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(RDNE Stock project/Pexels)

Nos Estados Unidos, pesquisadores da Rowan University descobriram que crian�as com transtorno do espectro autista (TEA) e transtorno do d�ficit de aten��o com hiperatividade (TDAH) t�m maior dificuldade em eliminar micropl�sticos do organismo, atrav�s das vias naturais.

Os efeitos do ac�mulo excessivo de pl�stico s�o desconhecidos na sa�de desses indiv�duos. Para compreender os efeitos do ac�mulo de subst�ncias derivadas dos micropl�sticos, os cientistas ainda precisar�o acompanhar esse pequeno grupo de crian�as analisadas por um per�odo maior e testes complementares devem ser realizados.

Autismo, TDAH e micropl�sticos

Publicado na revista cient�fica PLOS ONE , o estudo analisou a capacidade de elimina��o dos micropl�sticos em aproximadamente 150 crian�as norte-americanas, sendo que 66 t�m diagn�stico para autismo e outras 46 ??convivem com o TDAH. Al�m disso, 37 crian�as sem nenhum tipo de transtorno conhecido foram analisadas.

Autismo e TDAH são conectados com maior dificuldade em eliminar substâncias relacionadas aos microplásticos pelo organismo (Imagem: Microgen/Envato)

Autismo e TDAH são conectados com maior dificuldade em eliminar substâncias relacionadas aos microplásticos pelo organismo (Imagem: Microgen/Envato)

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Em especial, foi observada a capacidade em eliminar um componente muito usado em materiais pl�sticos, o bisfenol A (BPA). Por causa da sua toxicidade j� conhecida, a recomenda��o � que os pl�sticos com essa subst�ncia n�o sejam aquecidos com comida no micro-ondas, por exemplo.

Como o corpo elimina o pl�stico?

Para entender o caminho do micropl�stico com BPA no organismo, vale dizer que, ap�s ser ingerido ou inalado, a maior parte � filtrada no sangue atrav�s de um processo conhecido como glicuronida��o. Nessa etapa, uma mol�cula de a��car � normalmente fixada na subst�ncia indesejada, o que faz com ela seja atra�da pela �gua e termine eliminada pela urina.

Quando esse processo n�o ocorre, diferentes tecidos do corpo permanecem expostos ao BPA por longos per�odos, com desdobramentos ainda pouco conhecidos pela ci�ncia — � prov�vel que aumente o risco de c�ncer. A quest�o � que, al�m de pessoas com altera��es gen�ticas espec�ficas, as crian�as com autismo e TDAH t�m dificuldades em completar esse processo naturalmente.

Mais estudos são necessários para compreender o efeito do excesso de microplásticos nessas crianças (Imagem: Caleb Woods/Unsplash)

Mais estudos são necessários para compreender o efeito do excesso de microplásticos nessas crianças (Imagem: Caleb Woods/Unsplash)

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Segundo os autores, a capacidade de glicuronida��o � 10% menor em crian�as com autismo que naquelas sem o transtorno. No caso do TDAH, o impacto � ainda maior, j� que a efic�cia � 17% menor.

O que significa a descoberta?

Para o principal autor do estudo e professor da universidade, Peter Stein, esta � "a primeira evid�ncia bioqu�mica s�lida da liga��o entre o BPA e o desenvolvimento do autismo ou TDAH" em crian�as. Nessa linha de racioc�nio, o problema descoberto n�o seria um sintoma ou desdobramento da condi��o, mas, sim, uma das poss�veis causas. As duas condi��es teriam como origem o aumento da exposi��o da m�e ou da crian�a em algum momento ap�s o nascimento a essas subst�ncias.

Apesar da hip�tese conectando os transtornos com as subst�ncias do pl�stico, mais pesquisas ainda s�o necess�rias antes de qualquer afirma��o. Hoje, o que o estudo aponta � para a maior dificuldade dos pequenos em eliminarem os compostos do pl�stico por vias naturais.