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Estado de Minas EFEITOS

COVID-19: estudo mostra que beb�s de gestantes infectadas apresentam poucos problemas adversos

Pesquisa com 263 gestantes mostra que 1% dos beb�s das mulheres infectadas pelo Sars-CoV-2 testou positivo para o v�rus ao nascer. As crian�as foram acompanhadas nas oito semanas seguintes e n�o tiveram complica��es graves


23/09/2020 14:04 - atualizado 23/09/2020 14:28

(foto: Adek Berry/AFP)
(foto: Adek Berry/AFP)
Beb�s nascidos de gestantes com COVID-19 apresentam poucos problemas adversos. � o que mostra um estudo feito por cientistas americanos. Os investigadores acompanharam o parto de mais de 200 mulheres e constataram que apenas 1% dos filhos das infectadas pelo novo coronav�rus testou positivo para a enfermidade. Os pesquisadores tamb�m observaram que, quando alguma complica��o foi registrada, a maioria dos rec�m-nascidos ficou bem em at� oito semanas. Os dados foram divulgados na revista especializada Clinical Infectious Diseases.
No artigo, os autores destacam que j� se sabe que gr�vidas infectadas pelo v�rus da gripe correm o risco de sofrerem altera��es no sistema imunol�gico, o que pode aumentar a possibilidade de surgimento de doen�as graves. Os cientistas resolveram investigar se o pat�geno da COVID-19 tamb�m poderia gerar complica��es nessas mulheres. “Embora estudos relatem que a infec��o pelo Sars-CoV-2 em gr�vidas aumenta o risco de parto prematuro e que essa enfermidade pode ser transmitida da m�e para o beb�, os riscos gerais para as crian�as n�o eram conhecidos e quase nenhuma informa��o sobre como a COVID-19 afeta os beb�s � medida que elas crescem est� dispon�vel”, detalham.

Os cientistas acompanharam o parto de 179 m�es com teste positivo para a infec��o pelo Sars-CoV-2 e 84, com teste negativo. As mulheres tinham, em m�dia, 31 anos. Os nascimentos das crian�as ocorreram em mais de 100 hospitais dos Estados Unidos. Do total de 263 beb�s, 44 precisaram ser admitidos em uma unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN). Nenhum deles apresentava problemas respirat�rios, como pneumonia. E n�o houve registro de complica��es maiores nas oito semanas seguintes.

Entre os beb�s nascidos de m�es com teste positivo para o coronav�rus, a incid�ncia de Sars-CoV-2 positivo foi baixa: 1,1%. A infec��o pareceu n�o afetar esses beb�s, segundo os autores. “Eles est�o bem, e isso � maravilhoso”, destaca, em comunicado, Valerie J. Flaherman, professora-associada de pediatria e de epidemiologia e bioestat�stica da Universidade da Calif�rnia. “Quando o coronav�rus apareceu pela primeira vez, havia muitas complica��es estranhas e infelizes associadas a ele, mas quase n�o t�nhamos informa��es sobre como esse v�rus afeta as mulheres gr�vidas e os rec�m-nascidos. N�o sab�amos o que esperar dos beb�s. Ent�o, essas s�o boas not�cias.”

Os pesquisadores tamb�m observaram que dois beb�s nascidos de m�es com teste positivo tinham defeitos cong�nitos. Um apresentou anomalias card�acas, vertebrais, renais e pulmonares. O outro, anomalias faciais, genitais, renais, cerebrais e card�acas. Uma m�e com teste negativo para o Sars-CoV-2 teve um beb� com anomalias gastrointestinais, renais e card�acas. Para os autores, como as altera��es foram registradas em um n�mero pequeno de crian�as, n�o � poss�vel afirmar que eles est�o relacionadas ao coronav�rus.

Limita��es

Os pesquisadores explicam que as descobertas do trabalho podem ajudar especialistas da �rea m�dica e autoridades que trabalham no combate � pandemia, mas ponderam que o estudo tem algumas limita��es, como uma poss�vel influ�ncia de testes de COVID-19 com resultados falso positivo ou falso negativo, al�m de um n�mero pouco representativo de mulheres latinas e negras. “No geral, as descobertas iniciais sobre a sa�de infantil s�o tranquilizantes, mas � importante notar que a maioria desses nascimentos que acompanhamos foi de gr�vidas que se infectaram no terceiro trimestre da gesta��o. Acreditamos que an�lises futuras e mais completas nos dar�o um quadro ainda maior e mais valioso a ser analisado,” contextualiza Flaherman.

Jos� Gomes Moura, m�dico ginecologista do Hospital Anchieta em Bras�lia, explica que as informa��es vistas no trabalho americano est�o em concord�ncia com resultados de outras pesquisas similares. “Temos ainda poucos dados relacionados ao efeito da COVID-19 nas gestantes, mas, at� agora, todos os estudos andam nessa mesma linha. Temos visto poucos efeitos do v�rus em beb�s, o que � muito positivo”, diz.

Moura explica que ainda n�o � poss�vel dizer que as gr�vidas e seus filhos est�o livres de efeitos adversos da COVID-19 e que esse � um tema que precisar ser mais investigado. “Infelizmente, a �rea de pesquisas relacionadas a gravidas infectadas pelo novo coronav�rus ainda � muito pobre. Precisamos que mais an�lises sejam feitas, at� porque essa � uma doen�a muito nova. Quando falamos de v�rus, n�s nos preocupamos com o efeito poderoso que alguns deles mostraram ter em rela��o � forma��o do feto, como � o caso do zika, que causa microcefalia”, justifica “� importante termos mais dados at� para nos ajudar a orientar as gr�vidas durante as consultas.”

