Em 14 de abril, foi comemorado o Dia Mundial do Caf�. E n�o � segredo para ningu�m que o Brasil � o maior produtor e exportador mundial do produto. S� em 2022, estima-se que foram colhidas 47 milh�es de sacas – 8 milh�es de gr�os especiais.
Segundo a Federa��o dos Cafeicultores do Cerrado, o consumo de caf� especial no Brasil cresceu 15% no �ltimo ano, o que mostra que os consumidores est�o cada vez mais exigentes.
Que o caf� especial � tend�ncia que veio para ficar, isso ningu�m discute. Mas com a variedade de gr�os e torras, fique atento �s t�cnicas de extra��o.
“O caf� especial � uma experi�ncia que convida a agu�ar os sentidos e a curiosidade dos consumidores. Por isso, os meios de extra��o s�o um cap�tulo � parte. Afinal, de cada um voc� tem um produto diferente”, diz Caio Tucunduva, barista e coffee hunter da No More Bad Coffee.
Ele aponta os v�rios procedimentos que fazem os sabores serem diferentes, como Kalita, Hario e Aeropress Chemex. No m�todo Sif�o, o mais antigo de todos, criado em 1840 por um qu�mico alem�o, a estrutura com um globo e um tubo � aquecida por uma chama. Coloca-se �gua no globo – aquecida, ela vai para a parte de cima, momento em que se junta ao p�. Depois, tira-se a chama, o caf� � coado e sai limpo no globo.
Caio Tucunduva ensina a fazer um caf� delicioso. Primeiro de tudo, � preciso escaldar o filtro para tirar o gosto residual de celulose, aquele gosto de papel que pode comprometer o sabor final da bebida. Depois, � preciso ferver a �gua.
O caf� passa pelo processo de torra em altas temperaturas, acima de 200 graus cent�grados. Al�m disso, na maioria das cidades do Brasil, a �gua entra em ponto de fervura abaixo dos 100 graus. Mesmo que a �gua ferva, a temperatura alta n�o tem capacidade para queimar o p�.
Para obter uma extra��o equilibrada, a �gua precisa de altas temperaturas, os baristas recomendam de 92 a 96 graus. Se voc� n�o tem como medir, vai a dica: quando a �gua come�ar a bolhar, desligue o fogo e coe o caf� imediatamente.
Se voc� tem aparelhos para extra��o, vale entender o m�todo e escolher a granulometria correta. As moagens m�dias v�o bem no Hario, Kalita e Koar. J� as moagens mais finas v�o bem com espresso, caf� turco, moka ou cafeteira italiana, entre outros.
Para o caf� coado, vale a propor��o de 10g de p� para 100ml de �gua (ou seja, uma colher de sopa para 100ml de �gua). Essa � uma medida base, e o mais legal � variar conforme m�todo, gr�os e paladar.
Despejar a �gua da forma correta faz toda diferen�a no sabor, al�m de evitar o desperd�cio de p�. Comece a extra��o pela pr�-infus�o, processo que umidifica todo o p�. Basta adicionar �gua s� at� cobrir o p� e esperar 30 segundos – essa etapa pode ser feita em qualquer m�todo. Ap�s a pr�-infus�o, despeje a �gua lentamente em formato circular, garantindo que todo o p� nas paredes do filtro seja aproveitado.
Consuma caf� de qualidade, procure por caf�s gourmets ou especiais, algumas marcas s�o vendidas em mercados e outras em cafeterias. Para saber se o caf� � de qualidade, a torra deve ser m�dia ou clara. Fuja de torra extraforte – na verdade, s�o gr�os queimados para disfar�ar todas as impurezas dentro do pacote. A torra extraforte � t�o amarga que s� com muito a��car � poss�vel beber.
As torras mais claras ressaltam os aromas, sabores e a do�ura natural do caf�, voc� pode tomar com menos a��car. Talvez nem sinta falta de ado�ar. Outro fato importante: caf�s de qualidade n�o cont�m impurezas, dentro do pacotinho s� tem caf� e nada mais.
A data da torra � fundamental, quanto mais recente, melhor. Caf� n�o � igual a vinho. O ideal � ser consumido at� tr�s meses ap�s a torra. Com o tempo, ele oxida e perde suas propriedades.
Guarde o caf� na pr�pria embalagem e dentro do pote herm�tico. Nunca dentro da geladeira, pois ele absorve todos os odores dos alimentos. Afinal de contas, n�o � nada agrad�vel beber caf� aromatizado com cebola.