Viroses infantis, quando se preocupar? Veja como diferenci�-las
Per�odos mais frios e secos do ano favorecem a infec��o das crian�as; pais devem ficar atentos aos principais sinais de alerta para procurar atendimento m�dico
� importante que os respons�veis fiquem atentos a sinais que podem indicar um caso mais grave que necessita de atendimento especializado
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Nariz escorrendo, tosse, febre e mal-estar. Esses s�o sintomas que frequentemente deixam os pais aflitos e incomodam bastante as crian�as, especialmente aquelas com menos de dois anos, que s�o as mais afetadas. Em �pocas em que o ar est� mais frio e seco, as vias a�reas, respons�veis por transportar o ar at� os pulm�es, tornam-se mais vulner�veis ao cont�gio por v�rus.
“O comportamento humano � um fator que piora o quadro, j� que as pessoas tendem a passar mais tempo em ambientes fechados, o que facilita a dissemina��o dos micro-organismos que provocam essas enfermidades”, diz o pediatra Linus Pauling Fascina, gerente m�dico materno-infantil do Hospital Israelita Albert Einstein, em S�o Paulo. Ele ressalta que alguns v�rus, como o da gripe, por exemplo, podem sobreviver mais tempo nesse tipo de clima, o que contribui para que ainda mais para o adoecimento de todos, especialmente das crian�as.
O pediatra Celso De Moraes Terra, do Centro de Terapia Intensiva Pedi�trica do Einstein, acrescenta que a pandemia contribuiu para o aumento dos casos de viroses respirat�rias, sem uma liga��o obrigat�ria com a sazonalidade. Isso provavelmente ocorreu devido ao retorno das crian�as ao contato com adultos em creches e escolas ap�s o per�odo de confinamento. Por todas essas raz�es, manter a lavagem frequente das m�os ou o uso de �lcool em gel, evitar contato com pessoas doentes, cobrir o rosto ao tossir ou espirrar e manter a vacina��o em dia s�o atitudes fundamentais para prevenir o cont�gio.
Tamb�m � importante que os respons�veis fiquem atentos a sinais que podem indicar um caso mais grave que necessita de atendimento especializado. “Entre eles, est�o a febre por mais de dois dias, prostra��o, hipoatividade, sinais de falta de ar, aumento da frequ�ncia respirat�ria, gem�ncia (um barulho prolongado durante a expira��o), retra��o da regi�o da garganta, diminui��o da aceita��o alimentar e da frequ�ncia das mic��es”, alerta Terra.
Conhe�a as caracter�sticas e o tratamento dos quadros mais comuns e n�o se esque�a: diante de qualquer d�vida, procure um especialista.
Resfriado
Trata-se de uma doen�a bastante comum que afeta principalmente as vias respirat�rias superiores, incluindo o nariz e a garganta. Pode ser provocada por uma ampla gama de v�rus, como o rinov�rus e o adenov�rus. Os sinais mais comuns incluem congest�o nasal, gotejamento de secre��o l�quida do nariz, espirros, dor de garganta, tosse, fadiga e, em alguns casos, febre baixa. “Os resfriados costumam ser inofensivos e autolimitados, o que significa que tendem a melhorar sozinhos em um per�odo de tempo relativamente curto, geralmente em uma ou duas semanas”, diz o pediatra Linus Pauling.
O tratamento � centrado essencialmente no al�vio dos sintomas e no repouso, para que o sistema imunol�gico possa combater a infec��o com maior efic�cia. Al�m disso, beber �gua, fazer lavagens nasais com soro fisiol�gico, dormir com a cabe�a mais elevada e usar analg�sicos s�o medidas que ajudam a melhorar o quadro. � importante destacar que os resfriados s�o diferentes das gripes, que podem causar complica��es mais graves. “Se o quadro estiver muito severo, durar mais do que o esperado ou apresentar complica��es, � indicado procurar atendimento m�dico”, alerta Fascina.
