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Estado de Minas PEDRO LOBATO

Economia e narrativas eleitorais

A antecipa��o da campanha eleitoral de 2022 traz consigo, mais uma vez, um clima de guerra e, como em toda guerra, a verdade costuma ser a primeira v�tima


07/12/2021 04:00 - atualizado 07/12/2021 08:57

Banco Central
Banco Central enfrenta dificuldades e previs�o � de subir taxa de juros de novo (foto: Leonardo S�/Ag�ncia Senado)


O brasileiro de boa-f�, interessado em saber o que ocorre na economia e o que pode afetar seu bolso, tem tido, nos dias de hoje, dificuldade para separar fatos de vers�es, realidade de exageros. A antecipa��o da campanha eleitoral de 2022 traz consigo, mais uma vez, um clima de guerra e, como em toda guerra, a verdade costuma ser a primeira v�tima.
 
No campo da economia, � mais perigoso mentir, j� que a frieza dos n�meros acaba impondo a verdade. Mesmo assim, militantes pol�ticos conseguem produzir bruma, maximizar dados negativos e menosprezar os positivos, profetizar cat�strofes e apontar, sem base justa, os respons�veis por elas.

N�o raro, certas narrativas alcan�am um dos objetivos imediatos, que � o de implantar injustific�veis incertezas e at� avers�o ao risco na mente de quem exp�e suas poupan�as aos mercados. Nesses casos, os profissionais agradecem a ef�mera derrubada dos pre�os de ativos e comemoram os ganhos logo em seguida.
 
Vale lembrar alaridos recentes j� comentados neste espa�o, como o da troca de comando na Petrobras, que levou incautos a venderem barato pap�is da empresa. Ou a trag�dia anunciada e n�o cumprida da crise h�drica. Sim, houve seca prolongada este ano, mas nada que justificasse a certeza de que faltaria energia el�trica, por culpa de um governo incapaz de fazer chover a contento.

Agora, o brasileiro vem sendo avisado das grav�ssimas consequ�ncias de um suposto descontrole das contas p�blicas, situa��o provocada pelo tamb�m suposto abandono do teto de gastos. Tal descontrole tornaria quase imposs�vel ao Banco Central controlar a infla��o por meio da pol�tica monet�ria (eleva��o em curso da taxa Selic). Pura conversa de campanha eleitoral oportunizada pela divulga��o do mau desempenho da economia no terceiro trimestre.
 
� fato que o Produto Interno Bruto (PIB) no per�odo julho/setembro teve desempenho negativo de 0,1% (provocado pelos efeitos da estiagem sobre a agricultura). Esse desempenho negativo veio se somar � retra��o de 0,4% (percentual corrigido) apurada no semestre anterior.

Recess�o t�cnica

Algumas escolas de economia consideram que dois trimestres seguidos de retra��o do PIB configuram uma recess�o t�cnica. Faz sentido, pois indica um per�odo perigosamente longo sem avan�os na capacidade de produzir riqueza, o que alerta para uma eventual recess�o anual. Por que � eventual e por que � s� “t�cnica”? Porque o per�odo de apura��o ainda n�o se completou e porque j� houve crescimento suficiente para superar as perdas apuradas.
 
A previs�o � de crescimento do PIB anual em torno de 4%, mesmo com essas perdas e mesmo que o IBGE revise para cima a retra��o do terceiro trimestre. A equipe econ�mica do governo espera crescimento acima dos 4% projetados por economistas do setor privado.

A aposta oficial est� na queda do desemprego e nos resultados da administra��o fiscal. De fato, a absor��o de m�o obra nos �ltimos dois trimestres tem evolu�do na contram�o do PIB. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (PNADC) apurou a gera��o de 3,5 mi- lh�es de postos de trabalho entre abril e setembro.
 
Com isso, a taxa de desocupa��o medida pelo IBGE nos nove primeiros meses de 2021 baixou de 14,9% para 12,6% do total da for�a de trabalho, calculada em 105,1 milh�es de pessoas. Um detalhe importante � que, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram criados em outubro 253 mil empregos formais, elevando para 2,5 milh�es o n�mero de novos empregos com carteira assinada em 2021.
 
Embora ainda longe do necess�rio para que o pa�s se livre dessa chaga social, o impacto da evolu��o do emprego tende a ser percebido com maior peso no setor de servi�os, que responde por cerca de 70% do PIB brasileiro. A ressalva a ser feita � que, pelo menos por enquanto, a m�dia salarial oferecida � mais baixa do que a da anterior � pandemia.
D�ficit menor

Quanto ao alardeado descontrole fiscal, a verdade parece ter sido convenientemente minimizada, desidratada, para n�o dizer escondida. Quem foi direto �s fontes prim�rias descobriu que, em outubro, as receitas da Uni�o tiveram crescimento real (j� descontada a infla��o) de 7,6% em rela��o a outubro de 2020. Por sua vez, as despesas ca�ram, tamb�m em outubro contra ou- tubro, 15,4%. Esses resultados proporcionaram em outubro um super�vit prim�rio de R$ 28,1 bilh�es.
 
Tem mais. No acumulado deste ano, o crescimento real das receitas chegou a 23,5%, o que re- vela um ineg�vel come�o de retomada da atividade econ�mica. J� as despesas, no mesmo per�odo de compara��o, acumulam redu��o de 25%, o que comprova o rigoroso controle do gasto p�blico e explica a choradeira por corte de verbas em v�rios �rg�os do governo. Assim, o d�ficit prim�rio previsto para este primeiro ano p�s-pandemia, que era de R$ 247 bilh�es, pode fechar o ano abaixo de R$ 100 bilh�es. Uma redu��o de quase 60%.
 
Em resumo, � bom saber que, embora a pandemia tenha agravado velhos problemas, o Brasil, como o resto do mundo, caminha para super�-los mais r�pido do que fazem parecer os que agora disputam cargos p�blicos. O resto � megafone.

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