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Estado de Minas BRASIL S/A

� tempo de construir: baixo dinamismo do PIB exige investimentos

Crescimento rima com desenvolvimento quando a economia real se expande e o bem-estar � de todos


05/06/2022 04:00 - atualizado 05/06/2022 07:45

Trecho em obras da BR-381 perto de Bom Jesus do Amparo/MG
Trecho em obras da BR-381: investimentos em infraestrutura e nos setores produtivos s�o essenciais para o desenvolvimento econ�mico (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 27/5/22)

O crescimento de 1% da economia no primeiro trimestre em rela��o a igual per�odo anterior � mais uma oportunidade para um mergulho nas causas do baixo dinamismo do Produto Interno Bruto (PIB). S� que n�o. Como das outras vezes, poucos se atrevem nesse exerc�cio.

Uns por n�o darem import�ncia ao planejamento de longo prazo, sem o qual o investimento na produ��o empresarial jamais ter� tra��o. A taxa de investimento foi de 18,7% do PIB no 1º trimestre, 5% abaixo da posi��o no mesmo per�odo de 2021. Para crescer a base produtiva, portanto, o emprego e sal�rio m�dio, a taxa de investimento deve ser da ordem de 23% do PIB por 20 anos seguidos.
 
O que chamamos de crescimento econ�mico, com gastos em m�quinas e equipamentos, al�m de constru��o, produ��o agr�cola, atividades de servi�os (que incluem de games a academias de gin�stica, de bancos a teatros, de plataforma de e-commerce a supermercados), equivale a ocupar os quartos um hotel sem h�spedes. O crescimento que alarga a riqueza, o emprego e a renda vem de investimentos, n�o de consumo.

Para expandir a riqueza nacional, vulgo PIB, � preciso, conforme a imagem, construir mais hot�is. Leia-se: mais planta��es, f�bricas, shoppings, estradas, portos, energia etc. Isso � investimento.
 
Mas a maioria acha, honestamente, que a economia carece s� de mais reformas que liberalizem os neg�cios e reduzam seus custos. Fa�a-se isso e o progresso brotaria como capim em terra seca ap�s a chuva. E h� quem queira deixar como est�: s�o os rentistas, “investidores” segundo a imprensa, embora, se n�o correm riscos aplicando os seus dinheiros em novas iniciativas, n�o s�o empreendedores lato sensu.
 
Como esperado, ningu�m fugiu do roteiro amarelado pelo tempo. Os economistas do governo esbanjaram otimismo, falando em crescimento “robusto” do PIB. O pessoal do mercado financeiro alertou para um crescimento ainda mais modesto no 2º semestre, quando dever�o ser mais sentidos o ciclo de alta dos juros pelo Banco Central e a corros�o do poder aquisitivo da popula��o pela infla��o. Os porta-vozes do empresariado lamentaram o p�lido resultado do investimento. Tudo certo e nada resolvido.

Da era dourada � estagna��o

Crescimento econ�mico � sin�nimo de desenvolvimento se os ativos produtivos se expandem, como ocorreu com a ocupa��o dos cerrados pela agricultura gra�as � irriga��o e colheita mecanizada, levando o pa�s a se tornar pot�ncia mundial em soja, milho etc.
 
Ou quando a Petrobras iniciou a explora��o do pr�-sal. Ou quando o Xingu, primeiro avi�o da Embraer, decolou. Ou saiu da f�brica o primeiro Fusca montado pela Volkswagen no Brasil. Tais eventos se desdobraram em edif�cios, shoppings, novos bairros. Isso se chama desenvolvimento, progresso, fruto de planejamento. 

Contra a crise permanente

Essa � a discuss�o de fundo que importa ao Brasil, n�o os ataques de Bolsonaro ao TSE e ao comunismo, distra��es para ter quem culpar pelo fracasso de seu governo. Nem os de Lula contra a ajuda militar dos EUA � Ucr�nia invadida pelo ditador Vladimir Putin, expondo um antiamericanismo tosco ensaiado tamb�m por Bolsonaro.
 
A quem interessar a compreens�o sobre o que vai pelo mundo e pelos motivos de a economia estar estagnada, implicando o colapso de nossa mobilidade social, recomenda-se atentar para a linha do tempo das transforma��es. Elas t�m sido ben�ficas para o mundo emergente, em especial a China, e danosas a quem deserdou o investimento e planos de desenvolvimento de Estado, n�o de partidos nem do tal mercado.

A s�ntese para a abund�ncia

O qu�, como e com quem fazer as mudan�as? A pergunta � recorrente. A resposta talvez esteja no mist�rio da terceira via, representa��o eleitoral do centro pol�tico, n�o ter se viabilizado como op��o ao extremismo de direita de Bolsonaro e � social-democracia de Lula.
 
O centro migrou da esquerda social-democrata simbolizada pelo PSDB para a direita neoliberal, ao passar a defender mais o liberalismo de mercado, abarcando at� setores retr�grados da economia, que as demandas sociais atendidas pela reforma monet�ria de 1994, ainda hoje a mudan�a mais impactante para os pobres, e os governos FHC.
 
Ao n�o conseguir se reinventar, acompanhando tanto a transforma��o impulsionada pelas inova��es tecnol�gicas (tipo redes sociais) como as culturais, o centro deixou de representar a esperan�a e permitiu ao revanchismo de direita capturar um largo naco desse segmento.
 
Lula enquanto mais lulismo que PT desponta como a op��o que j� foi representada pelo PSDB de M�rio Covas, de Franco Montoro e de FHC a um ponto em que, no in�cio de 2003, ainda havia conversas para unir o tucanato � base de apoio petista no Congresso. Geraldo Alckmin como vice de Lula � parte dessa rela��o jamais consumada.
 
Antes, como agora, faltou o mapa do caminho iniciado nos anos 1950 e interrompido pela morat�ria da d�vida externa em 1987 que faria o Brasil ser pot�ncia regional, no sonho dos militares, ou um pa�s com economia pujante e equidade social, na vis�o dos democratas. A s�ntese se d� com desenvolvimento – construir mais riquezas, educar melhor, gerar mais empregos, criar abund�ncia. � tempo de fazermos.

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