Gripe
Ela � causada pelo v�rus influenza e geralmente desencadeia sintomas mais intensos do que o resfriado, como febre alta, dores musculares, prostra��o, dor de cabe�a intensa, fadiga, tosse, congest�o nasal, dor de garganta, calafrios e at� pequenos g�nglios na regi�o cervical. Se n�o for tratada adequadamente, pode levar a complica��es, como pneumonias, especialmente em crian�as pequenas e pessoas com o sistema imunol�gico enfraquecido devido a outra doen�a.
O tratamento pode incluir, al�m dos cuidados mencionados no caso do resfriado, medicamentos antivirais que reduzem a dura��o e a intensidade do quadro.
Para preveni-la, � importante tomar a vacina anualmente, pois ela � atualizada para combater as cepas de v�rus mais recentes. “� importante que fique claro que a vacina n�o provoca a doen�a, ao contr�rio do que muita gente acredita. Ela � feita com v�rus mortos. Por isso, se a pessoa apresentar a enfermidade logo em seguida, provavelmente j� tinha tido contato com o micro-organismo antes da vacina��o”, esclarece Terra.
S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (SRAG)
Essa � uma terminologia usada por m�dicos para descrever uma infec��o respirat�ria aguda grave que pode ser causada por uma variedade de agentes infecciosos, incluindo v�rus, bact�rias e outros, sendo o v�rus influenza e o coronav�rus os exemplos mais conhecidos. A s�ndrome respirat�ria aguda grave (SRAG) manifesta sintomas como tosse, febre e dificuldade respirat�ria mais intensos e pode levar a condi��es mais s�rias, como pneumonia e insufici�ncia respirat�ria.
Em casos mais leves, pode ser tratada com medicamentos para aliviar os sintomas, al�m de repouso e uma boa hidrata��o. Por outro lado, os casos mais graves podem exigir hospitaliza��o e suporte respirat�rio, como ventila��o mec�nica. A preven��o da SRAG envolve a vacina��o contra doen�as respirat�rias comuns, especialmente a gripe e a COVID-19. Outras medidas importantes para prevenir a doen�a incluem a lavagem frequente das m�os, evitar o contato pr�ximo com pessoas doentes e o uso de m�scaras em situa��es de risco.
Ela � uma doen�a comum, especialmente entre as crian�as pequenas, e � caracterizada pela inflama��o e obstru��o dos bronqu�olos, que s�o as ramifica��es terminais dos br�nquios. Geralmente, � causada por infec��es virais, sendo o v�rus sincicial respirat�rio (VSR) o mais comum. Seus sintomas podem variar em gravidade e incluem tosse persistente, chiado no peito, dificuldade respirat�ria, retra��es na regi�o pr�xima ao pesco�o, respira��o r�pida, nariz escorrendo e congestionado, e febre baixa ou moderada.
A boa not�cia � que a maioria dos casos � leve e pode ser tratada em casa com medidas de suporte, como manter a crian�a hidratada, manter o ambiente livre de itens que podem trazer irrita��o para o sistema respirat�rio e utilizar medicamentos apropriados. No entanto, em casos mais graves, especialmente em crian�as com menos de dois anos ou com outros problemas de sa�de, pode ser necess�ria a interna��o em um hospital para tratamento intensivo e fornecimento de oxig�nio.
Assim como nas outras viroses respirat�rias, a preven��o da bronquiolite envolve medidas como lavar as m�os regularmente, evitar o contato com pessoas doentes, especialmente durante a temporada de infec��es respirat�rias, e evitar a exposi��o ao tabagismo passivo, o que pode agravar os sintomas respirat�rios.
Atualmente, n�o h� uma vacina comercialmente dispon�vel para prevenir a infec��o pelo v�rus sincicial respirat�rio (VSR). No entanto, em casos de beb�s prematuros extremos ou com condi��es m�dicas que os coloquem em alto risco de desenvolver complica��es graves devido � infec��o pelo v�rus, como cardiopatias cong�nitas graves ou doen�as pulmonares cr�nicas, os m�dicos podem optar pelo palivizumabe. Esse medicamento � injet�vel e � administrado mensalmente durante os meses de maior sazonalidade para ajudar a prevenir a infec��o.“Existe uma vacina contra o VSR em aprova��o pelo FDA e poderemos ter novidades nas indica��es nos pr�ximos meses”, conta Terra.
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