(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas Natal e r�veillon

Natal e Ano Novo: como reacender a esperan�a

Restri��es e isolamento social est�o em vigor diante da pandemia. O contato com a fam�lia e amigos � arriscado


06/12/2020 04:00 - atualizado 06/12/2020 19:13

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
 
Por que � t�o dif�cil para o ser humano se isolar? Mesmo se tal atitude significa amenizar riscos, proteger a sua vida e do outro? Diante de restri��es, priva��es, cansa�o, ang�stia e ansiedade, grande n�mero de pessoas prefere jogar a roleta-russa imposta pelo novo coronav�rus. Como explicar? As confraterniza��es de Natal e r�veillon colocam em xeque a seguran�a de todos. Ao mesmo tempo, como manter a sanidade, a alegria, o calor no cora��o sem estar junto dos que amam depois de nove meses separados? A proximidade via telas j� n�o confortam tanto e o instinto do ser social sobrep�e � realidade, ainda perigosa.
  
Para proteger a sa�de mental � hora de usar a criatividade, inovar e ter novas experi�ncias. Entender que as festas de fim de ano ser�o diferentes. Milhares de vidas j� foram ceifadas, seja de familiares, amigos, colegas, desconhecidos. Grandes reuni�es e encontros n�o podem acontecer (ou n�o deveriam ocorrer) e as incertezas mexem com todos. O que se pode fazer? Como passar por estas datas bem? Leonardo Morelli, psic�logo cl�nico, mestre em psicologia Ericksoniana, destaca que esta restri��o de conv�vio � algo muito novo, por isso, nos assusta, nos deixam apreensivos e, muitas vezes, com medo. Como consequ�ncia, a luz do Natal se apaga, as pessoas podem ficar mais tristes.
 
“Mas da mesma forma que fomos obrigados a nos adaptar em casa, no trabalho, nas escolas, na vida, tamb�m podemos fazer um Natal diferente, talvez buscando ou preservando o sentido do Natal e ano-novo, renovando, buscando e reacendendo a esperan�a. Pensar que o que vivemos hoje � uma aprendizagem e que passar�, novos dias vir�o.”
 
Leonardo Morelli afirma que neste per�odo de festas de fim de ano, as pessoas ficam mais sens�veis, refletem como foi o seu ano, repensam as rela��es afetivas, familiares e exacerbam as emo��es, de alegria ou de tristeza. Como este ano n�o foi f�cil, muitas pessoas perderam parentes, empregos, al�m de outras consequ�ncias ruins devido � COVID-19, os sentimentos de tristeza e solid�o estar�o mais presentes entre todos, observa.
 
Aqueles que perderam familiares ter�o que viver o luto. “Quando falamos em viver o luto, quer dizer que essas pessoas ter�o que passar pela dor que est�o vivendo de uma forma verdadeira, para n�o sofrerem mais do que j� est�o. Ou seja, fingir que est�o bem porque � Natal ou ano-novo s� trar� mais dor. Quando vivemos o luto fica menos sofrido, fica mais f�cil de aceitar a nova realidade. � preciso aceitar a nova realidade que a vida imp�s, assim � poss�vel v�-la com outros olhos, talvez um olhar de aprendiz.”

VOLTAR A SONHAR

(foto: Arquivo Pessoal)
(foto: Arquivo Pessoal)


Da mesma forma que fomos obrigados a nos adaptar em casa, no trabalho, nas escolas, na vida, tamb�m podemos fazer um Natal diferente, talvez buscando ou preservando o sentido do Natal, renovando, buscando e reacendendo a esperan�a

Leonardo Morelli, psic�logo cl�nico



O psic�logo reconhece que as confraterniza��es de fim de ano tamb�m carregam uma press�o de que � necess�rio estar feliz, de bem com vida, alegre e, sim, comemorar. Segundo ele, a pandemia nos leva a uma nova forma de ver a vida, traz um novo olhar, e com isso, � prov�vel que o sentido das festas tamb�m mude. Se o “novo normal” � a nova realidade, teremos de nos adaptar e vivermos de forma mais verdadeira, porque a COVID-19 nos convida a uma reflex�o sobre a vida.
 
Para Leonardo Morelli, renascimento e esperan�a talvez sejam o segredo para uma nova realidade. “H� uma divis�o, de uma realidade antes e outra depois da pandemia. Um per�odo que ficar� marcado em cada e na hist�ria, o que pode mudar a forma de vermos a vida. Se acreditarmos no renascimento e esperan�a, seremos capazes de voltarmos a sonhar e querer um mundo melhor.”
 
