(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas RETOMADA

Economia brasileira tem espa�o para crescer em 2023

Com o cen�rio interno menos carregado, � de se esperar que a economia brasileira, embora debilitada, venha a abrir espa�o para uma retomada mais vigorosa


24/09/2022 04:00 - atualizado 24/09/2022 07:28

Paulo Guedes
O ministro da economia, Paulo Guedes, que tem insistido que o Brasil saiu na frente no combate � infla��o (foto: EVARISTO S� / AFP)

 
O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem insistido, nos �ltimos dias, que o Brasil � o pa�s que, na compara��o mundial, saiu na frente no combate � infla��o ao elevar juros em mais de 10 pontos percentuais desde meados do ano passado. Essa rea��o “antecipada” � crise inflacion�ria � o que nos teria dado, agora, a chance de tamb�m avan�ar na dire��o da retomada da economia, como aparenta dar sinais o mercado de emprego no Brasil. S�o, de fato, boas not�cias nesse findar da gest�o do presidente Bolsonaro.

O cen�rio interno est� menos carregado de amea�as ao cidad�o comum, que amargou, desde 2020, a viol�ncia da COVID-19 agravada por desemprego em massa e fechamento de milhares de neg�cios. O governo tem tomado v�rias medidas em sequ�ncia para estimular o ambiente econ�mico – mais linhas de cr�dito, antecipa��o de 13º, redu��o de tributos sobre energia e combust�veis, redu��es de IPI e, sobretudo, amplia��o significativa de pagamentos assistenciais, como o Aux�lio Brasil. O impacto cumulativo dessa massa adicional de recursos transferida pelo governo para o mercado tem impacto n�o inferior a aumentar em 10% a massa salarial total do pa�s. O reflexo � sentido no consumo e na melhoria parcial das avalia��es de opini�o p�blica sobre a aprova��o ao governo.


 
A infla��o deu uma tr�gua no Brasil, permitindo ao Banco Central n�o aumentar os juros al�m do j� gravoso patamar de 13,75%. Nos EUA, essa briga contra a infla��o est� apenas come�ando, com recentes altas de juros, tanto l� como na Europa e noutros pa�ses emergentes. Nesse sentido, o Brasil largou na frente e, sem surpresa, de modo muito mais agressivo, pois colocou o patamar de juros numa altura nem cogitada por outros bancos centrais. Somos os campe�es de juros altos h� muito tempo. � de se esperar, portanto, que a economia brasileira, embora debilitada por altos custos financeiros e pobreza disseminada, venha a abrir espa�o para uma retomada mais vigorosa de empregos e neg�cios no pr�ximo ano. Como j� assinalei nesta coluna antes, nunca foi t�o f�cil, como agora, consertar o rumo do Brasil em sua gest�o econ�mica.
 
H� not�veis semelhan�as entre a situa��o atual e aquela por que passamos na virada de 2002 para 2003. A passagem de 2022 para 2023 est� com a mesma cara de 20 anos atr�s. E, com algumas mudan�as, os personagens pol�ticos se repetem. Em 2002, chegamos ao fim do ano com taxa de juros tamb�m elevad�ssima (26%) e desemprego muito alto, o real desvalorizado frente ao d�lar e o receio do que a mudan�a de rumo na pol�tica (de FHC para Lula) poderia trazer mais turbul�ncia � economia j� combalida. O ano atual, 2022, se parece bastante com as condi��es do distante 2002.

A equipe econ�mica de ent�o se desdobrou para domar os efeitos de uma crise externa – ap�s anos de bonan�a – e obrigou o pa�s a tomar rem�dios amargos. Os resultados demoraram a aparecer e o candidato da situa��o, o competente Jos� Serra, perdeu para Lula, que assumiu em janeiro de 2003. O cen�rio de hoje n�o � muito distante do de ent�o. Havia, na �poca, outros nomes de valor na disputa, como Ciro Gomes, de novo se apresentando no pleito dos pr�ximos dias.
 
O que aconteceu a partir do in�cio de 2003 pode voltar a ocorrer na economia de 2023 em di- ante. O Brasil tem crescido muito abaixo do seu potencial. E hoje, diferentemente de 20 anos atr�s, o Banco Central tem reservas volumosas e muito mais conhecimento para lidar com a infla��o. No plano das finan�as estaduais, a vantagem de hoje sobre 2002 � escandalosa: diria que a totalidade dos estados brasileiros s� precisa de um acerto financeiro para iniciar uma era de grande prosperidade. H� espa�o para investimentos enormes em infraestrutura e o Brasil de hoje tem uma matriz energ�tica de dar inveja por seu grau de diversifica��o e potencial de avan�o em segmentos “verdes”. E, tal como duas d�cadas passadas, as coisas boas e alvissareiras continuam escondidas debaixo de um entulho de crendices, invencionices e chatices do hor�rio pol�tico mais vazio e pat�tico da televis�o mundial.
 
N�o importa, por isso, que o Brasil saia na frente. A quest�o continua sendo como CHEGAR na frente. N�o basta largar bem se a gente n�o conhece direito qual o caminho a percorrer em seguida. Nossa sorte � que, mais uma vez, o futuro pr�ximo se apresenta favor�vel para o Brasil. O grande desafio segue sendo o de encontrar lideran�as que regurgitem menos e aproveitem mais o potencial da hora presente. Uma boa vota��o para todos.

*Paulo Rabello � economista e escritor. Quer comentar ou republicar? [email protected]

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)