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Estado de Minas REL�QUIAS

Encontro de antigos em drive-in no Alphaville foi a atra��o da semana

Membros de clubes de autom�veis antigos se reuniram com suas preciosidades para assistir Os embalos de s�bado � noite, com John Travolta


postado em 20/06/2020 04:00

Encontro de antigos em drive-in no Alphaville foi a atração da semana(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Encontro de antigos em drive-in no Alphaville foi a atra��o da semana (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

 

A necessidade de espairecer em tempos de coronav�rus, onde a recomenda��o “fique em casa” � a principal arma para evitar o cont�gio pela COVID-19, resultou no ressurgimento do cinema drive-in em v�rias cidades do Brasil. Em Belo Horizonte (t�, Nova Lima), j� s�o dois endere�os onde � poss�vel apreciar um filme no conforto e isolamento da poltrona do seu carro. Agora, pegue essa ideia e junte a uma esp�cie de encontro de carros antigos – alguns deles remetem diretamente � fase de ouro dos drive-ins nos Estados Unidos – e formamos o evento da �ltima quarta-feira (17).

 

Caracterizado, José Rosas curtiu o evento com seu Ford Phaeton 1928(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Caracterizado, Jos� Rosas curtiu o evento com seu Ford Phaeton 1928 (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

 

Membros do Instituto Cultural Veteran Car de Minas Gerais e o Clube de Ve�culos Antigos de Nova Lima fecharam uma sess�o do Cinear Drive-in Alphaville, reunindo cerca de 100 ve�culos antigos de todos os anos, estilos e nacionalidades em frente ao tel�o de 19 metros de largura por 8m de altura. O filme? Uma volta ao passado: Os embalos de s�bado � noite, de 1977, com John Travolta. O �udio � transmitido pela faixa 88,5 FM do dial, frequ�ncia que os mais antigos nem traziam em seu r�dio original. Mas isso � mero detalhe, bastando sintonizar a esta��o no smartphone para ouvir os di�logos.

 

Além do Chevrolet Master 1940, José Geraldo levou vinil do Grease(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Al�m do Chevrolet Master 1940, Jos� Geraldo levou vinil do Grease (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

 

O primeiro carro da fila era o Lincoln Continental 1958 de Bruno Luciano Henriques, com aproximadamente 6,20m de comprimento. Ser� que o imponente convers�vel da marca de luxo da Ford chegou a frequentar um drive-in na Am�rica? De qualquer forma, foi a primeira vez de seu propriet�rio neste tipo de cinema, experi�ncia que classificou como uma oportunidade de juntar pessoas, com a devida dist�ncia, “o que � muito importante para a sa�de mental”.

 

Ferrari 328 GTB, de 1986, do empresário Guilherme Luz foi destaque(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Ferrari 328 GTB, de 1986, do empres�rio Guilherme Luz foi destaque (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

 

MUSTANG Junto com a fam�lia, Bruno tamb�m levou ao evento seu Ford Mustang 1967, tendo ao volante seu genro, Jo�o Victor Barone. Sua filha, Clara Borges da Costa Henriques, conta que carros antigos s�o coisa de fam�lia e seu preferido � o Lincoln. Outro genro sortudo � Guilherme Luz, ao volante da Ferrari 328 GTB, de 1986, do sogro. O esportivo tem motor V8 de 340cv. Sobre a experi�ncia do drive-in, Guilherme aprovou a ideia: “� uma oportunidade de sair de casa e ver gente, ap�s tr�s meses de quarentena”.

 

Primeiro a chegar ao drive-in foi o belíssimo Lincoln Continental 1958(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Primeiro a chegar ao drive-in foi o bel�ssimo Lincoln Continental 1958 (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

 

Ainda na fila, os amigos do antigomobilismo se encontram e organizam rodinhas de conversa, todos de m�scara e um pouco distantes. No momento da entrada, os carros passam pelo estande das comidas e bebidas, compradas com anteced�ncia por aplicativo, junto com o ingresso, minimizando o contato entre as pessoas. Em seguida, funcion�rios orientam o posicionamento dos carros de acordo com seu tamanho, para que os grandalh�es n�o prejudiquem a vis�o de quem est� em um carro pequeno, como um Mini ou um Fiat Cinquecento, os menores ali. Tamb�m � poss�vel comprar pipoca e bebidas pelo aplicativo no momento do filme, bastando ligar o pisca-alerta para que funcion�rios de patins identifiquem o ve�culo e entreguem o pedido.

 

João Victor e Clara foram ao evento com um Ford Mustang de 1967(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Jo�o Victor e Clara foram ao evento com um Ford Mustang de 1967 (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

 

Ainda � espera de o filme come�ar, conversamos com Marcelo Rodrigues, economista de 43 anos, que � testemunha de um raro drive-in “com filme” que funcionava em BH nos anos 1990, na Avenida Bar�o Homem de Melo, na Regi�o Oeste da cidade. A bordo de um “malvado” Pontiac Firebird Trans Am 1974, que traz um motor 455 big block de 380cv abaixo do cap� adornado por um p�ssaro de fogo estilizado, Marcelo recorda que havia uma caixa de som para cada carro.

 

NACIONAIS Um bom representante da ala de antigos nacionais presentes foi o Santa Matilde, de 1988, que trazia o motor 250 S do Opala. De acordo com seu propriet�rio, Alfredo Santos, o modelo faz parte das �ltimas fornadas e tem a dianteira um pouco diferente dos dois pares de far�is circulares tradicionais, o que o torna ainda mais raro. “Um evento onde as pessoas conseguem sair de casa, mas, ao mesmo tempo, ficam isoladas, � um al�vio para quem est� preso dentro de casa h� um temp�o. Eu s� tenho a agradecer”, desabafou Alfredo.

