Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), somente em 2023, ocorrerão cerca de 17 mil novos casos de câncer de colo do útero no Brasil

Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Nacional do C�ncer (INCA), somente em 2023, ocorrer�o cerca de 17 mil novos casos de c�ncer de colo do �tero no Brasil

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Diante de uma s�rie de evid�ncias do perigo de vulnerabilidade, o Minist�rio da Sa�de ampliou a vacina��o contra o papilomav�rus humano (HPV) para as v�timas de viol�ncia sexual. A medida visa assegurar a prote��o de indiv�duos com idades entre 9 e 45 anos que ainda n�o receberam a vacina ou n�o conclu�ram o esquema de imuniza��o contra esse v�rus. N�colas Cayres, ginecologista e professor de medicina do Centro Universit�rio de Bras�lia (CEUB), esclarece os mitos e verdades sobre a vacina e defende a medida de amplia��o dos grupos priorit�rios.

Respons�vel pela forma��o de verrugas na pele, as les�es genitais podem ser de alto risco, pois s�o precursoras de tumores malignos, especialmente do c�ncer de colo do �tero e do p�nis. De acordo com o ginecologista, a aus�ncia de preven��o contra o HPV pode acarretar complica��es graves, sendo o c�ncer de colo do �tero a principal delas. "O papilomav�rus � o primeiro entre as causas ginecol�gicas de c�ncer", alerta o especialista.

Cayres revela que a falta de vacina��o contra o HPV em homens afeta diretamente as mulheres. "Quando os homens n�o se vacinam, eles podem se tornar portadores do v�rus e transmiti-lo a suas parceiras sexuais ", frisa o professor. Embora o c�ncer de p�nis possa ser decorrente da aus�ncia de preven��o contra o HPV em homens, o especialista afirma que sua incid�ncia � muito baixa quando comparada ao c�ncer de colo do �tero na popula��o em geral. Por isso, a vacina��o para meninos protege as mulheres do aumento da incid�ncia desse tipo de c�ncer.

Preven��o do HPV � autocuidado

N�colas Cayres afirma que h� uma conscientiza��o maior sobre a preven��o das Infec��es Sexualmente Transmiss�veis (ISTs) nas mulheres devido �s graves sequelas causadas pela infec��o do HPV. Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Nacional do C�ncer (INCA), somente em 2023, ocorrer�o cerca de 17 mil novos casos de c�ncer de colo do �tero no Brasil. Essa incid�ncia � alarmante e refor�a a necessidade de preven��o.

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Al�m da vacina, o ginecologista refor�a o exame de Papanicolau como fundamental para o diagn�stico precoce de les�es invasoras causadas pelo HPV no colo do �tero. Segundo ele, essas les�es t�m potencial de se tornarem c�ncer, mas s�o completamente trat�veis quando detectadas em est�gios iniciais. O Minist�rio da Sa�de recomenda que a mulher fa�a esse exame a cada tr�s anos, caso tenha dois exames anteriores normais. O simples ato de realizar o Papanicolau regularmente pode evitar o desenvolvimento dessa doen�a evit�vel.

Para aumentar o engajamento nas campanhas de imuniza��o contra o HPV, o docente do CEUB afirma ser fundamental que as fam�lias, escolas e profissionais de sa�de trabalhem juntos para conscientizar sobre a import�ncia da preven��o, visando uma vida sexual saud�vel e livre de complica��es causadas por essa infec��o. "A preven��o do c�ncer de colo do �tero � uma quest�o de autocuidado e responsabilidade", refor�a.

N�meros no Brasil

Segundo dados divulgados pelo Minist�rio da Sa�de, 87,08% das meninas receberam a primeira dose da vacina em 2019, mas, em 2022, a cobertura caiu para 75,81%. Entre os meninos, a cobertura caiu de 61,55% para 52,16% no mesmo per�odo. 7 em cada 10 casos de c�ncer de colo de �tero no Brasil s�o causados por um v�rus que pode ser combatido com vacina gratuita oferecida pelo SUS.

Quanto � viol�ncia sexual, o boletim epidemiol�gico do Minist�rio da Sa�de publicado em maio deste ano revelou 202.948 casos notificados envolvendo crian�as e adolescentes. Desse total, somente em 2021, foram registradas 35.196 notifica��es, marcando o maior n�mero observado durante esse intervalo de tempo. No estado de S�o Paulo, 30% das v�timas de viol�ncia sexual atendidas pelos servi�os de sa�de contra�ram HPV.