Fausto Silva entrou na fila do transplante para receber um novo cora��o
Segundo os dados do Minist�rio da Sa�de de 16 de agosto, 386 pessoas aguardam pelo �rg�o no Brasil. O pa�s tem uma lista �nica com todas as pessoas que precisam de transplante, que � gerenciada pelo Sistema Nacional de Transplantes. De acordo com o m�dico Jo�o Vicente da Silveira, doutor em medicina e especialista em cardiologia, ap�s a inclus�o, o paciente precisa esperar chegar a sua vez.
Mas, quando o paciente est� muito grave, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), o caso torna-se priorit�rio.
"Esse paciente passa na frente. Por exemplo, o Faust�o est� hoje na UTI. Ele est� tomando medicamentos na veia para fazer o cora��o bater mais forte. S� que isso � moment�neo. Isso n�o � eterno. Ent�o como ele est� com uma gravidade maior, ele 'fura a fila', mas tem que estar na UTI e ser justificado", explica.
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De acordo com Silveira, s�o v�rios os crit�rios para ter prioridade.
"O m�dico dele tem que colocar todos os crit�rios online, no sistema de transplante, que demonstra que ele est� grave. Tem protocolos que ele precisa seguir. Voc� precisa inserir esses dados laboratoriais para mostrar que est� muito grave e que tem de passar na frente", afirma.
REGRAS PARA O TRANSPLANTE
Os �rg�os doados v�o para pacientes que necessitam de um transplante e j� est�o aguardando em uma lista de espera unificada e informatizada. A posi��o na lista de espera � definida por crit�rios t�cnicos como tempo de espera e urg�ncia do procedimento, compatibilidade sangu�nea entre doador e receptor. A compatibilidade gen�tica entre doador e receptores, quando necess�ria, � determinada por exames laboratoriais.
Outro fator importante � a localiza��o, pois � necess�rio entender o tempo de dura��o do �rg�o fora do corpo. Dependendo do prazo, � preciso um avi�o para o transporte at� o destino.
BRASIL � O 2º MAIOR EM TRANSPLANTES
O Brasil, segundo o Minist�rio da Sa�de, tem o maior programa p�blico de transplante de �rg�os, tecidos e c�lulas do mundo, que � garantido a toda a popula��o por meio do SUS, respons�vel pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no pa�s.
A rede p�blica de sa�de fornece aos pacientes assist�ncia integral e gratuita, incluindo exames preparat�rios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos p�s-transplante.
No Brasil, o �rg�o mais esperado para transplante � o rim, com 36.690 pessoas na fila de espera. A c�rnea est� em segundo lugar, com 25.689, e o f�gado na sequ�ncia, com 2.253. O cora��o, caso do apresentador Fausto Silva, est� em 5º lugar.
O estado com mais pessoas na fila de transplante � S�o Paulo que tem 23.671. O segundo � Minas Gerais, que tem 7.096, seguido por Rio de Janeiro, com 6.138.
At� o �ltimo dia 16, foram realizados 11.264 transplantes no Brasil este ano, sendo 5.946 de c�rnea, 3.544 de rim, e 1.417 de f�gado. Foram 244 transplantes de cora��o.
No mesmo per�odo de 2022, foram 16.733 transplantes no pa�s.
De apenas uma pessoa podem ser doados rins, f�gado, cora��o, pulm�es, p�ncreas, intestino, c�rneas, valvas card�acas, pele, ossos e tend�es. Com isso, in�meras pessoas podem ser beneficiadas com os �rg�os e tecidos provenientes de um mesmo doador.
No caso de doador vivo podem ser obtidos um dos rins, parte do f�gado, parte da medula e parte dos pulm�es.
O cora��o, depois de ser removido do doador, tem prazo de quatro horas para ser implantado no receptor, pois depois desse prazo come�a a se deteriorar.
"Do ponto de vista log�stico, a cirurgia tem que ser muito bem ordenada. A capta��o tem de ser coordenada de tal forma, que o cirurgi�o que est� com o paciente que vai receber o cora��o termine o transplante em um prazo de quatro horas", explica o m�dico Samuel Steffen, cirurgi�o card�aco da Rede D'Or e do Incor (Instituto do Cora��o).
O per�odo de 24 a 48 horas � o mais cr�tico para o processo de adapta��o de novo cora��o ao organismo, explica o cirurgi�o, que diz que a maioria dos pacientes vai bem nessa fase.
"Quando passa pelo transplante, o paciente acaba tendo que ficar, em m�dia, 30 dias internado, que � o p�s-transplante. A partir do momento que voc� troca o cora��o precisa cuidar de uma situa��o que chama-se rejei��o. Tem de ajustar as medica��es para o organismo n�o rejeitar esse cora��o", afirma.
O paciente precisa manter uma rotina de acompanhamento m�dico, que at� seis meses do transplante, consiste em consulta mensal, depois a cada dois meses e depois vai espa�ando. Os cuidados se mant�m para evitar a rejei��o do �rg�o.
"A gente sempre fala que a sobrevida em dez anos � muito boa. S� que a medicina tem evolu�do muito nos �ltimos anos, principalmente, em rela��o ao tratamento da rejei��o", diz Steffen.
CUIDADOS B�SICOS PODEM EVITAR O TRANSPLANTE
Segundo Silveira, a insufici�ncia card�aca se caracteriza quando o cora��o, que � uma bomba muscular, n�o consegue bombear sangue para o corpo todo.
"O cora��o fica t�o fraco que d� cansa�o aos m�nimos esfor�os, como escovar os dentes, pentear os cabelos, at� falar d� canseira, porque n�o tem fluxo de sangue no corpo todo. O cora��o cresce e fica fraco, explica Silveira.
O especialista diz que uma das principais causas que fazem a sa�de se deteriorar e levar uma pessoa a precisar de transplante de cora��o � a falta de aten��o aos cuidados b�sicos com a sa�de.
"� importante ir ao cardiologista, aferir a press�o. A press�o alta � um assassino silencioso que dilata e enfraquece o cora��o. A obesidade tamb�m � um fator, o tabagismo, colesterol alto, o sedentarismo, o maldito cigarro eletr�nico, tudo isso propicia a doen�a do cora��o", alerta Silveira.
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