
Pessoas LGBTQIAP+, negras, latinas e com defici�ncia s�o maioria entre os personagens de The Last of Us, s�rie da HBO Max que foi o grande destaque da temporada de lan�amentos do primeiro trimestre deste ano. A aposta em diversidade no elenco e inclus�o na abordagem deu certo: a s�rie se tornou um fen�meno em todo o mundo e deu � HBO as maiores audi�ncias de sua hist�ria na Europa e Am�rica Latina.
The Last of Us � uma s�rie lan�ada no streaming e TV, baseada em uma franquia de videogames. Os protagonistas s�o a adolescente l�sbica Ellie (Bella Ramsey) e um homem latino de 56 anos chamado Joel (Pedro Pascal). Juntos, precisam lutar por sobreviv�ncia, pois quase todos os habitantes da Terra foram infectados pelo fungo Cordyceps, que os transforma em um tipo de zumbi extremamente sanguin�rio. H� outros sobreviventes, inclusive uma esp�cie de mil�cia chamada Vaga-Lumes, que tamb�m representa risco para a vida dos protagonistas.
S�o nove epis�dios na primeira temporada, que teve o �ltimo exibido em 12 de mar�o. Alguns epis�dios, entretanto, focam em outros personagens. O epis�dio 3, intitulado "Por Muito, Muito Tempo", foi aclamado pela cr�tica, trouxe grande repercuss�o com a audi�ncia e atraiu haters ao focar na hist�ria do casal gay Bill (Nick Offerman) e Frank, interpretado por Murray Bartlett, que � um homem gay, assim como o personagem. O epis�dio traz discuss�es importantes e duras, com muita poesia e emo��o. N�o vou dar spoiler, mas adianto que vale muito a pena assistir.

A preocupa��o em ter representatividade genu�na tamb�m levou � feliz escala��o do jovem ator negro e surdo Keivonn Woodard para interpretar Sam, que protagoniza o epis�dio 5, "Resistir e Sobreviver”, ao lado de seu irm�o Henry (Lamar Johnson). Os dois usam a ASL, l�ngua de sinais americana, em longos di�logos. � muito sens�vel a maneira como uma fam�lia at�pica, formada apenas pelos irm�os, � retratada no epis�dio. � tamb�m um �timo exemplo sobre como pessoas surdas podem protagonizar narrativas audiovisuais. N�o me recordo de ver uma pessoa surda se comunicando em LIBRAS em longos di�logos em uma obra brasileira direcionada a grandes audi�ncias.

O epis�dio 7, "O Que Deixamos Para Tr�s", foca no romance da protagonista Ellie com a jovem Riley (Storm Reid) e h� um bonito beijo entre as duas, mostrando a inoc�ncia da descoberta do amor na adolesc�ncia. A hist�ria do amor l�sbico � outra narrativa muito sens�vel e bonita em meio ao caos da s�rie, dando ainda mais consist�ncia ao posicionamento direcionado � representatividade.

A intencionalidade em fazer uma s�rie diversa e inclusiva foi muito bem combinada com a a��o, drama e sustos que uma s�rie apocal�ptica deve trazer. Os haters ainda reclamam e equivocadamente bradam que “quem lacra n�o lucra”, mas essa s�rie, com seus recordes de audi�ncia, � apenas mais um dos in�meros exemplos de que quem foca em diversidade e inclus�o est� lacrando, lucrando e educando muito bem.
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Quer conversar mais sobre o tema? Eu sou o L�o Drummond, diretor da Diversifica, e falo sobre diversidade, inclus�o e pessoas LGBTQIAP na sociedade e no mercado de trabalho.
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