Pacientes com bal�o deglut�vel no est�mago: como perderam 15% do peso

Uma em cada quatro pessoas com obesidade e sobrepeso no Brasil tem dificuldades para emagrecer, segundo dados do �ltimo censo do IBGE. Se enquadram no sobrepeso pessoas com ï¿½ndice de Massa Corporal (IMC) entre 27 e 30, que representam atualmente 31% ou 6,72 milh�es brasileiros, de acordo com o Sistema de Vigil�ncia Alimentar e Nutricional (SISVAN 2023) - a pesquisa foi realizada por abrang�ncia, regi�o de cobertura, fase da vida, sexo, ra�a/cor, origem do registro, entre outras, dispon�vel por munic�pio, regi�o e regional de sa�de em todo o pa�s.

Bal�o deglut�vel

Recentemente chegou ao Brasil um tratamento voltado para este p�blico: um bal�o g�strico que dispensa a necessidade de endoscopia para inser��o. O paciente engole uma c�psula, em forma de comprimido, que � preenchida no est�mago com soro fisiol�gico at� atingir a marca de 500 ml, o que gera sensa��o de saciedade.

O cirurgi�o do aparelho digestivo e m�dico que atua no tratamento cir�rgico da obesidade, Luiz Vicente Berti, explica que o paciente vai at� a cl�nica e, com acompanhamento do m�dico, engole uma c�psula com um cateter ligado. "Para engolir, � preciso tomar um grande gole d'�gua. Na sequ�ncia, o bal�o � inflado pela c�nula com �gua esterilizada. Inflado, o bal�o tem o tamanho de uma laranja. N�o � preciso endoscopia para coloc�-lo. Depois de quatro meses, h� uma v�lvula que se dissolve e o bal�o esvazia e � expelido naturalmente", conta Berti.

Resultados

Pacientes que est�o sendo submetidos ao tratamento j� chegaram a perder 15% do peso corporal em apenas dois meses de uso. � o caso do consultor J�lio Onu, que em apenas tr�s meses perdeu 22,4 quilos, passando de 106,6 quilos para 84,2 quilos com o bal�o deglut�vel. "� realmente transformador. Estou me sentindo super bem com quase 23 quilos a menos e continuo perdendo medida. Hoje j� consigo comer normalmente, mas sigo fazendo a dieta e o aplicativo me ajuda a acompanhar o andamento e a evolu��o em rela��o �s atividades f�sicas que preciso seguir", informa J�lio.

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J� a esteticista Ana Paula Pinheiro, de 26 anos, conta que as mudan�as em quatro meses com o bal�o, al�m da perda de peso, foram muito n�tidas. "Consegui livrar meu corpo da inflama��o ocasionada pelo sedentarismo e pela obesidade, passei a fazer exerc�cios e me alimentar melhor, buscando um equil�brio. Com todas as mudan�as consegui adquirir massa magra tamb�m. O simples fato de me sentir mais saciada, fez com que minha cabe�a tenha mais foco na reeduca��o alimentar e me faz acreditar que vou conseguir emagrecer ainda mais", diz Ana Paula.

Programa de tratamento

O novo bal�o deglut�vel tem alcan�ado bons resultados devido a um diferencial, o suporte multidisciplinar 24 horas por dia. Com a aprova��o da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), o bal�o vem acompanhado de um programa de tratamento que inclui balan�a de bioimped�ncia e um rel�gio (smartwatch) que monitora os resultados do paciente por meio de aplicativo a que o m�dico tem acesso. O software monitora o paciente e sugere receitas, atividades f�sicas di�rias, conforme os dias avan�am.

"� uma responsabilidade compartilhada em que orientamos o paciente sobre tudo o que ele precisa fazer, enviamos dietas, receitas e orienta��es que ele deve seguir. Caso n�o esteja seguindo, o rel�gio e a balan�a ir�o mostrar", explica Berti.

Para a paciente Ana Paula, o acompanhamento com a intelig�ncia foi crucial para compreender o que cada n�mero na balan�a significava. "O smartwatch me trouxe muito mais compreens�o sobre meu pr�prio corpo. A equipe m�dica pode dividir esse podium comigo, pois foram muito compreens�veis, pacientes e sempre orientaram de forma a conseguir resultados", relata Ana Paula.

Para o m�dico Luiz Vicente Berti, o programa auxilia na mudan�a da rela��o com a comida e a qualidade do que se consome. � o que o programa prev�. "O paciente coloca o bal�o e, uma vez com ele no est�mago, se sente satisfeito e n�o quer comer muito. A grande quest�o � partir dessa sensa��o de "satisfeito" (barriga cheia) para reeducar o paciente a escolher as melhores op��es", aponta.