
A Justi�a tem v�rios aspectos e seguramente o mais importante � o princ�pio da liberdade para todos. Mas para os jovens o princ�pio da igual participa��o nas oportunidades da vida � tamb�m essencial. Qualquer governo bem organizado para administrar a democracia deve ser capaz de atender aos princ�pios da participa��o. E sem olhar para os jovens a democracia � uma bagun�a sem futuro.
Os talentos que a natureza distribui para todos sofrem interfer�ncia da vida social e econ�mica. S�o influenciados pelo local de nascimento, a forma pol�tica de conduzir a sociedade e as fatalidades que podem atingir a todos. A natural ang�stia e isolamento dos jovens n�o � por motivos est�ticos. � real a dist�ncia, e o jovem percebe, entre o que ele espera da vida e o que de fato acontece. Equ�vocos, incompreens�es inaceit�veis, falta de paci�ncia, dificuldades econ�micas, barreiras culturais, est�o fazendo o caos em muitas fam�lias, sem remodelar ou reestruturar velhos conceitos e vontades.
Democracias ao redor do mundo, da Alemanha aos EUA, diante da cat�strofe da pandemia, que ainda n�o acabou totalmente, decidiram ajudar mais um pouco os jovens, os mais esquecidos nas pol�ticas emergenciais de enfrentamento da crise provocada pela pandemia. A Alemanha, especialista nos programas de integra��o entre educa��o, empresas e atividades c�vicas est� expandindo a porta de entrada para os jovens atrav�s de servi�os tanto de orienta��o civil quanto militar.
Os EUA reativaram programas que deram diversas ocupa��es aos jovens durante crises econ�micas passadas. Decidiram expandir as oportunidades de servi�o para popula��es vulner�veis. O importante � que jovens estejam estudando, treinando e trabalhando.
O mundo tem hoje quase 2 bilh�es de jovens entre 15 e 29 anos, sendo mais de 50 milh�es no Brasil. Em todos os pa�ses � sobre quem recai a maior taxa de desemprego. Acrescida da baixa esperan�a para o jovem que estuda. Se as a��es governamentais fossem capazes de combinar programas de estudo e trabalho, o desemprego e a evas�o escolar seriam combatidos ao mesmo tempo. Unindo o desejo de inovar das empresas � responsabilidade p�blica do Estado, por meio de programas de est�gio e aprendizagem.
Programas governamentais de emprego sem estudo s�o gasolina na evas�o escolar. E estudar sem objetivo pr�tico ou fazer um curso t�cnico para substituir o estudo s� aumenta a frustra��o e a desigualdade. Estudo sem trabalho � uma ilus�o no horizonte do jovem. Porque saber e fazer devem andar juntos. Diploma e carteira de trabalho, orgulho e realiza��o do jovem e sua fam�lia.
O Estado n�o deve fazer o papel de agente econ�mico, mas precisa dar a dire��o em �reas importantes como agregador dos diversos e conflitantes interesses sociais. Em momentos de crise como agora � essencial apontar a dire��o e o rumo a ser seguido.
Por v�rias raz�es, estamos vivendo ao mesmo tempo o colapso das estruturas tradicionais da economia e o surgimento de novas oportunidades de trabalho e renda. Nos pr�ximos 20 anos surgir�o mais de 70 profiss�es novas pelo mundo. Enquanto deixar�o de existir mais de 1 mil especialidades que j� se tornaram ou se tornar�o obsoletas.
Se queremos viver com menos nostalgia e mais esperan�a, � preciso entusiasmar o jovem para o futuro. Criando condi��es para sua integra��o � vida familiar e comunit�ria, atrav�s de sua inser��o ao mercado de trabalho como estudante. Uma das possibilidades virtuosas de melhoria do ambiente social � uma quest�o de sobreviv�ncia da economia. E o trip� jovem feliz-escola sens�vel-empresa com responsabilidade social � o horizonte do futuro.
O jovem em conflito com a lei precisa de programas de ressocializa��o, atrav�s do estudo e do trabalho, para a redu��o da viol�ncia e da reincid�ncia criminal. Pessoas, empresas ou institui��es que acolhem e d�o oportunidade a um jovem desses, os sensibilizando para uma nova trajet�ria de vida, deveriam receber o Nobel da Paz.
O jovem estimulado � uma pessoa singular, daquelas que quando entram pela porta ampliam o horizonte do lugar. Faz melhor quem se alegra nas coisas que faz. Escutar seus sonhos, dar honra � sua imagina��o, oferecer oportunidades, � o m�nimo do que precisam para se livrar da ang�stia com o futuro. Ali�s, se salva menos quem n�o se preocupa que todos se salvem.