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Estado de Minas ARTES C�NICAS

O teatro e sua for�a gigante de resist�ncia e perman�ncia

O diretor Guilherme Colina encerra a s�rie sobre teatro na pandemia. Depois do carnaval, a se��o 'Terceiro Sinal' volta com nova tem�tica


25/02/2022 04:00 - atualizado 25/02/2022 07:42

ilustração mostra o diretor de teatro Guilherme Colina de perfil
(foto: Quinho)
 
 
Guilherme Colina,
diretor

O teatro, desde os tempos mais remotos, sofreu in�meros questionamentos em rela��o �s mudan�as de eras. Em todas, ele deixou claro o seu poder de readapta��o e/ou absor��o das novas din�micas, j� que � uma arte a comportar, em si, tantas outras, como abra�a as artes pl�sticas, a m�sica, a dan�a, o circo e, agora, a virtualidade. 

Essas mudan�as nas eras, advindas de provoca��es das estruturas socioculturais, influenciaram e provocaram a cena teatral a explorar novas est�ticas que, com isso, foram se adaptando aos tempos: das trag�dias antigas �s modernas, do absurdo ao �pico, o teatro sofreu interven��es dos tempos e somou �s artes c�nicas com novas propostas e linguagens.

Hoje, com a pandemia da COVID-19, o teatro foi brutalmente atacado e questionado por uma bolha pol�tica e seus seguidores, que n�o entendem a for�a de uma arte da qual partiu o cinema, a televis�o e as plataformas de streaming – todas carregando em sua g�nese o drama aristot�lico oriundo do teatro. 

Essas, somadas, promovem entretenimento, conhecimento e, consequentemente, crescimento, respiros, identifica��es e reverbera��es que atuam direto no bem-estar, sa�de mental e na forma��o de uma popula��o. Falar disso � pensar que nossas artes c�nicas s�o raiz para muitas das formas de suporte emocional do per�odo pand�mico, quando somos impelidos a nos recolher dentro de casa. 

Sendo importante dizer tamb�m do absorver as tecnologias que, a meu ver, antes n�o era org�nico em nosso trabalho e, agora, essa tecnologia ter entrado, pelos desafios do encontro no espa�o-tempo pand�mico, e se tornado org�nica, levou-nos a experimentar a contribui��o para a expans�o e divulga��o da cena teatral; seja por meio da atua��o nas lives, do uso das plataformas digitais para difus�o de informa��es e venda de ingressos, at� nas interven��es virtuais ou h�bridas, que bebem dos dois campos.

Menciono tudo isso para relembrar ou elucidar, para alguns, a import�ncia do teatro, e retomo o in�cio do assunto para dizer da arte que sobrevive aos tempos, porque n�o � daqui, n�o � deste plano, ela � da subjetividade da gente, � das divindades teatrais, � da sua, da nossa for�a em metamorfosear, por meio das catarses vividas pelas personagens-gentes, que falam sobre a humanidade como um todo. 

Desse modo, essa metamorfose teatral cria novas est�ticas e linguagens e faz emerg�ncias sociais, arte-reflex�o, somando na sociedade. O que se percebe, embora seja o teatro essa for�a gigante de resist�ncia e perman�ncia, � que nada supre, em n�s, artistas do palco e p�blico de teatro, o encontro e a energia que essa arte do presente pode nos proporcionar.

Assim, tendo tamb�m a pensar que nosso p�blico pode estar saturado, em alguma inst�ncia, do digital, do tudo enquadrado numa tela, sem tanta pessoalidade e intimidade. Sentindo, ent�o, falta de estar em meio a tantos, pulsando juntos �s reflex�es e risadas provocadas por uma trupe teatral e, com isso, estar com sede de arte, mais atento � import�ncia daquilo que podia parecer acess�vel. 

Logo, ap�s vividos os tempos sombrios dos �ltimos anos, com a perda da liberdade de escolha, da chance de degustar – frequente e intimamente – arte, indo e vindo com liberdade de uma casa de espet�culo, confio numa troca de lente, reavalia��o e amplia��o de um valor.

Ao abrir o Teatro da Cidade, em outubro de 2021, com a 2ª Edi��o do Festival M�nimo de Teatro, por exemplo, percebi o p�blico alvoro�ado, feliz e entusiasmado pelo retorno, me deixando esperan�oso por esse futuro que j� estamos vivendo, mesmo sabendo que desafios nos esperam na escolha de seguir o caminho da arte. Por fim, acredito: o nosso saudoso terceiro sinal nunca ir� parar de tocar. Pode, sim, como aconteceu, se ausentar, mas parar, nunca, porque ele vibra em n�s. 

�S SEXTAS-FEIRAS, A COLUNA HIT PUBLICA A SE��O 'TERCEIRO SINAL', EM QUE ATORES, DIRETORES E PRODUTORES RELATAM COMO � ENCARAR OS DESAFIOS DO TEATRO NA PANDEMIA.

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