
Tecnicamente, God�n errou. Coletivamente, o Galo falhou. Taticamente, o t�cnico El Turco Mohamed tinha op��o melhor no grupo para a vaga de titular ao lado de Nathan Silva – o paraguaio Junior Alonso –, na opini�o da colunista que vos escreve.
God�n � a mais recente v�tima da selvageria que caracteriza um novo estilo de torcedor, proveniente da era das redes sociais. Aquele que se acha no direito de destilar �dio sobre qualquer um que diga ou fa�a algo que frustre a expectativa dele. Que n�o corresponda ao que ele julga ser o correto, o adequado.
� assim que mulheres jornalistas t�m sua capacidade questionada por serem mulheres e terem a "aud�cia" de comentar futebol; que �rbitros s�o jurados de morte por alguma marca��o nas partidas; que jogadores s�o amea�ados por falhas em campo.
Desde que n�o invada a seara pessoal. E isso tem se tornado pr�tica do "torcedor de rede social": perseguir, amea�ar, ofender atletas e seus familiares, �rbitros, qualquer pessoa que v� de encontro ao que ele pensa ou espera.
A energia mudou, mas n�o � poss�vel simplesmente colocar uma pedra sobre mais esta forma de viol�ncia. Ela continuar� a acontecer.
Ironia do destino, Everson foi um dos grandes nomes das recentes conquistas do alvinegro.
No Corinthians, o goleiro C�ssio foi � pol�cia fazer Boletim de Ocorr�ncia contra amea�a de morte recebida pela internet. Foram identificados seis autores de mensagens (um deles, um rapaz de 16 anos) direcionadas a ele e a outros jogadores que, em outros momentos, eram idolatrados pela torcida corintiana, como o zagueiro Gil e os meio-campistas Paulinho e William.
Os clubes precisam mesmo agir. Com campanhas educativas, mas tamb�m extirpando do seu quadro de associados essas figuras que pregam o �dio.
Nem mesmo os piores erros cometidos em campo devem passar pelo crivo desse tribunal de ignor�ncia.