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Estado de Minas COLUNA TIRO LIVRE

Atleticano God�n � a mais recente v�tima da selvageria das redes sociais

Toda an�lise esportiva � v�lida, por mais que resulte em diferentes opini�es. J� atacar God�n, n�o s� como jogador, mas como ser humano, n�o


14/04/2022 18:51 - atualizado 14/04/2022 23:08

Godín, do Atlético, em lance com Paulinho, do América
Atl�tico pediu apoio ao defensor uruguaio God�n ap�s ataques nas redes sociais por falha no jogo contra o Am�rica (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press )
Cinco minutos do segundo tempo do cl�ssico entre Atl�tico e Am�rica, pela Copa Libertadores, no Mineir�o. O placar est� 0 a 0. O atacante americano Felipe Azevedo avan�a em velocidade rumo ao campo de ataque. No meio do caminho, o zagueiro alvinegro God�n tenta intercept�-lo de carrinho, chega atrasado e v� o advers�rio seguir livre rumo � �rea atleticana, driblar Jair e marcar um gola�o.

Tecnicamente, God�n errou. Coletivamente, o Galo falhou. Taticamente, o t�cnico El Turco Mohamed tinha op��o melhor no grupo para a vaga de titular ao lado de Nathan Silva – o paraguaio Junior Alonso –, na opini�o da colunista que vos escreve. 

Toda an�lise esportiva que se fizer sobre o lance � v�lida, por mais que resulte em diferentes opini�es. Isso � liberdade de express�o. J� atacar God�n, n�o s� como jogador, mas como ser humano, como foi feito por alguns torcedores atleticanos depois da partida de quarta-feira, n�o. Ofender e amea�ar n�o s�o liberdade de express�o. 

God�n � a mais recente v�tima da selvageria que caracteriza um novo estilo de torcedor, proveniente da era das redes sociais. Aquele que se acha no direito de destilar �dio sobre qualquer um que diga ou fa�a algo que frustre a expectativa dele. Que n�o corresponda ao que ele julga ser o correto, o adequado.

� assim que mulheres jornalistas t�m sua capacidade questionada por serem mulheres e terem a "aud�cia" de comentar futebol; que �rbitros s�o jurados de morte por alguma marca��o nas partidas; que jogadores s�o amea�ados por falhas em campo.

Para essa turma, vaias n�o bastam. Cr�ticas embasadas em argumentos tamb�m n�o servem. Eles precisam esbravejar. Extravasar de maneira violenta. Precisam imputar medo em seu alvo. Despejar raiva em forma de intimida��o. � a turma do discurso "ou joga por amor ou joga por terror", do "matar ou morrer". Comportamentos guiados, sobretudo, pela covardia.

Questionar a contrata��o de God�n n�o � problema. Muito menos o torcedor ficar insatisfeito com a atua��o dele. Essa avalia��o esportiva faz parte do jogo, e um atleta experiente como God�n j� esteve diante dela centenas de vezes ao longo da carreira.

Desde que n�o invada a seara pessoal. E isso tem se tornado pr�tica do "torcedor de rede social": perseguir, amea�ar, ofender atletas e seus familiares, �rbitros, qualquer pessoa que v� de encontro ao que ele pensa ou espera.

O Atl�tico precisou intervir e demonstrar apoio p�blico ao zagueiro uruguaio, tamanha a dimens�o que o fato tomou. Depois, um grupo de torcedores, numa barreira virtual ao �dio, inundou as p�ginas pessoais de God�n em redes sociais com palavras de incentivo e apoio moral.

A energia mudou, mas n�o � poss�vel simplesmente colocar uma pedra sobre mais esta forma de viol�ncia. Ela continuar� a acontecer.

No pr�prio Atl�tico, o goleiro Everson sentiu na pele, no in�cio do ano passado. Ataques e mensagens ofensivas de internautas ao jogador e � mulher dele, Rafaela Vieira, se tornaram t�o pesados que o clube emitiu uma nota repudiando as manifesta��es e lan�ando o movimento "Fechado com o Everson".

Ironia do destino, Everson foi um dos grandes nomes das recentes conquistas do alvinegro.

No Corinthians, o goleiro C�ssio foi � pol�cia fazer Boletim de Ocorr�ncia contra amea�a de morte recebida pela internet. Foram identificados seis autores de mensagens (um deles, um rapaz de 16 anos) direcionadas a ele e a outros jogadores que, em outros momentos, eram idolatrados pela torcida corintiana, como o zagueiro Gil e os meio-campistas Paulinho e William.

S�o torcedores e bandidos. As duas coisas n�o s�o excludentes. Geralmente, corajosos apenas a dist�ncia, atr�s de uma tela – o que n�o os diferencia muito daqueles que partem para a agress�o f�sica. O futebol n�o merece esse tipo de gente.

Os clubes precisam mesmo agir. Com campanhas educativas, mas tamb�m extirpando do seu quadro de associados essas figuras que pregam o �dio.

Nem mesmo os piores erros cometidos em campo devem passar pelo crivo desse tribunal de ignor�ncia. 

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