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Estado de Minas TERCEIRO SINAL

Luiz Hippert planeja remontar pe�a apresentada em 2007, em Belo Horizonte

'Nessa cidade todos t�m felicidade' abordava o relacionamento gay, antes da era dos aplicativos de encontros, pedindo segredo ao p�blico sobre o final surpresa


20/05/2022 04:00 - atualizado 19/05/2022 23:00

Três atores em volta da mesa, durante a peça Nessa cidade todos têm felicidade. João Ferreira observa Talitha Fonseca, em pé, que abraça Meibe Rodrigues. Ao centro há uma garrafa de cachaça
Jo�o Ferreira, Talitha Fonseca e Meibe Rodrigues contracenam na com�dia dram�tica ''Nessa cidade todos t�m felicidade'' (foto: Luiz Hippert/divulga��o)
 

Muitas hist�rias em uma

Luiz Hippert

Diretor


“Nessa cidade todos t�m felicidade” foi uma produ��o marcante na minha carreira. Se n�o fossem outros motivos, ter sido a �ltima (at� agora) j� seria raz�o mais do que suficiente para torn�-la especial.

Como que antevendo essa despedida (involunt�ria), fiz de tudo, n�o somente produzi o espet�culo. Tamb�m o escrevi e dirigi. Foram muitos meses de ensaio e experimenta��o do texto, uma vez que a inten��o era fazer algo inusitado, uma narrativa que surpreendesse o p�blico de maneira bem original. Eu mesmo, que me lembre, nunca havia visto nada semelhante no palco.

Mas, por fim, foi uma prepara��o longa para uma vida breve. Fizemos curta temporada em BH e pequena turn� pelo interior de Minas. Ali�s, subvertendo essa ordem, estreamos em viagens para s� ent�o, alguns meses depois, nos apresentar em Belo Horizonte.

Abandonar tal projeto n�o foi uma decis�o f�cil de tomar, por�m a justificativa � das mais coerentes. Ap�s o encerramento da temporada, dois dos atores sa�ram da produ��o por motivos pessoais. Fazer duas substitui��es praticamente a toque de caixa n�o me pareceu vi�vel, diante de toda a complexidade daquela ideia que t�nhamos valorizado tanto. O processo vivido pelo grupo n�o seria o mesmo, agora quebrado pela entrada de duas novas pessoas. Al�m disso, havia o retrabalho a ser imposto aos que permaneceram no elenco.

Tudo ponderado, decidimos interromper as negocia��es das novas temporadas e, quem sabe, futuramente voltar ao in�cio da jornada, refazendo tudo com aqueles que optassem pelo retorno e mais os novos que seriam engajados. Infelizmente, essa volta n�o aconteceu at� hoje.

Bem, a breve vida do espet�culo ocorreu em 2007. A proposta era contar simultaneamente, atrav�s de uma “com�dia dram�tica”, duas hist�rias, que na verdade eram uma s�, sem que a plateia se desse conta disso de imediato. O desenrolar da trama, com o palco dividido ao meio, iria se desvendando aos poucos – cada um entenderia a rela��o no seu tempo.

Muita gente s� percebia nas cenas finais, e esses � que se aproximavam mais do resultado esperado da proposta. Nos aplausos e agradecimentos, era preciso pedir �s pessoas que n�o revelassem a surpresa. Hoje, pedir�amos que n�o dessem spoiler, termo que ainda nem existia. Ali�s, muita coisa n�o existia, principalmente na “hist�ria um”, passada nos anos 1980.

Paradoxalmente, as rela��es homossexuais eram totalmente marginalizadas, mas extremamente livres no per�odo pr�-Aids. Aplicativos de encontros n�o estavam nem em projeto, pois n�o havia celular. Por�m, o embri�o estava ali, nos servi�os de linhas cruzadas em telefones fixos que promoviam encontros. E � justamente um desses servi�os, o popular 145, que, atrav�s de uma trai��o, acaba criando o “trisal”, respons�vel pela liga��o com a “hist�ria dois”, j� nos tempos atuais, anos 2000.

Vamos com mais spoiler? Acho melhor n�o, ainda existem planos para a volta do espet�culo. Acredito na boa recep��o do p�blico, talvez at� melhor que na estreia, pois temas referentes � diversidade sexual est�o cada vez mais em pauta e as redes sociais, que na �poca engatinhavam, agora est�o a� para ampliar as vozes.

“Nessa cidade todos t�m felicidade” merece nova chance e, quem sabe, sucesso que justifique novas longas temporadas.

• �S SEXTAS-FEIRAS, A COLUNA HIT PUBLICA A SE��O “TERCEIRO SINAL”, NA QUAL DIRETORES, ATORES E PRODUTORES ESCREVEM SOBRE PE�AS QUE FIZERAM SUCESSO ENTRE OS ANOS 1960 E 1990 E COMO SERIA A REA��O DO P�BLICO SE ELAS FOSSEM REMONTADAS.

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