
No livro "O elogio da velhice", de Paulo Mantegazza, somos confrontados com uma vis�o surpreendente sobre como a velhice era tratada na sociedade da �poca em que o livro foi escrito, em 1894. Perceber como, ao longo do tempo, nossas sociedades foram adjetivando o envelhecimento � realmente algo confortante e nos enche de esperan�a em um futuro no qual os que est�o em processo de amadurecimento n�o sofram com discrimina��es relativas � sua idade, como ainda atualmente sofremos.
De acordo com Mantegazza o homem velho era, para um selvagem (sabe-se Deus o significado disto), um delinquente, que deveria ser punido ou, ent�o, simplesmente uma criatura repugnante que deveria ser desprezada, pois arrogou-se ao sacril�gio de ter vivido muitos anos.
Para a fam�lia, o velho era considerado um fardo pesado, um verdadeiro parasita, eis que era preciso aliment�-lo, ampar�-lo e defend�-lo. Se o velho fosse uma mulher, pior sorte a aguardava nos idos anos de 1894, j� que, segundo o autor, a repugn�ncia que ela inspirava era ainda maior que a do homem velho, sendo considerada uma criatura imunda, repelente e n�o desejada por nenhum macho.
Para a fam�lia, o velho era considerado um fardo pesado, um verdadeiro parasita, eis que era preciso aliment�-lo, ampar�-lo e defend�-lo. Se o velho fosse uma mulher, pior sorte a aguardava nos idos anos de 1894, j� que, segundo o autor, a repugn�ncia que ela inspirava era ainda maior que a do homem velho, sendo considerada uma criatura imunda, repelente e n�o desejada por nenhum macho.
Em rela��o �s experi�ncias amorosas, o escritor menciona que, fisiologicamente, elas cessavam por volta dos 45 a 50 anos para as mulheres e aos 60 anos para os homens, mas que, no entanto, havia muitos velhos que n�o renunciaram aos prazeres do amor, seja com sua companheira de longos anos ou ent�o com um amor novo que remo�asse a face.
O autor coloca um ponto muito interessante, j� que afirma que os pessimistas retratam a velhice como uma grande desgra�a, mas o curioso � que os homens desejam uns aos outros uma longa vida, considerando isso um supremo bem. No entanto, quando alcan�am essa longa vida, a amaldi�oam. Ter�ncio afirmava que a velhice era, na verdade, uma doen�a. Desejar uma vida longa a algu�m era para o autor desejar-lhe uma longa enfermidade.
No entanto, como m�dico, antrop�logo e escritor, nascido na It�lia no s�culo XIX, Mantegazza procurou oferecer uma abordagem diferente para o envelhecimento. Ele nos convida a valorizar e apreciar a passagem do tempo. O autor discute os estere�tipos e preconceitos associados � velhice, al�m de analisar a rela��o entre o envelhecimento, o tempo, a mem�ria, a sociabilidade e a busca pelo significado da vida. Ele explora a ideia de que a velhice pode ser uma fase de plenitude, na qual se pode desfrutar da tranquilidade, da liberdade e da sabedoria adquirida ao longo dos anos.
O autor nos convida a reconhecer o valor intr�nseco da velhice, n�o apenas como um est�gio inevit�vel da vida, mas como uma fase repleta de potencialidades e sabedoria. Ele nos lembra que a experi�ncia acumulada ao longo dos anos traz consigo um conhecimento profundo e uma compreens�o ampliada do mundo.
Mantegazza destaca a import�ncia de valorizarmos o tempo presente e apreciarmos cada momento vivido, independentemente da idade. Ele nos encoraja a romper com os estere�tipos negativos associados � velhice e a abra�ar as oportunidades de crescimento pessoal e espiritual que essa fase da vida pode proporcionar.
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Ao abordar a sociabilidade na velhice, Mantegazza destaca a import�ncia das rela��es interpessoais e da conex�o com os outros. Ele ressalta que o conv�vio social e a troca de experi�ncias com pessoas de diferentes gera��es podem trazer benef�cios significativos, proporcionando um senso de pertencimento e enriquecimento m�tuo, algo que enfatizamos em nossa coluna j� faz um tempo.
Por fim, o autor nos convida a refletir sobre o significado da vida e a buscar por um sentido profundo em nossas jornadas individuais. Ele nos encoraja a explorar nossas paix�es, interesses e prop�sitos, independentemente da idade, e a encontrar realiza��o pessoal ao seguir nossos valores e aspira��es mais aut�nticos.
Em s�ntese, o livro "O Elogio da Velhice" nos oferece uma vis�o filos�fica e inspiradora sobre o envelhecimento. Por meio da reflex�o sobre a sociedade do s�culo XIX e da valoriza��o da experi�ncia e sabedoria adquiridas ao longo dos anos, o autor nos convida a enxergar a maturidade como uma etapa enriquecedora da vida, repleta de possibilidades de crescimento, plenitude e conex�o com o mundo ao nosso redor.