
Minas tem mais a perder com isso do que o Brasil. As exporta��es mineiras ao pa�s vizinho j� ca�ram 40,9% de janeiro a setembro frente ao mesmo per�odo do ano passado, tendo alcan�ado US$ 689,6 milh�es. Em termos de participa��o no total das vendas externas do estado, representaram modesta fatia de 3,72%.
Mais do que o Brasil, Minas precisa, sim, da recupera��o da Argentina e de sua capacidade como mercado relevante e tradicional parceiro que foi no passado de mineiros e brasileiros. Os t�cnicos de com�rcio exterior que nos salvem, pois t�m essa no��o, diferentemente de Bolsonaro. A pauta de exporta��es mineiras � concentrada em excesso nos produtos agr�colas e minerais, em especial min�rio de ferro, caf� cru em gr�o, soja e ferroligas, quarteto respons�vel por quase 60% de tudo o que Minas exporta.
Sozinha, a China adquire 30,3% dos embarques do estado, mas n�o � a locomotiva asi�tica que compra os manufaturados, produtos acabados com os melhores pre�os individuais, por tonelada que o estado recebe. De janeiro a setembro, os chineses bancaram US$ 5,6 bilh�es, aumento de 8,3% ante 2018, do bolo de US$ 18,551 bilh�es das exporta��es totais do estado. Ainda assim, os produtos feitos em Minas que s�o vendidos em pa�ses como a Argentina t�m o valor da produ��o acabada.
� o caso dos motores para autom�veis e suas partes e tamb�m de autom�veis de passageiros, dois exemplos da valoriza��o das exporta��es que o estado e o pa�s deveriam buscar. No entanto, eles participam com menos de 1%, cada segmento, das vendas externas de Minas. A receita das exporta��es de motores de autom�veis e partes somou US$ 169,07 milh�es nos primeiros nove meses deste ano, caindo 9,1% na compara��o com janeiro a setembro de 2018.
O com�rcio de autom�veis e suas partes de Minas no exterior foi de us$ 149,72 milh�es, retra��o de 50,7%. Isso explica porque � t�o importante incrementar as compras argentinas e contribuir para o pa�s se reerguer. “Ajudar a Argentina significa que estamos ajudando a n�s mesmos”, afirma Jos� Augusto de Castro, presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB).
As vendas do Brasil � Argentina no ano passado ca�ram 39%. A base desse com�rcio s�o os manufaturados como carros, representando 10 vezes mais valor do que as compras da China, em grande parte de itens b�sicos, a exemplo do min�rio de ferro extra�do em Minas Gerais.
Pela primeira vez em 16 anos, Augusto de Castro projeta d�ficit na balan�a de com�rcio do Brasil com a Argentina em 2019, de US$ 700 milh�es. Para o ano que vem, espera novo rombo de US$ 103 milh�es. A diferen�a entre as estimativas n�o est� apenas na cifra. Com a perspectiva de crescimento da economia brasileira em 2020 ao redor de 2%, tende a aumentar a via da importa��o e � a� que o pa�s poder� contribuir com o vizinho do Mercosul, passo para incrementar a via de m�o dupla entre as duas na��es.
“A Argentina j� tem problemas suficientes e n�o � preciso que a gente arranje mais dificuldades para o pa�s”, afirma Castro, diante de afirma��es do presidente Jair Bolsonaro ap�s a elei��o de Fern�ndez em primeiro turno, como a de que a Argentina “escolheu mal”. Tamb�m n�o vale a pena para nenhum dos lados correr o risco de que respingos da briga pol�tica cheguem ao acordo do Mercosul com a Uni�o Europeia.
O Brasil vai perder se n�o houver a continuidade das negocia��es, tendo em vista que o conflito comercial entre os Estados Unidos e a China resultaria na necessidade de os chineses buscarem outros mercados para seus produtos, incluindo a Europa. “Se n�o tivermos nenhuma garantia com a Uni�o Europeia vamos perder exporta��es para a China”, enfatiza Castro. O acordo com a UE gravita mais no campo pol�tico atualmente, mas ser� mais importante do ponto de vista econ�mico em tr�s a quatro anos.
TIO SAM
8,75%
Foi quanto os Estados Unidos compraram do
total das exporta��es de Minas Gerais de janeiro
a setembro, parcela de US$ 1,62 bilh�o
Na rota do Brics
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) promove na pr�xima quinta-feira o Pre Summit BRICS: A Inova��o e Sustentabilidade como Alian�a para o Desenvolvimento, evento preparat�rio da 11ª C�pula dos BRICS – grupo de emergentes formado pelo Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul –, que est� marcada nos dias 13 e 14, em Bras�lia. Participam do encontro em Belo Horizonte l�deres de organiza��es privadas, de ag�ncias de desenvolvimento e gestores p�blicos brasileiros e estrangeiros.
Investimentos
O presidente do BDMG, Sergio Gusm�o, diz que a reuni�o preparat�ria da c�pula dos BRICS servir� tamb�m como oportunidade para atra��o de investimentos para Minas. Confirmaram presen�a o vice-presidente do Banco Asi�tico de Desenvolvimento em Infraestrutura (AIIB) Joaquim von Amsberg; o diretor da Huawei do Brasil, Carlos Lauria; o CEO da Hindalco (grupo indiano Aditya Birla), Vishal Singh; e o ex-embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa.