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Estado de Minas VITALidade

Condi��es sociais que determinam nossa qualidade de vida e longevidade

Tais condi��es s�o conhecidas como determinantes sociais de sa�de e se relacionam a fatores sociais, econ�micos, culturais, �tnico-raciais e comportamentais


19/12/2022 06:00
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As condições de vida e trabalho dos indivíduos e grupos de populações são de suma importância
As condi��es de vida e trabalho dos indiv�duos e grupos de popula��es s�o de suma import�ncia (foto: Pixabay/Divulga��o)
Falar de sa�de e doen�a no contexto atual � mais que simplesmente analisar friamente as condi��es f�sicas de um sujeito. A sa�de deve ser concebida como um bem p�blico, a ser constru�do com a participa��o solid�ria de todos os setores sociais. De acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de, a sa�de pode ser definida como sendo um estado de completo bem-estar f�sico, mental e social, e n�o simplesmente aus�ncia de doen�a ou enfermidade.
 
Analisando detidamente o conceito da OMS fica transl�cido que ele engloba as condi��es sociais em que os indiv�duos vivem, isto porque eles s�o vistos atualmente como determinantes para a percep��o que o sujeito tem de sua pr�pria condi��o de sa�de. Compreender o que pode ser entendido como sa�de implica em uma an�lise da doen�a, tal como � definida pelo sistema de assist�ncia � sa�de, mas tamb�m, da sa�de, tal como ela � percebida pelo sujeito, incluindo a� a dimens�o de bem-estar que ele sente. 
 
Ao pensarmos em sa�de � preciso que analisemos, para al�m das a��es individuais, como os m�todos diagn�sticos e terap�uticos, vacina��o, educa��o em sa�de, tamb�m a dimens�o coletiva do fen�meno sa�de-doen�a. Essa dimens�o social � de grande aux�lio para compreendermos que a sa�de pode ser influenciada sobremaneira a partir das condi��es sociais em que as pessoas vivem. 
 
Assim, as condi��es de vida e trabalho dos indiv�duos e grupos de popula��es s�o de suma import�ncia quando queremos pensar a sa�de no Brasil. Tais condi��es s�o conhecidas como determinantes sociais de sa�de e se relacionam a fatores sociais, econ�micos, culturais, �tnico-raciais, psicol�gicos e comportamentais, que influenciam na ocorr�ncia de problemas de sa�de e seus fatores de risco para as popula��es.
 
 
Assim, pensar em sa�de e doen�a � relacion�-las com os determinantes de sua ocorr�ncia. N�o temos d�vidas que s�o in�meros os fatores que podem proporcionar mais ou menos sa�de para a popula��o, principalmente a idosa; e alguns deles s�o de suma import�ncia para a manuten��o da qualidade de vida das pessoas. 
 
O primeiro determinante de sa�de que devemos analisar � aquele pertencente � esfera individual e tem a ver com caracter�sticas pessoais dos sujeitos, tais como idade, sexo e fatores gen�ticos. Tais atributos, geralmente herdados, muitas vezes precisam ser mitigados para que se possa falar em igualdade de acesso � sa�de. Assim, um idoso, por sua fragilidade, ao inv�s de n�o ter prioridade no atendimento, deveria ser o primeiro a ser atendido, eis que suas caracter�sticas pessoais mostram que, se deixado para depois, ele pode n�o resistir.
 
Tamb�m de suma import�ncia quando o assunto � sa�de est�o os comportamentos e os estilos de vida individuais. Importante salientar que nem sempre os estilos de vida s�o resultado apenas do desejo do indiv�duo, podendo aspectos sociais influenciar em muito as “escolhas”, tais como a propaganda, a press�o dos pares, a possibilidades de acesso a alimenta��o saud�vel e espa�os de lazer e esporte, dentre outros. � importante entender que � muito dif�cil mudar comportamentos de risco sem mudar as normas culturais que os influenciam. Para que mudan�as significativas possam ocorrer em tal nesse segundo contexto � preciso que se implantem pol�ticas p�blicas de abrang�ncia populacional que promovam mudan�as de comportamentos atrav�s de programas educativos, comunica��o social, acesso facilitado a alimentos saud�veis, cria��o de espa�os p�blicos para a pr�tica de esportes e exerc�cios f�sicos, bem como a proibi��o � propaganda de tabaco e de �lcool em todas as suas formas.
 
N�o bastasse, tem tamb�m grande influ�ncia sobre a nossa sa�de a exist�ncia de uma rede comunit�ria e de apoio para os indiv�duos. Neste aspecto � importante que os membros da sociedade busquem estabelecer redes de apoio e fortale�am a organiza��o e participa��o das pessoas e das comunidades, especialmente dos grupos vulner�veis, em a��es coletivas para a melhoria das suas condi��es de sa�de e bem-estar.
 
 
Outros pontos de fundamental import�ncia quando se pensa em sa�de e bem-estar global s�o os fatores relacionados a condi��es de vida e trabalho, disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e servi�os essenciais, como sa�de e educa��o. Os estudos demonstram que as pessoas em desvantagem em tal n�vel correm um risco diferenciado, criado por condi��es habitacionais mais humildes, exposi��o a condi��es mais perigosas ou estressantes de trabalho e acesso menor a servi�os. Para mitigar os problemas vindos destas situa��es � importante que se busque assegurar melhor acesso a �gua limpa, esgoto, habita��o adequada, alimentos saud�veis e nutritivos, emprego seguro e realizador, ambientes de trabalho saud�veis, servi�os de sa�de e educa��o e qualidade, dentre outros.
 
Por fim, como importantes elementos a se considerar quando o assunto � sa�de est�o as condi��es econ�micas, culturais e ambientais da sociedade. Para melhora destas condi��es � preciso que tenhamos um ambiente de prote��o ambiental e de promo��o de uma cultura de paz e solidariedade que visem promover um desenvolvimento sustent�vel, reduzindo as desigualdades sociais e econ�micas, as viol�ncias, a degrada��o ambiental e seus efeitos sobre a sociedade. 
 
 
Como podemos perceber, ao tratarmos da sa�de, estamos tratando de in�meros aspectos da vida dos sujeitos. N�o adianta pensarmos em sa�de p�blica deixando de lado as situa��es orbitais que em muito influenciam para a ocorr�ncia ou n�o da doen�a. Quanto mais as popula��es e os Estados atuarem para que tais determinantes sociais de sa�de sejam positivos, maiores s�o nossas chances de protegermos as pessoas mais vulner�veis socialmente, especialmente os idosos.  

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