
Na contram�o dos indicadores da economia que t�m sido usados nas manifesta��es frequentes de comemora��o dos rumos do pa�s pelos integrantes do governo, apoiados num c�rculo de grandes empres�rios de v�rios setores tamb�m satisfeitos, a situa��o � de aperto financeiro para parcela importante das fam�lias e das empresas, que se ressentem da crise sanit�ria e de seus impactos.
Em Minas Gerais, o n�mero de consumidores inadimplentes cresceu em mais de 70,6 mil entre janeiro e abril, depois de ter se mantido em n�veis elevados no mesmo per�odo do ano passado.
Em Minas Gerais, o n�mero de consumidores inadimplentes cresceu em mais de 70,6 mil entre janeiro e abril, depois de ter se mantido em n�veis elevados no mesmo per�odo do ano passado.
Estudo mais recente da empresa de servi�os de informa��o e solu��es de neg�cios Serasa Experian mostra que 5.929.747 mineiros estavam inadimplentes em abril �ltimo, universo que representa aumento de 70.622 pessoas ante janeiro deste ano, e de 37.598 frente a mar�o. Em abril do ano passado, 6,234 milh�es de mineiros tinham d�vidas vencidas e n�o quitadas, maior contingente estimado m�s a m�s naquele primeiro quadrimestre.
O grupo de 5,929 milh�es de inadimplentes no estado em abril significa 35,7% de toda a popula��o adulta de Minas, com idade a partir dos 18 anos. Al�m do percentual elevado, a taxa resiste ap�s um per�odo de inadimpl�ncia expressiva verificado em 2020 no estado, assim como no Brasil. Em dezembro �ltimo, as pessoas com contas vencidas e n�o pagas somavam 5.832.410 em Minas, o correspondente a 35,4% dos adultos.
A Serasa observou que no Brasil houve queda da inadimpl�ncia entre abril e dezembro do ano passado. Naquele per�odo, o percentual de inadimplentes medido sobre a popula��o com idade superior a 18 anos caiu de 41,8% (65,9 milh�es) para 38,6% (61,4 milh�es). O economista da Serasa Luiz Rabi observou que o pico do calote refletiu as dificuldades que os brasileiros tiveram de enfrentar no in�cio da pandemia, as quais se juntaram a incertezas quanto aos efeitos da paralisa��o de alguns setores mais afetados pelas medidas necess�rias de isolamento social para deter a COVID-19.
No entanto, ao fim do ano, as parcelas do aux�lio emergencial, os juros baixos e alguma disposi��o das institui��es financeiras de renegociar d�vidas de seus clientes levaram fam�lias inadimplentes a dar prioridade � quita��o de d�bitos. Neste ano, o problema da inadimpl�ncia volta a preocupar.
A crise financeira coincide com as taxas recordes de desemprego no pa�s e em Minas Gerais, assim como esbarra no aperto da renda do consumidor. No estado, a taxa de desocupa��o no primeiro trimestre do ano alcan�ou 13,8%, s� compar�vel ao come�o de 2017, per�odo ainda marcado pela recess�o que o pa�s encarou de 2014 a 2016. O desemprego sacrifica quase 1,5 milh�o de pessoas no estado, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad) Cont�nua referente ao per�odo de janeiro a mar�o �ltimo.
Levantamento feito pelo Ipea indicou queda de 2,2% dos rendimentos efetivos dos trabalhadores brasileiros no primeiro trimestre de 2021, sob os impactos da doen�a respirat�ria. O recuo tem rela��o com o enxugamento da massa de sal�rios pagos na economia, em decorr�ncia da grande redu��o do emprego.
No dia a dia de grande parte das empresas, sobretudo os pequenos e m�dios empreendimentos, o cen�rio deste ano n�o d� sinais da melhora esperada. Segundo dados coletados e avaliados pela Serasa entre janeiro e maio para Minas Gerais, foram requeridas 20 fal�ncias e apresentados 17 pedidos de recupera��o judicial.
Quando a estat�stica � comparada aos n�meros somados dos primeiros cinco meses de 2020 – 32 fal�ncias requeridas e 39 requerimentos de recupera��o judicial apresentados no estado –, a conclus�o imediata � de que houve retra��o. Resta avaliar at� que ponto uma economia com alguns indicadores de recupera��o pode desconhecer a turbul�ncia financeira que corta o f�lego de empresas pelo segundo ano.
Dan�a das cadeiras
O n�mero de pequenos neg�cios em Minas Gerais caiu 9% neste ano, segundo levantamento de dados divulgado em maio pelo Sebrae Minas. Entre pequenas empresas e microemprendedores individuais (MEIs), eram 2 milh�es de neg�cios no estado em dezembro do ano passado e, agora, esse universo � estimado em 1,8 milh�o. As microempresas reduziram sua participa��o no bolo dos pequenos neg�cios de 34% para 32% e o grupo dos MEIs aumentou de 62% para 63% do total.
Recoloca��o
Do contingente de 1,5 milh�o de pessoas desempregadas em Minas Gerais, 38,2% procuram trabalho h� mais de cinco meses, de acordo com estat�stica do IBGE referente ao primeiro trimestre deste ano analisada pelo Dieese. De janeiro a mar�o de 2020, essa propor��o era de 28,3%.
Na expectativa
7,2 milh�es - � o n�mero de pessoas que est�o fora da for�a de trabalho em Minas, com base em informa��es do IBGE/Dieese
