Em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o jornal britânico The Guardian publicou um extenso perfil do ministro Alexandre de Moraes, sendo apontado como uma das figuras mais influentes e polêmicas da política brasileira contemporânea.
O texto destaca que Moraes, relator da ação penal que apura a tentativa de golpe após a derrota de Bolsonaro em 2022, transformou-se em um personagem central da democracia brasileira, ao mesmo tempo reverenciado como herói por setores progressistas e atacado com dureza pelos apoiadores do ex-presidente.
Para ilustrar a dimensão dessa polarização, o jornal cita o caso de um morador de Belém (PA) que tatuou o rosto do ministro em uma das pernas, descrevendo-o como “um bom juiz” que “defende o Brasil”.
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Descrito como um magistrado combativo e “sempre no ataque”, Moraes é retratado pelo The Guardian como uma espécie de “celebridade política”, e até mesmo “símbolo sexual”, mas também como alvo de comparações com vilões como Darth Vader e Voldemort, feitas por críticos, entre eles o bilionário Elon Musk, com quem teve inúmeros embates.
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A reportagem resgata a trajetória do ministro desde a juventude em São Paulo, quando ingressou na tradicional Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), até a chegada ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017, após passagens pela Secretaria de Justiça paulista, pela pasta da Segurança Pública e pelo Ministério da Justiça no governo Michel Temer.
O perfil destaca que, desde a posse de Bolsonaro, em 2019, Moraes se tornou um dos mais ativos opositores do ex-presidente, conduzindo inquéritos sobre desinformação, bloqueando contas de aliados bolsonaristas e reagindo a movimentos considerados golpistas. Na eleição de 2022, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi apontado como peça-chave para garantir a lisura do pleito.
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Ainda assim, o jornal britânico lembra que a atuação do ministro não é unânime. Críticos apontam que o STF tem expandido seus poderes de forma arriscada e acusam Moraes de ultrapassar os limites constitucionais. Para bolsonaristas mais radicais, o magistrado encarna uma “ditadura judicial”.