moça com expressão de dor e uma mão na testa

Sociedade Brasileira de Cefaleia aponta mais de 140 milh�es de brasileiros sofrendo com as mais diversas dores de cabe�a

Robin Higgins/Pixabay


Se tem uma coisa que brasileiro conhece muito bem � a dor de cabe�a. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, o pa�s tem  mais de 140 milh�es de brasileiros sofrendo com as mais diversas dores de cabe�a. Se levar em conta os n�meros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) de 2022, isso significa mais de 50% da popula��o brasileira.

A grande quest�o � que, na maioria das vezes, as dores de cabe�a parecem n�o ter uma causa certa e podem estar conectadas a muitos fatores, inclusive os emocionais, de acordo com a biodecodifica��o. Encontrar solu��es que sejam parcerias dos tratamentos convencionais pode ajudar a eliminar as dores.

A biodecodifica��o � uma t�cnica descoberta pelo franc�s Christian Fl�che, que investiga a fun��o do �rg�o doente para encontrar o sentido ou c�digo biol�gico de uma dor. O objetivo � encontrar o que os biodecodificadores chamam de ressentir, uma “pista” que pode levar em dire��o ao evento dram�tico que seria a causa daquela dor ou doen�a .

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Gavado no inconsciente: ressentir a dor

A biopsicoterapeuta Celia Fadul explica: “Tudo que vivemos � sentido, certo? Por�m, quando algo transcende nossa compreens�o e nos causa dor, muitas vezes fica gravado, mesmo que de forma inconsciente, em nossas c�lulas, causando o que chamamos de ressentir, ou seja, estamos sempre revivendo aquela situa��o em diferentes ocasi�es da vida, ressentindo a mesma dor, mesmo que de maneira diferente”.

Descobrir o evento que causou o ressentir permite ganhar consci�ncia e tratar a dor ou a doen�a para al�m do corpo e do sintoma. “Vamos direto na causa, o que elimina novas situa��es de ressentir a partir dali”, enfatiza Celia.
No caso das dores de cabe�a, o c�digo pode ser mais simples do que imaginamos: “Para que serve o c�rebro? Pensar, encontrar solu��es, controlar, tomar decis�es. Durante a vida fazemos tudo isso constantemente. E est� tudo bem”, lembra Celia, que continua: “mas, para algumas pessoas, n�o poder controlar ou n�o encontrar solu��o para algo com sua cabe�a, com sua mente, � inaceit�vel e at� mesmo insuport�vel”.

Ela d� o exemplo de uma paciente que sofria com enxaquecas horr�veis: “Durante o tratamento, descobrimos que, quando ela tinha 6 anos, presenciou o pai sofrer um ato de extrema viol�ncia dentro da pr�pria casa, com assaltantes. Na ocasi�o, ela se sentiu incapaz de poder defender seu pai, de encontrar uma solu��o e esse foi o estopim para o ressentir”.
Celia complementa: “Constantemente, ela repensava o que poderia ter feito para impedir o sofrimento do pai e isso ficou gravado em seu corpo, em seu inconsciente. A partir dali a sensa��o inconsciente era de ela tinha que encontrar solu��o para tudo e para todos. Esse ato de pensar, repensar, buscar uma solu��o para tudo, mesmo quando n�o existia, era o causador das dores de cabe�a”.

Mudan�a de comportamento

Entender essa situa��o permitiu � paciente tomar atitudes diferentes em rela��o � vida, rumo a uma mudan�a de comportamento (desapegar das solu��es) e a uma ressignifica��o do ocorrido (rejeitar o sentimento de culpa e a posterior impot�ncia diante do fato), acabando com suas enxaquecas.

A terapeuta lembra: “� ineg�vel a import�ncia do autoconhecimento e do acompanhamento terap�utico quando temos uma dor ou doen�a, especialmente quando j� tentamos de tudo e nada parece efetivamente surtir efeito. A terapia n�o substitui o tratamento m�dico, ela atua como uma coadjuvante que corta o mal pela raiz, impedindo que ele volte".