imagem aparece só a barriga da grávida com par de sapatinhos em cima da barriga

O curso da doen�a nas crian�as � mais agressivo, s�o les�es que se desenvolvem e acomete a laringe e as cordas vocais

Marjon Besteman/Pixabay


A Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) estima que 80% das mulheres estar�o contaminadas com papilomav�rus humano (HPV) em algum momento de suas vidas. Existem mais de 200 categorias HPV altamente transmiss�veis, que podem infectar homens e mulheres sexualmente ativos. Al�m de provocar o aparecimento de verrugas na regi�o genital e no �nus (condiloma) e les�es que podem desencadear v�rios tipos de c�nceres, o v�rus afeta jovens e at� mesmo beb�s, que correm risco de serem infectados durante a gravidez ou o parto

Quando beb�s ou crian�as s�o contaminados, os cuidados devem ser redobrados, pois h� a probabilidade do surgimento da papilomatose lar�ngea, doen�a caracterizada pela presen�a de m�ltiplas prolifera��es na laringe que geralmente acometem as cordas vocais, causando disfonia (altera��es na voz e rouquid�o) e dispneia (dificuldade para respirar).

“O curso da doen�a nas crian�as � mais agressivo, s�o les�es que se desenvolvem e acomete a laringe e as cordas vocais. As crian�as s�o submetidas a v�rias interven��es cir�rgicas, sofrem com rouquid�o, falta de ar e estridor [som ofegante durante a inala��o]. Para que se sintam aliviadas e consigam ter mais qualidade de vida, s�o submetidas a v�rias interven��es cir�rgicas que ocorrem ao longo da vida”, esclarece Yara Furtado, m�dica e professora adjunta da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Manifesta��o e persist�ncia da infec��o � mais comum no per�odo gestacional

Apesar da gravidade do v�rus, h� poucos dados epidemiol�gicos acerca do HPV no Brasil. No entanto, v�rios estudos observaram a preval�ncia do HPV em 50% dos casos de gesta��o, fase na qual a maior concentra��o de horm�nios como progesterona e estrog�nio facilitam a manifesta��o e a persist�ncia da infec��o.


Segundo Yara Furtado, 90% dos casos em que ocorre condiloma durante a gesta��o s�o causados pelos HPVs 6 e 11, os mesmos v�rus diagnosticados na papilomatose lar�ngea. 

“� importante tratar a gestante para diminuir o risco de transmiss�o vertical (da gestante para o beb�), o condiloma predisp�e a infec��es secund�rias, ao aumento de infec��o por outras ISTs, pode causar hemorragia e comprometer a gesta��o e isso minimiza o desconforto e a vergonha da gestante por ter a les�o. N�o h� consenso sobre o parto mais indicado para proteger o beb�: quando as les�es s�o tratadas, qualquer tipo de parto � indicado”, complementa a m�dica.

Em casos de pequenas les�es n�o tratadas, o parto normal n�o � proibido. Quando h� grandes les�es, pode ocorrer obstru��o do canal de parto e a indica��o � a cesariana. H� ind�cios de que o parto normal exp�e a maior risco de desenvolvimento da papilomatose lar�ngea, enquanto a cesariana parece prevenir a transmiss�o.

Onda de contamina��o

Em cerca de 15% das cesarianas, a crian�a pode manifestar o HPV contra 28% de casos via parto normal. A cada seis beb�s de m�es infectadas, um nasce com HPV positivo e o contato com a m�e infectada pela doen�a ap�s o nascimento tamb�m pode causar uma segunda onda de contamina��o. 
 
Desde 2014, a vacina HPV quadrivalente � oferecida gratuitamente pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS) para meninas e meninos de nove a 14 anos e pacientes imunossuprimidos que podem ser vacinados entre nove e 45 anos.

Al�m do uso de preservativo durante toda a rela��o sexual e a realiza��o de exames preventivos como Papanicolau, a vacina��o � a melhor estrat�gia de preven��o contra o HPV.

Na Austr�lia, por exemplo, houve grande cobertura vacinal contra o HPV em 2006, resultando em uma redu��o de 74% dos condilomas nas meninas e 65% nos meninos, podendo ter atingido percentuais mais altos de redu��o nos dias atuais.

Diagn�stico molecular previne complica��es

Normalmente, o diagn�stico do HPV utiliza metodologias de baixa sensibilidade e especificidade, que diminuem a identifica��o precoce e as chances de cura dos pacientes.

Vale registrar que a Mobius, empresa que atua no campo de exames laboratoriais, desenvolve e comercializa produtos destinados ao segmento da medicina diagn�stica, oferecendo exames moleculares que possibilitam mais agilidade e alta precis�o na identifica��o dos alvos, reduzindo as chances de desenvolvimento de quadros oncol�gicos em casos de pacientes com HPV. 

Com apenas uma amostra, o exame molecular do Kit Multi HPV Flow Chip � capaz de detectar 35 tipos de HPV. O resultado � disponibilizado em poucas horas, oferecendo um diagn�stico precoce para interromper a transmiss�o, seja por via sexual ou vertical.
“Quando essas crian�as nascem, estamos fazendo uma colheita do orofaringe e da boca dos beb�s que nascem das m�es que tiveram condiloma e foram tratadas para ver se houve contamina��o. Fazemos isso atrav�s da biologia molecular, com teste PCR, que detecta o DNA do v�rus no orofaringe e as crian�as que t�m o v�rus positivo s�o acompanhadas no servi�o da UFRJ. Se continuar positivo, essa crian�a ser� acompanhada pelo resto da vida para o desenvolvimento e talvez uma terapia mais preventiva do desenvolvimento da doen�a”, relata a m�dica.

Tratamento

O tratamento do HPV varia conforme o quadro de cada paciente e nenhum � 100% eficaz. O primeiro objetivo � eliminar as verrugas, que s�o a manifesta��o inicial da infec��o. Depois da avalia��o cl�nica dos pacientes, a orienta��o m�dica pode envolver desde o uso de medicamentos at� procedimentos cir�rgicos.

O mais comum � a administra��o de medicamentos e aplica��o de cremes ou solu��es c�usticas nas regi�es afetadas com verrugas. Quando as verrugas n�o desaparecem ou est�o em est�gio avan�ado, pode ser necess�rio a cirurgia para remo��o, Outras possibilidades s�o a eletrocauteriza��o, abla��o com laser de CO2 ou crioterapia. 

“Escolhemos a modalidade terap�utica de acordo com a experi�ncia do m�dico, ou o que h� de oferta no servi�o. Nas les�es extensas, o que fazemos, �s vezes, � conjugar as modalidades: aplicar medica��o em casa, reduzir o n�mero de les�es e depois cauterizamos. Varia muito de acordo com o que a paciente quer, da nossa experi�ncia e do que podemos ofertar”, explica a m�dica.