» Palavra de especialista
Um pouco de tranquilidade

“Ainda n�o temos registros suficientes para entender como a COVID-19 pode influenciar o p�blico gestante, e elas sempre s�o uma preocupa��o quando surgem doen�as que se espalham em determinados momentos, como foi com a H1N1. Esse estudo � um dos primeiros em que temos uma grande quantidade de gr�vidas que foram acompanhadas. Nele, vemos que n�o tivemos problemas graves registrados na maioria das crian�as, principalmente os respirat�rios, que seriam alguns dos esperados. Isso � um dado muito positivo, principalmente neste momento em que sabemos pouco dessa enfermidade. Como ela tem como caracter�stica uma f�cil transmiss�o, isso faz com que as gestantes fiquem preocupadas. O resultado � algo positivo, ajuda a nos tranquilizar”, Max Igor Lopes, infectologista do Hospital S�rio-Liban�s, em S�o Paulo.

Transmiss�o fetal confirmada

No come�o da pandemia da COVID-19, n�o se sabia se gestantes infectadas pelo Sars-CoV-2 poderiam passar o v�rus aos fetos. As investiga��es cient�ficas foram mostrando que sim. Feita com 31 mulheres, uma pesquisa da Universidade de Mil�o, na It�lia, apresentada em julho na confer�ncia virtual Aids 2020, mostrou resqu�cios do pat�geno e de anticorpos que respondem � doen�a no cord�o umbilical, na vagina, na placenta e no leite materno da maior parte das analisadas.

Outro estudo publicado tamb�m em julho, na revista Nature, mostrou que uma mulher de 23 anos que estava infectada pela COVID-19 deu � luz uma crian�a que tamb�m testou positivo para a doen�a. Os autores do estudo acreditam que esse tipo de transmiss�o deve ser considerado um evento raro, j� que poucos casos semelhantes foram registrados.

V�rus da gripe invade sistema circulat�rio

Um estudo cient�fico publicado na segunda-feira, na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), traz uma poss�vel explica��o para o fato de a gripe levar a complica��es durante a gravidez. O trabalho sugere que o v�rus da fam�lia influenza n�o fica apenas nos pulm�es. Ela espalha-se pelo corpo da gestante, o que pode causar uma s�rie de preju�zos para ela e para o beb�.
Segundo Stella Liong, pesquisadora da Universidade de Melbourne, na Austr�lia, e autora principal do estudo, acredita-se que a raz�o pela qual a gripe ter impactos graves na sa�de das gestantes era o fato de o sistema imunol�gico ficar suprimido para permitir que o feto se desenvolva. Dessa forma, fica mais dif�cil combater infec��es.
(foto: Universidade de Melbourne/Divulgação)
(foto: Universidade de Melbourne/Divulga��o)

A nova pesquisa sobre o v�rus da influenza, por�m, mostra que ele se comporta de maneira muito diferente no corpo de camundongos gr�vidas e n�o gr�vidas. “O pensamento convencional culpou o sistema imunol�gico suprimido, que ocorre na gravidez, mas o que vemos � o efeito oposto. A infec��o por gripe leva a uma resposta imunol�gica drasticamente aumentada”, diz Liong.
Os pesquisadores observaram que, nas cobaias n�o gr�vidas, a infec��o da gripe permanece localizada nos pulm�es. Nas que esperam filhotes, o v�rus espalha-se para o sistema circulat�rio atrav�s dos vasos sangu�neos. Segundo os cientistas, a inflama��o vista no sistema circulat�rio � “avassaladora” e causa estragos por todo o corpo. “Isso leva a uma inflama��o intensa que afeta drasticamente a fun��o dos grandes vasos sangu�neos, o que prejudica gravemente a sa�de da m�e e tamb�m pode restringir o fluxo sangu�neo para o feto em crescimento”, detalha Liong.

Mais investiga��es

Os cientistas adiantam que mais estudos s�o necess�rios para comprovar as descobertas, mas acreditam que os dados podem contribuir para tratamentos futuros. “Precisamos de mais pesquisas para validar clinicamente nossas observa��es, mas a descoberta desse novo mecanismo � um passo crucial para o desenvolvimento de terapias contra gripe projetadas especificamente para mulheres gr�vidas”, afirma a autora.

Jos� Gomes Moura, m�dico ginecologista do Hospital Anchieta em Bras�lia, destaca que todos os v�rus s�o uma preocupa��o constante durante a gravidez devido � for�a que eles t�m no organismo humano. Esse impacto, enfatiza o m�dico, ainda n�o � bem compreendido. “Temos receios dos efeitos gerados por infec��es provocadas por uma s�rie de pat�genos, pois sabemos que eles podem, sim, provocar altera��es durante a gesta��o. Por isso, sempre frisamos o quanto � importante a gestante se manter em um ambiente seguro e ter um acompanhamento de perto. A� est� a import�ncia de ter um pr�-natal completo, para que a m�e consiga ser bem orientada durante todo o processo.” 

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