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Estado de Minas BRASIL S.A.

Competi��o entre China x EUA. E o Brasil nesse jogo?

Putin � penetra na disputa entre os dois gigantes pela influ�ncia geoecon�mica no mundo. E n�s? Nem isso


06/03/2022 04:00 - atualizado 05/03/2022 20:47

Ponte destruída Na cidade de Irpin, a noroeste de Kiev
Pessoas atravessam uma ponte destru�da ao evacuar a cidade de Irpin, a noroeste de Kiev, durante bombardeios e bombardeios pesados lan�ados pela R�ssia (foto: Aris Messinis/AFP)


Ucr�nia como pa�s vassalo da R�ssia com a economia colapsada pelas san��es aplicadas pelos EUA, pela Inglaterra e sobretudo pela Uni�o Europeia, da qual pouco se esperava, em especial Vladimir Putin, o autocrata c�nico e amoral que moveu algoritmos para ajudar a eleger Donald Trump em 2016 e encantou Jair Bolsonaro dias atr�s, � o mais prov�vel desfecho da guerra imotivada at� na ret�rica do agressor.


Soa como clich� afirmar que o mundo nunca mais ser� o mesmo. N�o ser�. Mas por raz�es que extrapolam o devaneio napole�nico do maior l�der do conservadorismo no mundo, raz�o pela qual seduz a ral� do bolsonarismo e ilude os saudosistas do comunismo real da Uni�o Sovi�tica, dissolvida em 1991. Ambos os conceitos est�o nas falas dos dois presidenci�veis que lideram as pr�vias eleitorais.

Isso � inquietante. N�o por sugerir que um aspire os desatinos do “dulce” Mussolini e o outro pade�a de um esquerdismo pueril frente ao grande choque entre as for�as maiores deste s�culo, com a China como desafiante do atual campe�o EUA. O combate � por rounds, como em luta de boxe entre pesos-pesados, a ser vencida por pontos.

Lula e Bolsonaro ainda n�o deram mostras de terem boa compreens�o sobre onde nos encaixamos na disputa, tumultuada por um intruso com predicados apenas para a guerra, talvez nem isso, v�-se na Ucr�nia.

A China em ascens�o, os EUA em luta contra o decl�nio num cen�rio de extrema polariza��o e a R�ssia em crise existencial, temida pelo arsenal nuclear herdado, n�o pelo que fez depois do comunismo, s�o os atletas da “grande competi��o pelo poder”, ou GPC em ingl�s.

O determinante deste s�culo s�o acontecimentos convergentes, no sentido de que for�am mudan�as e rupturas, queira-se ou n�o, como as inova��es tecnol�gicas, os fen�menos clim�ticos e suas sequelas tipo pandemias virais, sendo a da COVID-19 talvez a primeira, e o esgotamento do fundamentalismo de mercado, vulgo neoliberalismo, devido ao enorme desequil�brio e insatisfa��o social que implicou.

N�o se enfrentam desafios monumentais sem um Estado forte, que n�o significa nem balofo nem autorit�rio, sem burocracia preparada, sem classe pol�tica esclarecida e sem sociedade coesa em torno dos sacrif�cios e oportunidades que despontam. � sobre como se faz isso que as na��es est�o em disputa, em crise algumas, dando-se o mesmo no interior de cada pa�s, com diferentes projetos em constru��o.


A jornada da vida



Os questionamentos contempor�neos avan�am, se h� plena consci�ncia das partes interessadas sobre o que aconteceu e o que fazer. Outras premissas consideram a paci�ncia para o embate pol�tico, j� que n�o se esperam projetos de tecnocratas a servi�o do status quo, e vis�o de futuro – a capacidade de pensar o todo entre pe�as fragmentadas e enxergar a jornada da vida passando por elas.

Os pa�ses asi�ticos assim o fizeram e conclu�ram a passagem para o patamar de sociedades economicamente desenvolvidas e civilizadas, a despeito de v�rias terem �xito sem as regras da democracia liberal (China e Singapura, por exemplo). EUA e Europa chegaram bem antes.

