda o porqu� do uso desse cord�o e assim respeite."