 

Tamb�m compareceram ve�culos antigos de outras cidades s� para o evento. Jos� Geraldo de Carvalho trouxe seu Chevrolet Master, de 1940, diretamente de Barbacena. Para entrar no clima, desenterrou um vinil do filme Grease, nos tempos da brilhantina, tamb�m estrelado por John Travolta. “Este � um street car, que � o meio-termo entre um ve�culo original e um hot rod. Ele tem mec�nica de Opala seis-cilindros”, explica o propriet�rio, que nunca tinha ido a um drive-in.

 

Marcelo Rodrigues levou a família no seu Pontiac Firebird Trans Am(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Marcelo Rodrigues levou a fam�lia no seu Pontiac Firebird Trans Am (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

 

Com seu Aero Willys, Carlos L�cio dos Santos chegou de Ouro Preto na hora exata em que o filme ia come�ar, e lamentou n�o ter visto os outros ve�culos. O autom�vel est� com ele h� 20 anos e veio rodando pela estrada sinuosa que liga sua cidade � capital. “Adorei a ideia. A estrutura e a organiza��o ficaram muito seguras”, elogiou. De Contagem, Geraldo Magela Ferreira trouxe seu Maverick GT e a namorada Lara N�dea para o drive-in. “Na �poca, o cara que tinha um carro desse tava com a vida arrumada. Mas n�o � para qualquer um lidar com a for�a desse motor V8 canadense. Estou igual a uma crian�a na noite de Natal”, comemorou.

 

PROJETO De acordo com Thays Henriques, diretora da Cineart, o projeto Cinear j� existia h� quatro anos. A ideia era levar o cinema para pra�as e museus, mas n�o chegou a ser implementado. O fechamento por tempo indeterminado das salas de cinema devido ao coronav�rus acabou sendo determinante para tirar o projeto da gaveta e adapt�-lo ao novo cen�rio, no qual a ideia de cada um no seu carro supre a necessidade do distanciamento. Al�m de uma log�stica que busca evitar ao m�ximo o contato direto entre as pessoas, os funcion�rios receberam treinamento e equipamentos para minimizar os riscos de cont�gio.

 

Os carros foram devidamente posicionados em frente ao telão(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Os carros foram devidamente posicionados em frente ao tel�o (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

 

Al�m do Alphaville, o Cinear Drive-In tamb�m est� dispon�vel no Mix Garden, no Jardim Canad� (em Nova Lima). “Temos outros projetos prontos para Belo Horizonte, como a exibi��o de filmes nos estacionamentos dos shoppings, mas ainda n�o foram aprovados. Esse projeto n�o tem prazo para acabar. Enquanto houver demanda, vamos ter cinema no carro. O formato tamb�m pode ser retomado em edi��es tempor�rias”, explicou Thays.

 

Apesar de existir em v�rios pa�ses, a or�gem do cinema drive-in � muito americana, onde o primeiro estabelecimento do tipo foi patenteado em 1933. Diz a lenda que seu inventor queria solucionar um problema de sua m�e, que n�o conseguia se acomodar com conforto nos assentos dos cinemas tradicionais. Por�m, conta-se que antes disso j� existiam coisas do tipo. Mas a ideia s� foi tomar f�lego depois da Segunda Grande Guerra, e se popularizou mesmo no fim da d�cada de 1950 e in�cio de 1960.

 

Geraldo Magela e Lara foram de Ford Maverick para o drive-in(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Geraldo Magela e Lara foram de Ford Maverick para o drive-in (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

 

Para al�m de uma grande tela, as solu��es criadas para levar o �udio at� os ve�culos foram muitas, da instala��o de caixas de som individuais em cada vaga at� a transmiss�o por frequ�ncia de r�dio, que podia ser sintonizada no som de cada carro. Com o passar dos anos, v�rios fatores tornaram o neg�cio menos interessante: da crise do petr�leo da d�cada de 1970 � explora��o imobili�ria, que valorizou os grandes terrenos. A chegada do videocassete tamb�m pode ter contribu�do, j� que todos poderiam assistir aos filmes dentro de casa.

 

Seja como for, com o tempo o ambiente deixou de ser familiar, levando a um clima que frequentemente vemos nos filmes americanos, onde carros com vidros emba�ados eram o ninho de amor dos casais apimentados. No Brasil, nunca houve uma cultura difundida de cinema drive-in, sendo que sua denomina��o foi apropriada para identificar um lugar um pouquinho mais seguro e discreto que uma rua, al�m de mais barato que um motel, para estacionar o carro e namorar.

 

Uma fila de modelos raros chamou a atenção no Alphaville(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Uma fila de modelos raros chamou a aten��o no Alphaville (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
 

 

SERVI�O

 

Cineart – Cinear Drive-in Alphaville

Endere�o: Avenida Princesa Diana, 55, 

Lagoa dos Ingleses, Alphaville/Nova Lima

 

Cineart – Cinear Drive-in Mix Garden

Endere�o: Rua Projetada, 65, 

Jardim Canad�, Nova Lima

Capacidade: 101 carros 

Dias e hor�rios: de quarta-feira a domingo, �s 17h45 e �s 20h30

Ingressos (valor �nico por carro): quarta-feira, R$ 60; de quinta a domingo, R$ 80

Vendas pelo app Cineart e pelo site www.cineart.com.br 

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