Mas os EUA se desviaram a partir dos anos 1970, ao tomar o Estado como um ente n�o necess�rio, dispens�vel dizem os libert�rios, da constru��o que n�o � apenas econ�mica e privada, � social tamb�m ou sobretudo, arrastando a ideologia para amplas partes do mundo.

A crise financeira de 2008 foi a primeira grande fratura do modelo dominante de pol�tica econ�mica e de seu arcabou�o institucional. A efici�ncia dos mercados n�o regulados e a racionalidade de decis�es individuais tomadas com base em informa��es dispon�veis para todos sofreram fortes abalos. A interven��o da m�o do Estado, esconjurada na bonan�a pela “m�o invis�vel” dos mercados, assumiu as perdas com emiss�es monet�rias e d�vida � custa do empobrecimento geral.


A globaliza��o abalada



Trump se elegeu prometendo acudir a classe m�dia, trazer de volta a produ��o que migrara para a China, dando cascudo em Wall Street, mas voltou a cortar imposto dos ricos e continua liderando gra�as � sua xenofobia e � agenda dos costumes, a mesma de Bolsonaro, ali�s.

E veio a pandemia, abalando outro pilar do neoliberalismo, assim chamado para identificar a aplica��o do liberalismo cl�ssico, das liberdades individuais, � economia sem interfer�ncia do Estado, de governo, de empresas estatais, de impostos, de fluxos cambiais etc.

As empresas constataram que a �nfase na efici�ncia, com a produ��o distribu�da onde custe menos no mundo, n�o resiste a lockdowns, que na China foram severos na pandemia, nem a paradas s�bitas devido a cat�strofes inesperadas, como terremotos, e ataques cibern�ticos, ambos cada vez mais intensos e frequentes. A volta das atividades em ritmo concentrado tamb�m encontrou barreiras n�o planejadas.

“Os choques (de oferta) continuar�o at� revertermos o curso desse consenso predominante”, escreveu no New York Times o editor do The American Prospect, David Dayen, num artigo cr�tico ao economista Lawrence Summers, prima donna do pensamento mainstream, ao qual ele atribui boa parte da culpa pela infla��o p�s-pandemia.


Al�, candidatos!



Para Dayen, a “profiss�o econ�mica” est� “distante das realidades locais (dos EUA, mas poderia incluir Brasil) para compreender as consequ�ncias da globaliza��o, da monopoliza��o, financeiriza��o, desregulamenta��o e log�stica just in time”. Sua fala n�o � isolada.

Enquanto Summers respondeu com ironia a Dayen, tuitando sentir-se “lisonjeado” que suas ideias sejam t�o importantes para a infla��o quanto h� “trilh�es em est�mulo fiscal e pol�tica monet�ria f�cil”, o presidente Joe Biden criticou no Congresso, em seu discurso � na��o, a oligopoliza��o ao longo dos n�s das cadeias produtivas.

Segundo Dayen, grandes empresas anunciam ao mercado investidor que est�o usando os gargalos nas cadeias produtivas e de log�stica para garantir pre�os maiores, bem acima dos custos dos insumos. Em seu entender, coincidente com Biden, boa parte da infla��o p�s-pandemia vem de um “sistema (de produ��o) sem redund�ncia e flexibilidade”.

Tais ideias tamb�m s�o as do n�cleo duro dos republicanos nos EUA, o que as tornam mais fact�veis, especialmente com o sentimento de cortar a depend�ncia de bens e insumos da China, que se estendeu � Europa depois de Putin se revelar um cavalo desembestado.

N�s, por motivos diversos, devemos estar atentos. Com mais de 200 milh�es de habitantes, n�o bastam os d�lares do agroneg�cio para dar empregos, renda e paz social. S� a ind�stria exerce tal papel, energizando o setor de servi�os, em especial os mais sofisticados. Al�, candidatos! O que voc�s t�m a dizer sobre isso?

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