Leonardo Morelli enfatiza que a forma como cada um v� este per�odo de festas ter� uma resposta de acordo com sua realidade. J� como passar por estes momentos � uma quest�o de escolha, ou seja, diante da minha realidade o que tenho de fazer para que eu possa me sentir melhor ou festejar da melhor forma poss�vel? Se existe um vazio ou falta, a melhor forma � se posicionar. Se quer ficar sofrendo ou n�o. O vazio ou a falta vai continuar, a dor vai existir, mas como voc� quer viver essa dor, vai depender desta escolha.
 
E as pessoas que est�o lidando com o luto? Para o psic�logo � importante para aqueles que est�o vivendo a dor da perda se permitirem senti-la, que � natural e necess�ria para haver uma aceita��o. A sa�da, destaca Leonardo Morelli, � “transformar a dor em saudade, e isso n�o se faz de um dia para a noite, leva aproximadamente dois anos, tempo normal de se viver o luto. N�o existe uma receita de bolo, cada um sabe como sente sua dor e ter� que achar o seu pr�prio caminho desta nova vida”.
 
Acima de tudo, alerta Leonardo Morelli, � respeitar o momento de cada um, cada um sabe da sua dor e cada um faz a escolha que julgar conveniente diante da dor ou do vazio. “Temos que ficar atentos para percebermos aqueles que est�o � volta, caso algu�m apresente sinais de que est� deprimido, � preciso um cuidado especial, respeitando seu momento de dor ou luto. Caso a pessoa apresente um quadro mais grave, procure ajuda de um especialista, psic�logo ou psiquiatra para que possa avaliar o quadro ou intervir, caso haja idea��o suicida.”

UNIVERSO INFANTIL

(foto: Guilherme Breder/Divulgação)
(foto: Guilherme Breder/Divulga��o)


As crian�as v�o questionar, os pais devem dialogar e criar um ambiente l�dico, criativo, alegre mesmo com todas as adversidades

Jaqueline Bifano, psiquiatra infantojuvenil

E quanto aos pequenos, como agir? Como manter a magia do Natal, a poesia, a emo��o sem poder armar uma algazarra daquelas? Para a psiquiatra infantojuvenil Jaqueline Bifano, que atua no hospital psiqui�trico Santa Maria e em consult�rio particular, as crian�as que lidam desde mar�o com a pandemia e foram bem informadas sobre o que est� ocorrendo est�o cientes de como devem se comportar. O afastamento da escola, dos amigos, dos av�s, isoladas em casa j� est� na rotina delas, logo t�m no��o do que � o novo coronav�rus.
 
“Elas t�m consci�ncia de todo o contexto. Ainda que muitas fam�lias prefiram ficar em casa neste Natal, n�o v�o se reunir, � fundamental conversar com as crian�as, dizer que o Papai Noel vai ter de fazer isolamento ou talvez fale que ele far� uma passagem r�pida, mas que n�o deixar� de trazer o presente. As crian�as s�o espertas, est�o inclu�das no contexto, tiveram o afastamento, j� est�o implementadas, � s� explicar para elas. A ideia � n�o perder o car�ter l�dico da data”, afirma.
 
Jaqueline Bifano lembra quem for se reunir, que mantenha apenas o n�cleo familiar, com poucas pessoas, sem aglomera��o. Ela refor�a que � preciso explicar para a crian�a que ser� um Natal diferente, restrito. � importante os pais n�o deixarem transparecer suas preocupa��es, quest�o financeira, d�vida sobre o futuro, as crian�as n�o podem ser afetadas por isso, s�o assuntos de adulto. O cuidado � necess�rio porque elas percebem facilmente quando os pais n�o est�o bem. E t�m de manter a neutralidade na quest�o da ansiedade com as crian�as porque podem transferir para elas.
 
A especialista refor�a que, se a situa��o n�o for boa, como a conten��o de despesas, � importante conversar, falar que neste Natal o Papai Noel ter� de economizar, o presente ser� mais barato para ajudar mais crian�as, as pessoas que est�o doentes, passando fome, enfim, explicando e envolvendo a quest�o da pandemia. N�o ser� dif�cil porque as crian�as sabem o que est� acontecendo.
 
Por outro lado, Jaqueline Bifano enfatiza que � necess�rio vivenciar o Natal: “O ano foi dif�cil, elas ficaram reprimidas, perderam a liberdade do ambiente aberto, ao ar livre, t�o essencial, especialmente, para esta fase da vida, privadas do conv�vio com os coleguinhas, tamb�m mais necess�rio para os pequenos. Por isso, � importante preservar o Natal de acordo com a situa��o. As crian�as v�o questionar, os pais devem dialogar e criar um ambiente l�dico, criativo, alegre mesmo com todas as adversidades”.



receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)