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Estado de Minas DESAFIO MUNDIAL

'A educa��o perdeu a guerra de propaganda pelo seu valor'

A educa��o est� virando a rejeitada da sociedade tecnol�gica pasteurizada. � muito dif�cil viver a vida estudando o tempo todo. Mas � pior n�o estudar


19/06/2022 04:00 - atualizado 18/06/2022 19:51

Sala de aula vazia da Escola Estadual Terezine Arantes Ferraz Bibliotecaria, no Parque Casa de Pedra, zona norte da capital
'A escola n�o deve ser sucursal da bolsa de valores' (foto: Rovena Rosa/Ag�ncia Brasil - 4/10/21)

Todos os meses caem dividendos em minha conta que cobrem todas as despesas. O que importa � o lucro, n�o a vida dos outros. � o sucesso com dinheiro que explica o progresso, n�o a instru��o coletiva. Para decodificar o conceito de bom neg�cio � preciso coragem de esp�rito. Instru��o sem cultura e institui��es inaptas n�o conseguir�o ressignificar a Educa��o para atuar no mundo moderno.

Travando uma batalha ap�tica e desorientada contra a ast�cia das telecomunica��es, a Educa��o perdeu a guerra de propaganda pelo seu valor. Dever do Estado, futuro e amea�a n�o fazer ningu�m estudar. De primeira dama da sociedade industrial escolarizada, a Educa��o est� virando a rejeitada da sociedade tecnol�gica pasteurizada. � muito dif�cil viver a vida estudando o tempo todo. Mas � pior n�o estudar, ou estudar contra si mesmo, usando mal as oportunidades da sociedade p�s-industrial.

O mundo ligado da era digital produz solid�o e melancolia, luto sem perda, alegria sem felicidade, abund�ncia sem saciedade. N�o � Educa��o estimular o extravagante, o alpinista. Se a riqueza mundial est� crescendo � sem sentido lutar por trabalho alienado, acusar algu�m de desqualificado por n�o se fazer obediente � opress�o das startups. Quem amedronta o jovem com a falta de emprego n�o quer conquista-lo para a ideia de que estudar � a melhor forma de n�o precisar se matar de trabalhar.

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Se o crescimento moderno diminui o emprego � a Educa��o que vai impedir a inatividade e o desespero. Desde que a Escola ensine a usar criativamente o tempo livre, lutar pela harmonia do mundo e n�o se transformar em escola de guerra econ�mica prisioneira da automa��o. � a quantidade de intelig�ncia que cria a quantidade de trabalho. � o esp�rito que traz paz e prosperidade.

"Quem amedronta o jovem com a falta de emprego n�o quer conquista-lo para a ideia de que estudar � a melhor forma de n�o precisar se matar de trabalhar"



A genialidade hoje n�o depende de intelig�ncia, serenidade, forma��o sistem�tica ou da eternidade dos cl�ssicos. � a modernidade rob�, de fachada, o automatismo idiotizante, a embasbacada religi�o celular com seu totem manual, uma caixa receptora/transmissora de ondas de comunica��o por c�lulas n�o biol�gicas, que padronizou a personalidade, transformando a vontade em confinamento, o desejo em �nsia ostentat�ria.

A soberania opressiva da cultura do mundo eletr�nico n�o aceita o fato de que na mente de um jovem em forma��o acontece coisa mais importante do que na realidade. Pegando a Educa��o desprevenida o chip entrou na vida das pessoas como cavalaria, infantaria e artilharia usando a tr�ade narcisismo-ambi��o-comodidade, (arma de todas as armas) para comando e controle da mente humana.

Sua din�mica de a��o � sempre o conflito ser/n�o ser, para atrair o obstinado por novidade, explorar a vulnerabilidade do usu�rio, maximizar a influ�ncia da marca.

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A Educa��o n�o se deu conta que o celular, este sacerdote-pastor-guru, o mais assanhado e irrespons�vel filho do casal computador-internet, � que imprime suas particularidades na fisionomia estampada na alma das crian�as e jovens cobaias. E ainda sem perceber o ardil da escalada aut�noma da tecnologia para escravizar gera��es, a pedagogia tomou de amores pela psicologia, para diagnosticar como desajustados os sens�veis, t�midos, incomodados, espiritualizados, reflexivos que andam mais devagar e n�o querem ser navegadores digitais.

"A Educa��o est� � merc� de duelos dissimulados de conduta, disfarces de paix�o, considerando normal rejeitar o que quer o cora��o e agir contra os sentimentos"



A influ�ncia tir�nica e pregui�osa da tecnologia tem sido um desastre na educa��o da atual gera��o. Matou o interesse pela hist�ria da cultura e o desprezo pelo processo gradativo do progresso humano. A Educa��o est� � merc� de duelos dissimulados de conduta, disfarces de paix�o, considerando normal rejeitar o que quer o cora��o e agir contra os sentimentos. Aderir � onda � a forma que estudantes perdidos se ajustam para serem aceitos entre colegas.

A escola n�o deve ser sucursal da bolsa de valores, fazendo a estimativa do ativo que � cada estudante para o mercado “mundo”. Emo��es e caracter�sticas da personalidade s�o psicologizadas visando a modela��o de sentimentos. E assim passou a ser natural conviver com a imagina��o imperfeita dos pl�gios, a originalidade movida por vaidade e exibicionismo, a vivacidade mec�nica, a perda do ouvido do estudante que n�o l� mais em voz alta e s� � seguro quando imita o que viu em alguma tela.

A humanidade sofre quando a Educa��o n�o � a parte principal da fase inicial da vida das pessoas. E perde o rumo querendo fazer da educa��o o que n�o �, rem�dio que resolve tudo. A Educa��o como mito � um desastre: o de mais quantidade nos pa�ses ricos e o de m� qualidade nos emergentes e pobres. 

(Com Henrique Delgado)

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