pessoa com dor no peito

pessoa com dor no peito

Getty Images

No �ltimo domingo (10/9), o cantor Anderson Leonardo, de 51 anos, vocalista do grupo de pagode Molejo, foi internado no Rio de Janeiro com sintomas de pneumonia.

Depois de ser submetido a exames mais espec�ficos, seu diagn�stico foi atualizado para um quadro de embolia pulmonar.

De acordo com nota da assessoria de imprensa do grupo musical, o quadro � est�vel.


O cantor Anderson Leonardo, de 51 anos

O cantor Anderson Leonardo, de 51 anos

Reprodu��o/Instagram @cantorandersonleonardo

O quadro geralmente come�a se h� a presen�a de uma condi��o que favorece a forma��o de co�gulos no sangue, como imobiliza��o prolongada (para pacientes acamados, por exemplo), cirurgia, les�es, gravidez e c�ncer — como � o caso do cantor, que est� em tratamento contra um c�ncer de test�culo desde outubro de 2022.

 

 

 

Um co�gulo sangu�neo em partes do corpo como as pernas pode ter consequ�ncias graves, interrompendo o fluxo sangu�neo a ponto de gangrenar o membro e precisar de amputa��o.

Mas o risco � vida � mais direto quando o co�gulo se desloca e viaja atrav�s da corrente sangu�nea at� chegar ao cora��o.

"O sangue passa pelos pulm�es para receber oxig�nio antes de ir para �rg�os vitais como o c�rebro. Devido ao tamanho pequeno dos vasos sangu�neos nos pulm�es, o co�gulo pode ficar preso e obstruir o fluxo sangu�neo", descreve o pneumologista Gunther Kissmann, especialista pela PUC-Rio.

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Ap�s o co�gulo se alojar nos pulm�es, obstruindo o fluxo sangu�neo, podem ocorrer diferentes complica��es, incluindo danos aos tecidos pulmonares, redu��o da oxigena��o do sangue, aumento da press�o nas art�rias pulmonares (hipertens�o pulmonar), s�ndrome do desconforto respirat�rio agudo (SDRA), insufici�ncia card�aca direita e embolia em outros �rg�os, como c�rebro, cora��o ou rins, o que pode ser potencialmente fatal.

O risco aumenta quando existem v�rios co�gulos, ou o embolismo dura por muito tempo, causando a embolia maci�a ou infarto pulmonar (quando parte do tecido pulmonar n�o recebe fluxo de sangue e oxig�nio suficientes e parece estar morto em exames de imagem).

De acordo com o m�dico, al�m do co�gulo sangu�neo, em casos mais raros, gordura e fragmento de tumores tamb�m podem causar embolia pulmonar.

Sintomas e diagn�stico

Os sintomas da embolia pulmonar incluem:


  • Dor no peito;
  • Falta de ar;
  • Tosse repentina (com possibilidade de expectorar sangue);
  • Sudorese;
  • Tontura;
  • S�ncope (menos comum);

De acordo com o m�dico Fl�vio Arbex, o primeiro sinal costuma ser a falta de ar.

"Acontece de uma hora para outra. A pessoa pode estar fazendo uma atividade rotineira, cozinhando, por exemplo, e n�o consegue puxar o ar", explica ele, que � doutor em pneumologia pela Universidade Federal de S�o Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM).

Nesses casos, alerta Arbex, o melhor � procurar ajuda imediatamente para conseguir tratamento r�pido e evitar morte ou agravamento do quadro.

O diagn�stico definitivo da tromboembolia pulmonar � realizado por meio de exames de imagem, mais frequentemente a angiografia pulmonar por tomografia computadorizada.

Em centros mais modernos, algoritmos de diagn�stico que levam em considera��o a probabilidade de tromboembolia pulmonar tamb�m podem ser aplicados para otimizar o uso de exames de imagem.

Tratamento e preven��o contra trombose pulmonar

O tratamento, basicamente, consiste no uso de anticoagulantes. Portanto, usamos medicamentos popularmente conhecidos por afinar o sangue. Isso ajuda a evitar a forma��o de novos trombos e permite que o nosso pr�prio corpo absorva os trombos j� existentes.

O uso de anticoagulantes pode variar de tr�s a seis meses ou, em alguns casos, por tempo indeterminado, dependendo dos fatores de risco e das causas.

Quanto � preven��o, segundo os m�dicos, as orienta��es tamb�m v�o depender da hist�ria cl�nica do paciente. Por exemplo, ap�s cirurgias, � comum orientar o uso de meias el�sticas e anticoagulantes profil�ticos para prevenir essa condi��o.

Durante viagens a�reas, � recomendado que o paciente se movimente, tente ficar em p� e utilize meias el�sticas, al�m de evitar o consumo excessivo de bebidas alco�licas.

"Em casos espec�ficos, como quando os pacientes t�m doen�as gen�ticas, o uso de anticoagulantes. Precisamos, portanto, olhar para o paciente de forma individualizada, levando em considera��o esses fatores", afirma Arbex.

Kissmann, especialista pela PUC-Rio, complementa dizendo que recomenda��es gerais incluem n�o fumar, manter-se ativo fisicamente (j� que a imobilidade favorece forma��o de co�gulos) e evitar sobrepeso ou obesidade [condi��es que alteram a circula��o sangu�nea].

Quanto �s sequelas, em caso de um grande infarto, pode haver dor por algum tempo. Em 4% dos casos, a doen�a pode se tornar cr�nica, resultando em uma condi��o conhecida como embolia pulmonar cr�nica.

"Nesses casos, o paciente precisar� continuar usando anticoagulantes por um per�odo prolongado e avaliar se h� repercuss�es card�acas, especialmente no lado direito do cora��o, que possam exigir interven��o m�dica", conclui Arbex.

Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/articles/c80gj8jxz3zo