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Estado de Minas COLUNA

De novo, Brasil ter� que enfrentar desafio de vencer a infla��o

Seja qual for a causa da infla��o, importa combat�-la o mais r�pido poss�vel, j� que ela � o mais injusto e pesado imposto que se cobra dos mais pobres


23/11/2021 04:00 - atualizado 23/11/2021 07:15

A agricultura e os serviços de transportes também foram afetados, pois a lavoura depende da indústria de fertilizantes importados
A agricultura e os servi�os de transportes tamb�m foram afetados, pois a lavoura depende da ind�stria de fertilizantes importados que, por sua vez, enfrenta a falta de cont�iner (foto: Jo�o Cerqueira/Jornal Commercio - Rio/29/06/2005)


A infla��o afeta as principais economias do mundo neste fim de ano e, no Brasil, galopa rumo aos dois d�gitos (10% ou mais). Sobre esse fen�meno negativo para a economia em geral e para o consumidor em particular h� evid�ncias quanto � sua universalidade e consenso sobre suas causas.

� claro que os �ndices variam em fun��o de caracter�sticas de cada pa�s. Entre elas est�o os desequil�brios fiscais herdados de anos anteriores � pandemia do novo coronav�rus e que se agravaram com a paralisa��o da economia. Ou seja, quem h� anos tinha infla��o de 0,5% a 1,5% passou a enfrentar um aumento generalizado de pre�os no ritmo de 4% a 6% ao ano. Economias fortes como a da Alemanha e a do Reino Unidos est�o nesse grupo, mas o destaque �, curiosamente, a situa��o dos Estados Unidos.

L�, a autoridade monet�ria vinha injetando d�lares na economia e resistia a aumentar a taxa de juros. Na semana passada, for�ado pela alta dos pre�os ao consumidor, o Federal Reserve (o Banco Central local) anunciou sua disposi��o de rever essa pol�tica. J� quem tinha hist�ria recente de infla��o acima disso, como � o caso do Brasil, pa�s que mal se recuperava da recess�o de 2015/2016, a alta dos pre�os p�s-pandemia veio r�pida e forte.

O �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) tinha fechado 2020 em 4,52%, mostrando uma eleva��o de apenas 0,21 pontos percentuais em rela��o a 2019. Mas, com a abertura gradual das atividades econ�micas em 2021, os pre�os dispararam e, no m�s passado, j� acumulavam aumento de 8,24% no ano e 10,67% em 12 meses.

Exclu�das as press�es espec�ficas de cada pa�s, o consenso entre os economistas � de que a paralisa��o da produ��o industrial e de parte do consumo em geral em boa parte do mundo desarranjou as cadeias de suprimento. Esse �, de fato, um dado relevante no mundo moderno, em que a globaliza��o levada a efeito nas �ltimas tr�s d�cadas tornou as economias muito mais interligadas. A facilidade de comunica��o via internet ampliou o leque de fornecedores especializados em poucos ou em um �nico componente, de modo a fornec�-los a pre�os competitivos a clientes de v�rias partes do mundo.

Um caso emblem�tico � o dos chips semicondutores, pe�as cada vez mais importantes para diversos setores, n�o s� para a montagem de produtos como para o funcionamento do parque industrial. A escassez desse componente afetou ind�strias de todos os portes e est� provocando a inusitada valoriza��o dos autom�veis usados, j� que a produ��o dos novos est� contida.

A agricultura e os servi�os de transportes tamb�m foram afetados, pois a lavoura depende da ind�stria de fertilizantes importados que, por sua vez, enfrenta a falta de cont�iner. Como o que � muito procurado e pouco ofertado tem seu pre�o aumentado, est� claro que uma das principais causas da infla��o atual � um cl�ssico choque de oferta.

Pol�mica


Seja qual for a causa, importa conter a infla��o o mais r�pido poss�vel, j� que ela � o mais injusto e pesado imposto que se cobra dos mais pobres. � a� que termina o consenso e come�a uma pol�mica entre duas correntes do pensamento econ�mico. De um lado est� a ortodoxia da pol�tica monet�ria restritiva ou apertada, adotada no Brasil; de outro, est�o os heterodoxos, que criticam os efeitos dessa solu��o. Felizmente, ningu�m sugeriu ainda a hist�rica burrice do tabelamento de pre�os.

Seguindo a orienta��o ortodoxa, o Banco Central (BC) inverteu a curva dos juros que era declinante desde agosto de 2016, quando partiu de 14,15% ao ano para chegar a 2% em agosto de 2020. Ao longo de 2021, a autoridade se convenceu de que a infla��o atual seria duradoura e passou a ajustar a taxa b�sica (Selic) em linha com a infla��o. Est� hoje em 7,75%, devendo ser elevada para 8,25% (ou mais) no pr�ximo dia 8.
Com essa provid�ncia, busca o BC encarecer o cr�dito para refrear o consumo e, com isso, estancar a alta dos pre�os. Em m�dia, esse efeito ocorre entre quatro e seis meses ap�s a decreta��o da nova Selic. As consequ�ncias s�o o desest�mulo ao investimento produtivo e o aumento do custo da d�vida p�blica interna.

Leni�ncia

Contra isso, os heterodoxos argumentam que, al�m de inibir o investimento na economia, a eleva��o dos juros n�o ter� o efeito desejado, j� que a causa da infla��o est� na falta de oferta e n�o no aumento da procura. Nesse ponto eles t�m raz�o, mas isso, segundo os ortodoxos, n�o anula totalmente os efeitos da taxa de juros, pois alguma conten��o de pre�os acaba ocorrendo.

Acrescentam que manter leniente a pol�tica monet�ria na atual situa��o do pa�s � contratar uma recess�o mais acentuada em futuro pr�ximo. Ou seja, n�o d� para n�o fazer nada. H� entre os ortodoxos os que acham que o BC tem sido lento em sua rea��o e agora corre atr�s da curva da infla��o. Defendem que � melhor assumir agora o risco de um breve esfriamento da economia para poder baixar os juros no fim de 2022 e retomar o crescimento com mais for�a. Tomara que estejam certos.



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