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Estado de Minas COLUNA

Pol�tica internacional: os diplomatas sumiram do mundo

A pol�tica mundial anda devorada pela vaidade expansionista, e nenhum pa�s l�der parece disposto a estabelecer um teto para as ambi��es e as bobagens em curso


05/06/2022 04:00 - atualizado 04/06/2022 16:49

Elizabeth II na comemoração dos 70 anos de reinado
Popula��o do Reino Unido comemora o reinado de 70 anos de Elizabeth II (foto: TOBY MELVILLE /POOL/AFP)
O mundo parece dispor de mais passado do que de futuro. Situa��o facilmente compreens�vel para a popula��o do Reino Unido, que comemora o reinado de 70 anos de sua rainha Elizabeth II, governadora suprema da Igreja Anglicana.

Ali�s, a Inglaterra, at� hoje � um exemplo inevit�vel para grandes pot�ncias, pela forma como pratica geopol�tica, copiada dos portugueses durante as grandes navega��es, modelo seguido pelos EUA e agora ensaiado pela China.

Colonialismo, neocolonialismo, capitalismo, neocapitalismo e o expansionismo militar e cultural correspondente dos que fazem do mundo um gr�o de areia.

Em hist�ria pol�tica, olhar para tr�s � mais tranquilo do que olhar para frente. A pol�tica mundial se cansou da diplomacia e anda devorada pela vaidade expansionista, e nenhum pa�s l�der parece estar disposto a estabelecer um teto para as ambi��es e as bobagens em curso. A decis�o de n�o decidir, ou resolver decidir errado, n�o � mais um paradoxo da pol�tica exterior pelo mundo, � sua pol�tica.  

A hist�ria � cheia de fato repetitivos e melhor n�o falar da R�ssia atual. Em 1852, a Inglaterra, com sua hist�rica mania de se meter na vida argentina, concedeu asilo diplom�tico ao presidente deposto Juan Manoel Rosas. Repetiu a fa�anha em 1930, no Brasil, quando o presidente eleito J�lio Prestes buscou asilo no consulado brit�nico de S�o Paulo a caminho de Portugal.

H� poucos anos, a tradi��o de procurar abrigo em miss�es diplom�ticas deixou em saia justa a mesma Inglaterra, quando se desentendeu com o Equador por este oferecer, em sua Embaixada de Londres, prote��o ao hacker que irritou os EUA por divulgar documentos secretos do pa�s. 

H� casos tr�gicos e pitorescos da �poca da guerra fria como o do cardeal h�ngaro Jozsef Mindszenty, dissidente pol�tico que ficou 15 anos sob a prote��o da embaixada americana em Budapeste, depois que a Uni�o Sovi�tica invadiu a Hungria e acabou com as ilus�es do socialismo democr�tico. 

Nada parecido com a bizarra atua��o do ex�rcito americano contra o pr�dio da embaixada do Vaticano na cidade do Panam�, no final dos anos 1990. Como ali se refugiou o presidente-ditador Manuel Noriega, os soldados norte-americanos que invadiram o pa�s para for�ar sua deposi��o fizeram tanta algazarra no local que nem a Igreja aguentou e negociou sua pris�o.

Julgado nos EUA por tr�fico de drogas e assassinato de opositores, ficou preso quase 20 anos, sendo entregue ao Tribunal Correcional de Paris - onde foi julgado por lavagem de dinheiro do Cartel de Medell�n na Fran�a. Foi devolvido ao Panam�, onde morreu aos 83 anos.

Apesar de dissidentes chineses saberem bem o caminho da embaixada americana em Pequim, e o astrof�sico Fang Lizhi ser o recordista no tempo de perman�ncia dentro daquele pr�dio, a China n�o perde o prest�gio mundial, mesmo praticando baixa diplomacia.

Agora, o Tigre Asi�tico decidiu fazer como a velha Inglaterra e os EUA e partir para a vida exterior, conquistando pa�ses na �frica e namorando a Am�rica Latina.

Segue o exemplo que v� em casa, onde a atual embaixada americana em Pequim, inaugurada por Bush pai e filho, � a segunda maior dos EUA no mundo. Depois do Oriente M�dio, onde a diplomacia americana n�o dispensa grandes estruturas para a��es n�o diplom�ticas.

At� menos de dois s�culos atr�s, os chineses n�o aceitavam embaixadores de outros pa�ses. Quando os brit�nicos solicitaram em 1793 � dinastia Qing, a �ltima do Imp�rio chin�s, para enviar um representante permanente � Corte Celestial, a famosa resposta foi de que tal embaixada "n�o estaria em harmonia com o sistema da dinastia" e "definitivamente n�o seria permitida". 

A dinastia Qing s� aceitava a presen�a constante de b�rbaros - assim como os romanos, essa era a designa��o geral para todos os povos n�o chineses - nas fronteiras do Imp�rio, n�o na capital.

Os poucos estrangeiros admitidos regularmente na corte eram "obrigados a usar roupas chinesas", "a n�o manter correspond�ncia" e "jamais seriam autorizados a retornar a seus pa�ses", como explicou o imperador chin�s em carta ao rei ingl�s. 

Foi nessa �poca que a fama de Cant�o correu o mundo, pois era naquele cant�o, hoje Guangzhou, que ocidentais podiam comercializar com os chineses e manter representa��o permanente. 

A primeira embaixada que os EUA tiveram em Pequim teve o pr�dio perdido quando os EUA resolveram n�o reconhecer a instaura��o da Rep�blica Popular em 1949. Virou a resid�ncia em Pequim do Dalai Lama na d�cada de 1950, antes de ele se rebelar contra o dom�nio chin�s sobre o Tibete e deixar o pa�s em 1959 e desde ent�o correr o mundo pregando que devemos perdoar, mas n�o esquecer. (Com Henrique Delgado)

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